Lula ganha “presente” de desembargador e Marina aumenta vantagem sobre Ciro: os destaques da XP/Ipespe

Apoio a ex-presidente oscila para cima após confusão jurídica que quase culminou em sua soltura

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Embora as oscilações tenham se dado dentro do limite da margem de erro, a pesquisa XP/Ipespe desta semana mostra que a estratégia de insistência no discurso de vitimização da candidatura de Lula tem trazido resultados. Preso há três meses, o ex-presidente conseguiu manter a liderança na simulação que considera sua candidatura à presidência da República.

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Apesar das chances crescentes de ser impedido de participar da disputa em outubro, em função da Lei da Ficha Limpa que barra candidatos condenados com recursos esgotados na segunda instância, Lula tem relevante poder de transferência de votos, o que preocupa candidatos à esquerda e à direita. Por outro lado, o petista tem a mais elevada rejeição entre os nomes testados: 61%.

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O episódio da confusão jurídica do último domingo, que quase culminou na soltura de Lula, explicitou seu peso político e capacidade de influenciar o processo que definirá o sucessor de Michel Temer. Na pesquisa XP/Ipespe, o ex-presidente aparece maior nas simulações de primeiro e segundo turnos que consideram sua candidatura.

Também apresentou melhor performance na disputa o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad, quando seu nome é associado a um possível endosso de Lula. Todas as oscilações ocorreram dentro da margem de erro, de 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

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Os gráficos abaixo evidenciam o movimento:

Cenário 1: com Lula candidato

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Cenário 2: com Fernando Haddad, “apoiado por Lula”

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Além da eficácia do discurso de vitimização, os resultados favoráveis colhidos pelo PT nas últimas pesquisas também podem refletir a elevada rejeição ao governo do presidente Michel Temer, o que também prejudica candidaturas da centro-direita. “Naturalmente, quando há governos mal avaliados, isso beneficia inexoravelmente candidaturas de oposição”, observou o sociólogo Antonio Lavareda, presidente do conselho científico do Ipespe (confira a íntegra da entrevista aqui).

“Antes do impeachment de Dilma, Lula perdia, nas projeções de intenções de voto em todos os institutos de pesquisa, para vários candidatos disso que se convencionou chamar centro-direita. É óbvio que essa retomada do ímpeto e da força eleitoral do ex-presidente está bastante associada à sorte do governo Temer. À medida que aumentou a insatisfação, ele, que é o principal ícone, líder, da oposição ao governo, se beneficia”, explicou.

A pesquisa XP/Ipespe também foi marginalmente positiva à ex-senadora Marina Silva, a despeito dos riscos já apontados à sua candidatura. As intenções de voto da pré-candidata da Rede oscilaram de forma ascendente em três das quatro simulações de primeiro turno. No cenário que considera a candidatura de Haddad sem apoio explícito de Lula, Marina agora está cinco pontos à frente de Ciro Gomes, ainda dentro da soma das margens de erro dos dois candidatos. Duas semanas atrás, a diferença era de apenas um ponto.

De todo modo, o levantamento reforça o cenário de indefinição na corrida presidencial, a despeito da proximidade de três meses do primeiro turno. Segundo a pesquisa, 51% dos entrevistados definiram voto para presidente, em 2014, quando o cenário era bem menos incerto, após o início do período de campanhas no rádio e na televisão. Somente 39% dos eleitores dizem ter escolhido candidato antes desta etapa. As expectativas são de que o comportamento se repita neste pleito, o que tende a indicar maiores flutuações nos próximos meses.

Enquanto tudo é fluido, partidos e candidatos negociam muito e decidem pouco.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.