TV será meio com maior influência sobre decisão de voto nas eleições, mostra XP/Ipespe

Segundo levantamento, 35% dos eleitores reconhecem que a televisão será fundamental na escolha dos candidatos; internet e redes sociais vêm logo atrás, com 20% das indicações

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A três meses do primeiro turno e com a corrida presidencial ainda marcada por incertezas, a televisão deve continuar sendo o canal com maior poder de influência sobre a escolha dos brasileiros. Segundo pesquisa realizada pelo Ipespe entre 2 e 4 de julho, a sétima da série encomendada pela XP Investimentos, 35% dos eleitores dizem que esta mídia tradicional terá papel fundamental no processo decisório do voto. A internet e as redes sociais, por outro lado, foram apontados como principais influenciadores na escolha dos candidatos por 20% dos entrevistados, contra 10% representados por familiares e amigos. Apenas 2% mencionaram os jornais, mesmo percentual indicado para o rádio. A margem máxima de erro do levantamento é de 3,2 pontos percentuais.

O levantamento também mostrou que o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) mantém a liderança na corrida presidencial, mas empata tecnicamente em todos os cenários que seu nome é considerado nas simulações de segundo turno (veja mais clicando aqui).

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Em um cruzamento com as declarações de intenção de voto dos eleitores para a corrida presidencial deste ano, nota-se uma influência maior da TV sobre a decisão dos eleitores da ex-senadora Marina Silva (Rede) e o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT). Pelas atuais estruturas, os dois não estão entre os candidatos com o maior tempo de exposição em cadeia nacional, salvo se conseguirem firmar alianças com outros partidos. O início do período de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV está marcado para 31 de agosto. Do outro lado, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) é o candidato mais exposto ao eleitorado que admite influência majoritária das redes sociais. Apesar disso, a maior faixa de eleitores que hoje declaram voto no parlamentar diz que a televisão terá papel fundamental no processo decisório.

Confira os gráficos abaixo:

Quadro geral

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Recorte entre candidatos

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O levantamento também mostrou que, quatro anos atrás, 49% dos entrevistados decidiram seus votos depois do início do período de campanha, sendo 18% após o último debate realizado entre os candidatos e 13% no próprio dia da eleição. Outros 41% disseram ter decidido em quem votar antes do início da campanha eleitoral. Caso este comportamento se mantenha, este será outro fator a ampliar a influência da TV no processo de escolha dos candidatos. Cruzando as respostas com as intenções de voto atuais, nota-se que os eleitores que mais retardaram a escolha do candidato na eleição anterior encontram-se no grupo que declara voto em Marina Silva. Do outro lado, entre os entrevistados que, em 2014, escolheram candidato antes do início período de campanha ou em seus primeiros dias, os nomes hoje mais apoiados hoje são Álvaro Dias, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB).

Confira os gráficos abaixo:

Quadro geral

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Recorte entre candidatos

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A pesquisa também questionou quais seriam os principais fatores a influenciar na escolha dos candidatos. As propostas apresentadas lideram a lista, com apontamento de 35% dos entrevistados. Na sequência, aparecem experiência (26%), posições políticas (13%) e desempenho nos debates (11%). Em um cruzamento destes dados com as intenções de voto dos entrevistados, observa-se que os eleitores mais preocupados com propostas e posições políticas têm uma participação maior sobre os votos de Bolsonaro. Já do lado da experiência, é Geraldo Alckmin quem se destaca, seguido por Ciro Gomes, que também se destaca no campo das posições políticas.

Os detalhes estão nos gráficos abaixo:

Quadro geral

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Recorte entre candidatos

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Metodologia

A pesquisa XP/Ipespe foi feita por telefone, entre os dias 2 e 4 de julho, e ouviu 1.000 entrevistados em todas as regiões do país. Os questionários foram aplicados “ao vivo” por entrevistadores (com aleatoriedade na leitura dos nomes dos candidatos nas perguntas estimuladas) e submetidos a fiscalização posterior em 20% dos casos para verificação das respostas. A amostra representa a totalidade dos eleitores brasileiros com acesso à rede telefônica fixa (na residência ou trabalho) e a telefone celular, sob critérios de estratificação por sexo, idade, nível de escolaridade, renda familiar etc.

O intervalo de confiança é de 95,45%, o que significa que, se o questionário fosse aplicado mais de uma vez no mesmo período e sob mesmas condições, esta seria a chance de o resultado se repetir dentro da margem de erro máxima, estabelecida em 3,2 pontos percentuais. O levantamento está registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pelo código BR-04338/2018 e teve custo de R$ 30.000,00. Para ter acesso ao questionário aplicado, clique aqui.

O Ipespe realiza pesquisas telefônicas desde 1993 e foi o primeiro instituto no Brasil a realizar tracking telefônico em campanhas eleitorais. O instituto tem como presidente do conselho científico o sociólogo Antonio Lavareda e na diretoria executiva, Marcela Montenegro.

Em entrevista concedida ao InfoMoney em 12 de junho, Lavareda explicou as diferenças de metodologias adotadas pelos institutos de pesquisa e defendeu a validade de levantamentos feitos tanto presencialmente quanto por telefone, desde que em ambos os casos procedimentos metodológicos sejam seguidos rigorosamente, com amostras bem construídas e ponderações bem feitas. Veja as explicações do sociólogo:

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.