Greve dos caminhoneiros só será suspensa se governo bater martelo sobre PIS/Cofins, diz Abcam

Presidente da Abcam diz esperar oficialização de liquidação de PIS/Cofins sobre diesel pelo governo

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A paralisação dos caminhoneiros, que chega ao quarto dia nesta quinta-feira (24), só chegará ao fim quando houver ato formal do governo com a publicação de isenção de impostos no diesel no Diário Oficial da União. Esta foi a posição do presidente da Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros), José da Fonseca Lopes, em entrevista concedida à BandNews. “Se não acontecer nada hoje, amanhã para tudo”, afirmou.

Segundo o representante da categoria, “de jeito nenhum” a greve dos caminhoneiros se encerra antes de uma ação do governo. Na noite do dia anterior, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou, em votação simbólica, uma versão reduzida da reoneração da folha de pagamento para determinados setores da economia e zerou a alíquota de PIS/Cofins que incide sobre o diesel até o final do ano. A medida, que não agradou o governo, ainda precisa passar pelo Senado Federal.

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Antes do movimento dos parlamentares, a Petrobras anunciou uma redução de 10% no preço do diesel em suas refinarias, interrompendo sua política de preços por um prazo de 15 dias, seguida por uma retomada gradual ao modelo ancorado nos preços do petróleo no mercado internacional. Com o movimento, a companhia deverá ter uma perda de R$ 350 milhões em suas receitas com a venda do combustível. Em outra frente, o governo havia anunciado, na terça-feira, que zeraria a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre o diesel.

“Não precisa mais de cinco dias para o país virar o caos”, afirmou Fonseca Lopes na entrevista. Segundo ele, a normalização após a greve deve levar uma semana ou mais. O representante dos caminhoneiros disse que a medida da Petrobras de reduzir em 10% o preço do diesel por 15 dias não ajuda. Ele sustentou que a categoria não quer aumentos diários nos combustíveis, mas em um prazo entre 60 e 90 dias. “Na situação que está hoje, um caminhoneiro sai do Rio Grande do Sul, paga o produto lá por R$ 5,00 o litro. No outro dia, ele vai pagar R$ 5,30, no outro R$ 5,50. Isso não pode acontecer. É preciso uma programação para que a gente também possa não ter prejuízo”, afirmou em entrevista à rádio CBN.

“A Câmara fez a parte dela. Meio atrasada, mas fez a parte dela e nós respeitamos isso. Agora acontece a mesma coisa no Senado. Se na reunião de hoje, Às 14h, o ministro Padilha e todos os ministros participantes anunciarem ‘está aqui, o presidente assinou e o PIS e o Cofins estão fora disso aqui até o final do ano’ (ou no outro ano, não sei), aí o movimento é suspenso. Porque, veja bem, não é só no óleo diesel que tem que tirar o PIS e o Cofins, tem que tirar dos combustíveis, porque o povo também está sendo beneficiado com isso, e é o que esperamos hoje”, afirmou.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.