Abalado, Lula já discute o que fazer no dia de sua eventual prisão

De acordo com interlocutores ouvidos pela Folha, Lula avalia a hipótese de se apresentar, evitando a produção de imagens negativas típicas de uma operação policial

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Com a prisão do seu líder sendo vista como inevitável por muitos do PT, o próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discute com aliados qual procedimentos tomar no dia da sua eventual prisão, informa o jornal Folha de S. Paulo.

De acordo com interlocutores ouvidos pelo jornal, Lula avalia a hipótese de se apresentar, evitando a produção de imagens negativas típicas de uma operação policial. Também é possível que o petista espere a chegada dos agentes policiais, também cercado por seus apoiadores. Nesse caso, porém, Lula poderia perder o controle da situação ao ser conduzido por policiais.

O jornal ressalta que petistas estão a postos para acompanhar o ex-presidente. De acordo com colaboradores, só Lula poderá tomar essa decisão, que dependerá de onde estiver no dia definido para cumprir a sentença.

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Um habeas corpus em favor do petista já foi negado pelo STJ. Já na quarta (14), os advogados de Lula fizeram novo pedido ao ministro do STF Edson Fachin, relator dos processos da Lava Jato no Supremo, mas a tendência é que Fachin não atenda ao apelo. A principal aposta da defesa é conseguir reverter o atual entendimento do Supremo em favor do cumprimento de pena após condenação em segunda instância.

Segundo o jornal O Globo, aliados relatam que Lula está muito abalado com a situação que vive e apontam que nem ele nem o partido estavam preparados para enfrentar essa batalha da prisão do principal líder. O jornal também destaca que alas mais radicais defendem que, caso a prisão seja decretada, ocorra uma mobilização de militantes para formar um grande cordão humano em volta da casa do ex-presidente ou do Instituto Lula, com o objetivo de criar comoção e dar trabalho à polícia.

“O Lula está muito derrubado, nunca vi ele desse jeito. Todo mundo duvidava que chegaria a esse ponto. Mas chegou”, disse um outro interlocutor do petista. 

Contudo, há quem aposte que ele não ficará preso por muito tempo: “querem a foto da prisão, a humilhação. Mas não consigo imaginar Lula preso por muito tempo. Ele vai ficar uma semana, dez dias no máximo”, disse um amigo do presidente ao jornal, sem dar detalhes sobre a estratégia de defesa que será implementada para viabilizar a soltura.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.