Lula na liderança, sentença de Palocci, conspiração contra Temer e medo do mercado: o radar político da 2ª

Confira as principais notícias de política do fim de semana e desta segunda-feira

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A semana que deverá marcar a apresentação da denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer começa agitada para o noticiário político. Além das expectativas acerca do que será apresentado contra o peemedebista e as condições do governo de articular uma base na Câmara capaz de dissipar os riscos, também chamam atenção as declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes em entrevista e a pesquisa Datafolha sobre a avaliação do governo e a corrida presidencial de 2018. A condenação do ex-ministro Antonio Palocci pela Operação Lava Jato e as especulações sobre desfecho similar envolvendo o ex-presidente Lula também constam no radar político do mercado.

Confira as principais notícias de política do fim de semana e desta segunda-feira:

Quem é líder?

Pesquisa realizada pelo Datafolha entre 21 e 23 de junho mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve a liderança na corrida presidencial de 2018, com 29% ou 30% das intenções de voto, a depender do cenário considerado. Em todas as situações de primeiro turno em que aparece como candidato, o petista é o nome mais votado, seguido na maior parte das vezes pela ex-senadora e ex-ministra Marina Silva (Rede) e pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ). No segundo turno, o ex-presidente venceria o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o prefeito de São Paulo, João Doria, Bolsonaro e Ciro Gomes. O petista empata tecnicamente com Marina Silva e o juiz federal Sergio Moro, atualmente sem partido. (Para ler mais, clique aqui).

O recorde Temer

O governo Michel Temer passou a ser considerado ótimo ou bom por apenas 7% da população — a menor marca já registrada pelo Datafolha em 28 anos. No último levantamento, o indicador estava em 9%. Entre os que consideram o governo ruim ou péssimo, o índice saltou de 61% para 69%, ao passo que os que avaliam como “regular” a gestão do peemedebista caíram de 28% para 23%. Os números do atual presidente só não são piores que os registrados por José Sarney, que teve 68% de ruim ou péssimo, 24% de regular e 5% de ótimo ou bom. (Para ler mais, clique aqui)

A vez de Palocci

O ex-ministro Antonio Palocci foi condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a 12 anos e 2 meses de reclusão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato. O processo investigava se o ex-ministro teria recebido propina para atuar em favor do Grupo Odebrecht, entre 2006 e 2013, interferindo em decisões tomadas pelo governo federal. (Para ler mais, clique aqui).

Mercado na mira?

A delação de Palocci segue no radar dos investidores, sobretudo porque se especulam no mercado possíveis citações a instituições financeiras importantes do país. Conforme conta a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, a força-tarefa da Operação Lava Jato está apreensiva com o impacto da delação no sistema financeiro e estuda uma forma de, ao contrário do que ocorreu com as empreiteiras, preservar as instituições e os empregos que geram. A mesma preocupação tem sido demonstrada pelo próprio Palocci nas conversas com os procuradores, diz a colunista. Palocci tem ponderado que seria importante separar os bancos, como empresas, dos executivos que cometeram crimes. (Para ler mais, clique aqui).

Recado da base

Apesar de uma base formal de cerca de 400 deputados, líderes aliados ao presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados sustentam que o governo não deve dar como garantida a derrubada da denúncia a ser apresentada contra o peemedebista pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, até terça-feira (27). Parlamentares influentes de bancadas governistas ponderam que o teor da acusação formal e seus desdobramentos podem influenciar no posicionamento dos congressistas. No Planalto, a estratégia é articular uma operação jurídica e política. No fim de semana, Temer se encontrou com seu advogado Antonio Cláudio Mariz em São Paulo e se reuniu no Palácio da Alvorada com ministros, líderes e aliados no Congresso. Em meio à fragilidade do governo membros da base aliada do governo têm pressionado o presidente a abrandar pontos da reforma da Previdência. Atualmente, há quem acredite que as chances de aprovação da proposta existem somente se houver uma restrição do escopo para a imposição de uma idade mínima. (Para ler mais, clique aqui).

Fica, Temer

Em entrevista à coluna Mercado Aberto, do jornal Folha de S. Paulo, o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Andrade, disse que a posição do empresariado é uníssona em apoio à permanência do governo. “Todo o empresariado prefere continuar com o presidente Michel Temer. Hoje a posição é essa: é melhor seguir e fazer a transição no país. Chega de turbulência”, afirmou o comandante da entidade que reúne as 27 federações industriais, 1.250 sindicatos patronais, aos quais estão filiadas quase 700 mil companhias. “O processo de escolha de um novo governo demoraria meses, até o final deste ano, para depois no ano que vem já termos campanha para as eleições”, argumentou. (Para ler mais, clique aqui).

Conspiração dos opositores

Voto decisivo para a manutenção do presidente Michel Temer no cargo em ação que julgava a cassação da chapa eleita em 2014, o ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes ampliou as críticas ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e disse que “tudo sugere” que o peemedebista tem razão ao ver conspiração no episódio da JBS. Em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar pelo SBT, o magistrado chamou atenção para a inclusão de áudio não periciado em inquérito contra o presidente e questionou se houve “ação controlada” na gravação do diálogo entre Temer e o empresário Joesley Batista. Na avaliação de Gilmar, se ficar comprovada ação controlada sem autorização judicial, o material pode ser anulado “com certeza” e ficaria evidente “o quadro de sanha, de abuso”. O magistrado afirmou ainda que Temer “certamente haverá de concluir” seu mandato, em 2018, “se não vierem fatos novos, robustos”. (Para ler mais, clique aqui).

Certeza de Janot

Em um parecer de aproximadamente 100 páginas, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que não há dúvida de que Michel Temer cometeu crime de corrupção e sugeriu que a manutenção dele no poder contribui para a continuidade do cometimento de crimes. Na segunda-feira (19), a Polícia Federal enviou relatório ao STF (Supremo Tribunal Federal) qual afirma que as investigações indicam que houve a prática de corrupção passiva no caso envolvendo o presidente e seu ex-assessor, que foi pego carregando uma mala com R$ 500 mil em propina pagos pelo empresário Joesley Batista. A Na última sexta-feira, a PF concluiu laudo sobre as gravações da conversa entre o empresário Joesley Batista e o presidente, e concluiu que não houve edição de conteúdo. (Para ler mais, clique aqui).

A sentença

A revista IstoÉ afirmou na edição deste final de semana que o juiz Sérgio Moro, que comanda a Operação Lava Jato na primeira instância, deve condenar nos próximos dias o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à prisão no caso do tríplex do Guarujá. Integrantes da Operação Lava Jato consultados pela publicação afirmam que o petista será condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e deve pegar até 22 anos de cadeia – 10 anos por lavagem de dinheiro e 12 por corrupção passiva. (Para ler mais, clique aqui).

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.