Aliados veem fim próximo de Temer, discutem substituto e preparam planos para a sucessão

Políticos discutem alguns nomes para sucessão, apontam jornais de hoje - aliados tentam barrar possibilidade de eleições diretas

Lara Rizério

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SÃO PAULO – De acordo com os jornais O Globo, Folha de S. PauloO Estado de S. Paulo e Valor Econômico, aliados de Michel Temer, liderados pelo PSDB, veem que o presidente perdeu a sustentação do governo, já informaram isso a ele de forma reservada e já vêm fazendo planos para a sua sucessão. 

Conforme destaca o Estadão, o PSDB e o DEM têm intensificado as articulações de bastidores na tentativa de barrar a possibilidade de eleição direta para substituir o presidente. Dirigentes das legendas apontam que, caso a coalizão de apoio a Temer não apresente uma alternativa de poder, o movimento por “diretas já” pode ganhar força, com “risco” de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltar ao Palácio do Planalto.

A maior parte dos aliados concorda com a manutenção do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e da política econômica. O PSDB também considera que o nome ideal para substituir Temer seria o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas não há consenso. Na Câmara, muitos aliados querem que o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ocupe a cadeira de Temer. Se o presidente renunciar, é Maia que assume o cargo por 30 dias.

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O Globo, por sua vez, ressalta que o nome do presidente interino do PSDB Tasso Jereissati (CE) vem sendo defendido na legenda como a melhor alternativa para o momento atual. Além de não estar na mira das investigações da Lava-Jato, Tasso tem longa experiência de mandatos como governador e senador. Já no DEM, Rodrigo Maia vem ganhando força, diz o jornal. 

Já a Folha de S. Paulo aponta que, nas conversas do grupo aliado, a bolsa de apostas tem se reduzido a dois nomes para apresentar ao Congresso em uma eleição indireta: o do ex-ministro Nelson Jobim (PMDB-RS) e o de Tasso. Segundo a publicação, apesar do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e outras lideranças terem ventilado a possibilidade de convocar uma Assembleia Constituinte com a eleição de 2018, os partidos aliados ao Planalto por ora rejeitam a ideia. Seria “uma confusão”, nas palavras de um membro do PSD.

O Valor Econômico, por sua vez, destaca FHC, Jobim e Jereissati no páreo para a sucessão. A reportagem ressalta que, a seus interlocutores, FHC tem dito que o nome para cumprir a transição não pode ter ambições em relação à 2018. A quem sugere seu próprio nome, o ex-presidente enumera as dificuldades impostas pela idade (85 anos) e as resistências da família para que aceite a missão. Os dois nomes que vê como mais condições para assumir a tarefa são os do ex-ministro Nelson Jobim e do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).

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Em meio a esse cenário de especulações, a base aliada ainda espera pelo julgamento da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer no TSE, marcada para acontecer no próximo dia 6 de junho. O julgamento é visto como a principal aposta de integrantes da base, principalmente do PSDB, que vê a permanência de Temer como insustentável. 

Conforme destaca O Globo, parlamentares com trânsito no Planalto têm avaliado que Temer resiste em renunciar apenas para que o ato não pareça uma admissão de culpa. Ele, no entanto, não pretenderia se manter no cargo a qualquer custo. “O presidente não tem apego ao cargo, ele se preocupa com o nome dele. O que ele não quer é sair por debaixo do tapete. Por isso, a melhor saída é o TSE. Se o tribunal decidir pela cassação, é uma saída honrosa”, afirmou um deputado da base ao jornal.

Além disso, há uma avaliação de que Temer, mesmo enfraquecido, terá forte influência sobre sua sucessão, uma vez que ele ainda tem diálogo com uma ampla base no Congresso, principalmente no PMDB, e que seu apoio pode ser fundamental na escolha do próximo presidente. PSDB e Dem estão de olho nesse apoio. 

 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.