Ações: analistas prevêem pouco impacto do PAC sobre o mercado financeiro

Programa é marginalmente positivo, mas insuficiente para alavancar crescimento ou alterar projeções do mercado

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Aguardado com grande expectativa e anunciado com entusiasmo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) foi recebido com certo ceticismo pelo mercado financeiro.

Especialistas consultados pela InfoMoney avaliam que o programa é marginalmente positivo, uma vez que sinaliza consenso político e que o governo está engajado em encontrar formas de fazer o país crescer de forma sustentável e sem inflação.

PAC é modesto e não trouxe grandes novidades

No entanto, a percepção geral é de que o PAC é modesto e não trouxe nenhuma grande novidade, apenas compilando uma série de medias já anunciadas. “Foi uma jogada mais política do que econômica”, comenta Marcelo Voss, economista da corretora Liquidez.

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Dentre as poucas novidades, Voss acredita que talvez uma das mais positivas tenha sido a intenção de reduzir a burocracia e os entraves ambientais, que no passado recente atrasou o andamento de muitos projetos importantes.

Vladimir Caramaschi, da Fator Corretora, apresenta uma visão parecida e avalia que as medias anunciadas dificilmente vão conseguir alavancar o crescimento do país ou alterar de forma significativa as projeções do mercado.

“Além de ter apresentado poucas novidades, muitas medidas dependem de mudanças na legislação. Em minha opinião, a notícia (anúncio do PAC) terá um impacto neutro sobre o mercado. Um ponto positivo é que o programa não contempla grandes alterações na austeridade fiscal”, completa.

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O que fazer para crescer?

Alcides Leite, professor de Economia Brasileira e Mercado Financeiro da Trevisan Escola de Negócios, também avalia que as medidas compiladas pelo PAC são positivas, mas insuficientes para fazer o país crescer 5% ao ano.

O especialista acredita que o Brasil só crescerá de forma sustentada e sem inflação quando a poupança destinada aos investimentos produtivos atingir algo próximo de 25% do PIB (Produto Interno Bruto). “O que faz o país crescer são os investimentos privados. Para que esses aumentem de forma representativa, o governo precisa melhorar o ambiente de negócios e principalmente reduzir os juros”.

A desoneração tributária e a revisão de alíquotas também se apresentam como medidas importantes, na visão de Alcides Leite. Em complemento, o professor acredita que o país precisa encontrar formas de melhorar a qualidade dos gastos públicos. “O governo arrecada muito, mas gasta mal”, conclui.

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