Fase da Lava Jato tem Dirceu como alvo; 2 funcionários da Petrobras são conduzidos coercitivamente

A Operação Vício tem a participação de cerca de 50 policiais federais e dez servidores da Receita, que cumprem 28 mandados de busca e apreensão, dois de prisão preventiva e nove de condução coercitiva nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo

Lara Rizério

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A força-tarefa da Lava Jato deflagrou nesta terça-feira a 30ª fase da operação para investigar empresas suspeitas de firmar contratos fictícios com a Petrobras para viabilizar o repasse ilegal de recursos para pessoas envolvidas no esquema bilionário de corrupção na estatal, informou a Polícia Federal.

“Os contratos já celebrados pela Petrobras com duas das fornecedoras de tubos que efetuaram pagamentos de vantagens ilícitas para obter vantagens junto à Diretoria de Serviços da Estatal totalizam montante superior a R$ 5 bilhões. Evidências denotam que o pagamento de propinas no interesse desse esquema criminoso perdurou pelo menos entre os anos de 2009 e 2013, sendo que os valores espúrios pagos, no Brasil e no exterior, superam a quantia de R$ 40 milhões”, diz o MPF em nota.

O ex-ministro José Dirceu, já condenado a 23 anos de prisão, e Renato Duque, cujas penas somam mais de 50 anos, estão entre os alvos desta etapa. A nova etapa cumpre 2 mandados de prisão preventiva, 28 de busca e apreensão e 9 de condução coercitiva em São Paulo e no Rio de Janeiro, e foi batizada de operação Vício, disse a PF em nota oficial.

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“As investigações estão inseridas diretamente no já revelado esquema de corrupção e lavagem de ativos decorrentes de contratos firmados com a Petrobras. Trata-se da apreciação de vários contratos e correspondentes repasses de valores não devidos ocorridos entre empresas contratantes da Petrobras e funcionários da estatal e agentes públicos e políticos”, afirmou a nota da PF. 

Segundo a Polícia Federal, três grupos de empresas são investigados por terem se utilizado de operadores e de contratos fictícios de prestação de serviços, principalmente relacionados às diretorias de Serviços e de Abastecimento da estatal. Também estão sendo cumpridos mandados para a apuração de pagamentos indevidos a um executivo da área internacional da Petrobras em contratos firmados para aquisição de navios-sondas.

“Há fortes indicativos da participação do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e do ex-diretor de Engenharia da Petrobras, Renato Duque, nos ilícitos. Ambos foram recentemente condenados pelo Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba, no âmbito da ação penal 5045241-84.2015.4.04.7000, vinculada à Operação Lava Jato, a penas de 23 anos e 10 anos de prisão, respectivamente. Renato Duque também já foi condenado em outras 02 ações penais (autos nº 5012331-04.2015.4.04.7000 e 5036528-23.2015.404.7000), de modo que a totalização de suas penas hoje soma o montante de 50 anos, 11 meses e 10 dias de prisão. Dois funcionários da Diretoria de Serviços da Petrobras também são alvos de condução coercitiva, em razão da existência de indícios de seu envolvimento nos fatos”, afirma o MPF em nota. 

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(Com Reuters) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.