“Vou para o Hotel Brisas”: as falas de Levy que indicam irritação e a iminente saída da Fazenda

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo,Levy falou (e reclamou) do governo como se estivesse fora dele e brincou ao dizer que o seu caminho agora era de "paz interior"

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, negou-se a falar hoje, em entrevista para jornalistas, se sairá ou não do cargo, em meio aos rumores cada vez maiores de que ele fica até este sexta ou, no máximo, nos próximos dias.

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Mas, em entrevistas para dois jornais que foram publicadas na manhã de hoje, ele mesmo praticamente admitiu estar deixando o governo. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Levy falou do governo como se estivesse fora dele, brincou ao dizer que o seu caminho agora era de “paz interior” e, quando perguntado para onde ele iria agora (depois da saída da Fazenda), respondeu com um tom bastante sarcástico: “eu vou para o Hotel Brisas”. 

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Ao Estadão, Levy ainda reclamou do governo: “o governo só fala do fiscal. Por quê? Eu não sei. Nunca entendi. Parece que tem medo de reforma, não quer nenhuma reforma”, disse.

Além disso, afirmou que não sabe por que a presidente não fez reformas e ainda desconversou. “Eu não posso falar pelos outros. Tem questões políticas. Ela está sob pressão”, disse. O ministro ainda afirmou que conseguiu evitar mais “pedaladas” e, ao ser questionado sobre qual o caminho dele a partir de agora, disse que o seu caminho “é de paz interior”.

Ao ser perguntado se o único que fez reformas foi ele, Levy afirmou que não estava discutindo o que os outros fizeram mas que, na área econômica, não entende porque o governo só fala de fiscal. 

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Quando perguntado diretamente quando sairia, Levy afirmou: “essa é uma pergunta … Eu diria que o final do ano legislativo amplia minhas opções”. E, questionado sobre em que sentido se dariam as opções, ele sinalizou: “no sentido que você me perguntou” (da saída). 

Ao ser questionado se ele esperará até que a presidente escolha um novo nome, ele ainda apontou: “eu acho que sempre se encontra um sucessor. Eu repito o que te falei: o final do ano legislativo amplia as opções”. 

Já para o jornal O Globo, ele deixou “alguma” chance de continuar: perguntado se está de saída, Levy não negou, mas disse que “a extensão de sua permanência depende da sinalização de reformas”. Ele ainda voltou a mostrar incômodo com a avaliação de parte do próprio governo de que só se preocupa com o ajuste fiscal ele disse que é uma “ideia peregrina” achar que ele não se preocupa com o crescimento.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.