Delator diz que Cunha dava palavra final em diretoria da Petrobras e cita até OSX

Eduardo Vaz Costa Musa afirmou à Força Tarefa ter ouvido que “quem dava a palavra final” em relação às indicações para a Diretoria Internacional da Petrobrás era o presidente da Câmara

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Mais um delator da Operação Lava Jato envolve o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no esquema de corrupção na Petrobras (PETR3;PETR4). Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, o ex-gerente-geral da área Internacional da companhia e novo delator da Lava Jato, Eduardo Vaz Costa Musa, afirmou à Força Tarefa ter ouvido que “quem dava a palavra final” em relação às indicações para a Diretoria Internacional da Petrobrás era o presidente da Câmara.

De acordo com Musa, foi João Augusto Henriques, apontado como lobista do PMDB e preso na última segunda-feira (21) na 19ª fase da Lava Jato que falou sobre as indicações políticas na Diretoria. 

 “Que João Augusto Henriques disse ao declarante que conseguiu emplacar Jorge Luiz Zelada para diretor internacional da Petrobrás com o apoio do PMDB de Minas Gerais, mas quem dava a palavra final era o deputado federal Eduardo Cunha, do PMDB-RJ”, relatou.

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Assim, já são dois os delatores que relacionam Cunha ao esquema na diretoria internacional da companhia. 

Em agosto, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou denúncia ao Supremo Tribunal Federal em que acusa o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, de ter recebido propina no valor de ao menos US$ 5 milhões para viabilizar a construção de dois navios-sondas da Petrobras, no período entre junho de 2006 e outubro de 2012.

De acordo com a denúncia contra Cunha, Janot destaca que o deputado recebeu vantagens indevidas para facilitar e viabilizar a contratação do estaleiro Samsung Heavy Industries, responsável pela construção dos navios-sondas Petrobras 10000 e Vitoria 10000, sem licitação, por meio de contratos firmados em 2006 e 2007. A intermediação foi feita por Fernando Soares, operador ligado à Diretoria Internacional da Petrobras, de indicação do partido PMDB. A propina foi oferecida, prometida e paga por Júlio Camargo.

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Em sua delação, Musa afirmou que tomou conhecimento diretamente das propinas na Petrobras em 2006 e disse que João Augusto Henriques “era um lobista ligado ao PMDB que mantinha influência na área internacional e de engenharia da Petrobrás, e possivelmente também na área de Exploração e Produção.”

Ao jornal, a assessoria de imprensa do partido negou todas as acusações e disse que a sigla nunca autorizou quem quer que seja a ser intermediário do partido para arrecadar recursos.

OSX
O Estadão também destaca que o mesmo delator envolveu a OSX (OSXB3), do empresário Eike Batista, no esquema de corrupção. De acordo com Musa, em 2012, quando já havia deixado a estatal e trabalhava como diretor de construção naval da OSX, a licitação para as contratações de dois navios-plataforma, P-67 e P-70 foram fraudadas pelo consórcio Integra, formado pela Mendes Junior e pela OSX.

O consórcio acabou vencendo a licitação de mais de US$ 900 milhões na época. Contudo, Musa disse não ter conhecimento se Eike sabia do esquema. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.