Qual a melhor estratégia de investimento em ações em tempos de crise?

Pactual revela qual a melhor estratégia de investimento com o agravamento da crise; resultados e fundamentos são importantes

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Tendo em vista o agravamento da crise política no Brasil, os analistas do banco de investimentos Pactual divulgaram recentemente um relatório, revelando sua estratégia de investimento em ações recomendada para os tempos de instabilidade em Brasília.

O banco acredita que as próximas semanas devem ser decisivas para o futuro do governo Lula, trazendo certa fragilidade ao mercado no curto prazo, com a elevação da cautela do investidor brasileiro, e constituindo um ambiente propício para as compras.

Crise fica próxima de Lula e oposição aproveita

Para o Pactual, as recentes denúncias começam a minar a aparente blindagem da popularidade do presidente Lula contra os efeitos da crise. O depoimento do marqueteiro Duda Mendonça à CPI dos Correios e a entrevista do presidente do PL, Waldemar Costa Neto, à revista Época, são citados como cruciais pelo banco.

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Isso ocorre porque ambos aproximam ainda mais a crise do presidente, uma vez que Mendonça confessou ter recebido dinheiro irregularmente durante a campanha presidencial de 2002 e o presidente do PL afirmou que Lula tinha conhecimento do empréstimo irregular feito pelo PT ao seu partido.

Nesse sentido, os analistas do Pactual analisam que os efeitos da perda de popularidade de Lula já puderam ser percebidos pela pesquisa realizada na semana passada pelo Datafolha. Em uma simulação do pleito presidencial de 2006, Lula perderia, em um eventual segundo turno, para o prefeito de São Paulo, José Serra. Esta é a primeira pesquisa que não aponta a reeleição do presidente desde o início de seu mandato.

Além disso, a desorganização da base aliada é aproveitada pela oposição para minar ainda mais o apelo popular de Lula. A aprovação no Senado do projeto de lei que aumenta o salário mínimo para R$ 384 deve exigir um esforço extra dos governistas para derrubar o projeto na Câmara, uma vez que no caso de nova aprovação, Lula teria de vetá-lo, fazendo com que o mínimo volte aos R$ 260 do ano passado e causando mais insatisfação à sociedade.

Fragilidade do mercado constitui boa oportunidade

Analisando os fatos citados acima, os analistas do Pactual acreditam que a menor participação dos investidores locais deve trazer fragilidade ao mercado no curto prazo. O cenário favorável de liquidez no mercado internacional, os fortes resultados apresentados pelas empresas no segundo trimestre e a expectativa de redução do juro básico, no entanto, devem fazer com que as perdas da Bovespa constituam uma boa oportunidade de compra.

O banco revela que as condições de liquidez no mercado internacional vêm fazendo com que os investidores estrangeiros apresentem uma complacência fora do comum em relação às notícias negativas nos mercados emergentes, inclusive no Brasil, como vem sendo visto desde o início da crise.

Além disso, em sua maioria, os resultados corporativos do segundo trimestre vieram em linha ou acima do esperado pelos analistas, o que reduziu as desconfianças em relação à manutenção do cenário econômico favorável.

Por fim, mesmo que o juro não recue na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que acontece nesta semana, a expectativa de que o início do ciclo de queda da Selic está próximo é corroborada pelos recentes índices de preços.

Pactual revela qual a melhor estratégia

A recomendação do Pactual é de que a melhor estratégia de investimentos para os momentos de crise é a concentração da carteira em papéis de empresas que combinem fortes fundamentos e resultados convincentes no segundo trimestre. Uma boa política de distribuição de dividendos também é recomendável.

Nesse sentido, o portfolio recomendado pelo banco carioca inclui as ações de Braskem (BRKM5), Gerdau (GGBR4), Vale do Rio Doce (VALE5), Petrobras (PETR4), AmBev (AMBV4), Lojas Americanas (LAME4), Perdigão (PRGA4), Cemig (CMIG4), CPFL Energia (CPFE3), AES Tietê (GETI3), Tractebel (TBLE3), Bradesco (BBDC4), Itaú (ITAU4) e TAM (TAMM4).

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