Aécio processa 66 usuários do Twitter por usar rede social para atacar campanha

Candidato pede na justiça que dados de cadastro e IP destes perfis sejam divulgados e juiz deu prazo de 5 dias para que a rede social apresente estas informações

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em terceiro na disputa eleitoral e perdendo espaço a cada pesquisa para a disputa de Marina Silva contra Dilma Rousseff, Aécio Neves (PSDB) tomou uma atitude um tanto polêmica nos últimos dias. O candidato abriu processo contra o Twitter e pediu para que a rede social revele os dados e o IP (um número de registro, como um RG, de cada computador) de 66 usuários. Segundo os advogados do candidato, esses perfis são acusados de atuar na rede para disseminar conteúdo ilícito contra Aécio.

O tucano queria que os dados dos usuários fossem divulgados imediatamente, mas o juiz impediu isso e ainda concedeu 5 dias para que o Twitter repasse as informações para os advogados. Esta é a quarta vez que o candidato move uma ação contra provedores e redes sociais. Porém, o juiz determinou também que Aécio comprove a publicação de calúnias ou difamações contra ele.

O candidato ainda tinha pedido que o processo tramitasse em segredo de Justiça, sem quem os usuários fossem avisados, o que foi negado pelo juiz. Com isso, cada um dos 66 usuários receberam um e-mail informativo do próprio Twitter. “Não podemos fornecer informações adicionais sobre o processo, nem dar conselho legal, mas você pode entrar em contato com um advogado”, diz o e-mail.

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Entre os 66 perfis selecionados está o do crítico de cinema Pablo Villaça, que é cidadão de Minas Gerais, estado onde Aécio foi governador. Em seu blog pessoal, o cineasta falou sobre o assunto: “…Nunca escrevi, por exemplo, sobre os insistentes boatos envolvendo o político e o consumo de drogas – boatos tão comuns que já inspiraram gritos de torcida em estádio… E sabem por que nunca escrevi? Porque nunca vi Aécio Neves consumir drogas e jamais li uma notícia que trouxesse evidências inquestionáveis sobre isso”, diz Villaça.

“… jamais me ocorreria questionar sua corrida presidencial a partir disso. Álcool não é ilegal e cada um faz o que quiser em seu tempo livre”, completa o crítico ao falar sobre notícias de que o candidato foi parado em blitz da Lei Seca ou participou de entrevistas sob efeito de álcool.

Em seu texto, Villaça diz que suas críticas à Aécio de baseiam em sua gestão do estado de Minas e que suas preocupações com a falta de investimento em saúde, educação e os desvios feitos pelo governo – mesmo que Aécio não tenha envolvimento com isso – ajudam nas reclamações com o candidato. “Não. O que realmente me preocupa com relação a Aécio Neves – e que já me inspirou, aí, sim, a escrever sobre sua candidatura – é sua gestão em Minas Gerais, estado no qual nasci, cresci e ainda resido”, afirma.

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“E, não menos importante, me preocupa muito os relatos constantes de tentativas frequentes de censura ou retaliação a jornalistas que ousam criticar o ex-governador”, disse o cineasta citando um filme produzido por um canal estrangeiro falando sobre censura e que Aécio tentou retirar da internet.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.