Confira as ações das elétricas mais prejudicadas pela crise política no Brasil

O setor como um todo passa por um profundo estágio de transição regulatória, onde a estabilidade política é fundamental

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – De maneira geral, as ações do setor elétrico brasileiro são bastante sensíveis ao cenário político nacional. Não apenas porque, em sua grande maioria, são companhias estatais, mas também porque o setor como um todo passa por um profundo estágio de transição regulatória, onde a estabilidade política é fundamental.

Em tempo de crises políticas, as ações destas empresas são prejudicadas, tanto na questão financeira quanto na questão regulatória. Possíveis aumentos na taxa de juro no país, bem como uma depreciação do real, como a verificada desde a última segunda-feira, são fatores prejudiciais para os resultados das elétricas. Isto porque se tratam de empresas, em sua maioria, com uma parcela elevada de dívidas em moeda estrangeira.

Já uma crise de governabilidade, bem como uma mudança de foco de atenção política do governo federal, podem atrasar a agenda da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), no sentido de completar a implementação do novo modelo do setor elétrico brasileiro, elevando o risco do setor.

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Cesp lidera perdas no setor

Assim, o índice setorial de energia da InfoMoney Setene é um dos que apresenta o pior desempenho entres os demais setores no acumulado da semana, com queda de 7,29% até quinta-feira.

Liderando as perdas no setor de energia, até o fechamento da última quinta-feira, as ações preferências da geradora paulista Cesp (CESP4) acumulam desvalorização de 16,68%, contra uma queda de 7,14% do Ibovespa no mesmo período.

Com dívidas que giram em torno de R$ 11 bilhões, a estatal tem seus resultados constantemente pressionados por custos financeiros. Vale lembrar, entretanto, que esforços do Governo do Estado de São Paulo no sentido de capitalizar a empresa têm sido um gatilho favorável de curto prazo.

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Ações da Copel caíram forte

Logo em seguida aparecem as ações preferenciais classe B da estatal paranaense Copel (CPLE6). Entre o início da semana e a última quinta-feira, os papéis acumularam perdas de 9,91%, acima da desvalorização de 7,14% apresentada pelas ações ordinárias da companhia (CPLE3), também com desempenho bastante negativo no período.

Com 45% das dívidas em moeda estrangeira e uma razão endividamento líquido sobre Ebitda, índice que mede a geração operacional de caixa, de 89%, a Copel sofre com elevações do dólar e da taxa de juro.

Vale destacar ainda o risco político da empresa, uma vez que a companhia sofre constantes intervenções do governador do Estado, especialmente na questão de implementação dos reajustes tarifários.

Piores desempenhos entre as elétricas

Assim, pressionados por incertezas em relação ao futuro da taxa de juro e cotação do dólar, bem como em relação ao crescimento da demanda de energia e implementação do marco regulatório do setor, os piores desempenhos do setor foram:

Empresa Código Variação* (%) Fechamento **(R$)
Cesp CESP4 -16,68 10,19
Copel CPLE6 -9,91 12,55
Tractebel TBLE3 -9,80 11,05
Eletropaulo ELPL4 -9,05 84,50
Ligth LIGH3 -8,96 61,00
Cemig CMIG3 -8,76 55,20
Eletrobras ELET6 -8,57 32,00
Cemig CMIG4 -8,00 69,00
Eletrobras ELET3 -7,62 35,15
Copel CPLE3 -7,14 10,40

* Variação entre fechamentos dos dias 03 e 09 de junho de 2005
**Cotação de fechamento em 09 de junho de 2005

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