Podemos ter uma crise ainda este ano, e ela será pior que a de 2008, diz Faber

Investidor conhecido por suas projeções apocalípticas diz estar preocupado com o atual cenário, e que no segundo semestre devemos ter início à uma nova crise

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O investidor suíço Marc Faber, conhecido pelo seu grande pessimismo com o mercado, voltou a fazer previsões “apocalípticas”. Desta vez, em uma entrevista para o programa “Squawk Box”, da rede CNBC, ele disse que está preocupado que a crise de 2008 tenha sido apenas uma precursora de algo muito pior na economia. Segundo ele, as chances de termos uma nova crise ainda no segundo semestre deste ano são grandes.

Ele exemplifica, mostrando que o crédito total das economias avançadas – incluindo as dívidas das empresas, do governo e do consumidor – está 30% acima do que estava em 2007. “Eu não acho que a economia se recuperou totalmente. Nós temos uma desaceleração da economia americana”, concluiu.

Segundo ele, as ações nas economias desenvolvidas já estão basicamente precificadas, enquanto os títulos do governo estão caros, dado o baixo yield. “O ativo mais depreciado é o dinheiro”, explica Faber, dizendo que os investidores não irão ganhar dinheiro, mas sim perder, impactados pela depreciação que o Federal Reserve está fazendo da moeda.

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Pior crise da história?
No mês passado, Marc Faber reforçou outras previsões que tinha feito já em 2013. Segundo ele, estamos próximos de um crash tão rápido e doloroso como o que aconteceu em 1987. Naquele ano, mais precisamente no dia 19 de outubro, ocorreu um episódio considerado “traumático” para as bolsas norte-americanos, na chamada segunda-feira negra. Naquela data, os índices acionários mundiais registram forte queda de mais de 20%, enquanto o Dow Jones teve a maior baixa de sua história, de 22,6%.

Apesar deste tombo, ainda há muitos mistérios sobre a sua verdadeira causa: entre tantas referências, como uma convergência entre fatores econômicos e políticos, não há nenhum consenso sobre o que realmente levou a essa queda tão forte. “Eu acho que é muito provável que nós estamos vendo, nos próximos 12 meses, um crash parecido “, disse Faber. “E eu suspeito que vai ser ainda pior”, destacando que a forte venda das ações do setor de tecnologia está apenas começando.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.