PMDB: Ruim com ele, pior sem ele

Estes serão os principais temas aboradados no Na Real na TV desta segunda-feira (13), que contará com a presença do cientista político e professor da FGV Cláudio Couto

Mário Braga

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SÃO PAULO – O PMDB vai continuar “fortíssimo” independentemente dos desafios políticos e jurídicos que o governo Michel Temer enfrentar. A avaliação do cientista político e professor da FGV Cláudio Couto. “O que difere o PMDB é que o partido tem lideranças que sabem fazer o jogo institucional. “(José) Sarney, Moreira (Franco), (Romero) Jucá, (Eliseu) Padilha, Renan (Calheiros). Pode-se ter ressalvas do ponto de vista moral, mas eles sabem como se portar institucionalmente. Outros partidos não têm isso”, afirmou em entrevista ao Na Real na TV..

Segundo o especialista, sob o comando dos caciques peemedebistas, existe previsibilidade nas instituições. Neste sentido, os reflexos da Operação Lava Jato podem acabar por limar do quadro político brasileiro lideranças que sabem fazer articulação institucional e isso pode afetar o país porque não se sabe o que poderia ocorrer daí pra frente. Se há críticas à forma como o PMDB conduz a política, as incertezas e a imprevisibilidade sem a lengda como player importante do jogo político também podem ser prejudiciais.

PT
Analisando a atual situação do PT, Couto considera que a legenda perdeu relevância após as eleições de 2016. “O PT perdeu 60% dos prefeitos. Era uma partido de grandes centros e, de repente, virou de cidades pequenas”, disse acrescentando que ao se considerar a população administrada pelos partidos brasileiros, a sigla petista fica apenas em 11º lugar.

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Esses números sinalizam que o PT também pode ter dificuldades para eleger deputados nas próximas eleições. “Se o PT chega em 2018 muito frágil, deixa de ser relevante no médio prazo”.

Delações premiadas
As prisões preventivas e temporárias por prazos indeterminados que estão sendo empregadas na Operação Lava Jato são uma forma de “extorquir delações premiadas” dos investigados na avaliação do cientista político e professor da FGV Cláudio Couto. “O que estamos vendo é uma forma de tortura light. Com a pessoa presa, e implicitamente deixar claro que ela só sai se falar alguma coisa”, disse, em entrevista ao Na Real na TV. 

Neste sentido, disse o especialista, as articulações do mundo político para alterar as regras de delações premiadas são legítimas. “Combater o ‘jacobinismo judicial’, faz sentido”, afirmou, em referência ao movimento consagrado na Revolução Francesa do século XVIII. Couto faz a ressalva, no entanto, que não é contrário às delações premiadas de presos de maneira irrestrita.

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“Se for um preso temporário, sem ser julgado, eu acho legítimo o debate de que não deve ser permitido fazer delação. Mas isso não faz sentido para quem está preso porque já foi julgado, está condenado e responde a outros processos em que pode colaborar, por exemplo”, argumentou.

Mundo político x Lava Jato
Questionado se propostas como esta, que foi defendida pelo senador Edison Lobão (PMDB-MA), podem representar um movimento do mundo político para tentar barrar a Operação Lava Jato, o professor da FGV disse concordar que há uma articulação neste sentido, mas que não deve ser capaz de alcançar seu maior objetivo. “Esse movimento pode prosperar em alguma medida, mas não plenamente”, ponderou.

O programa Na Real é transmitido ao vivo todas as segundas-feiras das 14h00 às 14h30 na InfoMoneyTV. Para conferir a grade completa com as gravações anteriores, clique aqui.