Plano republicano para abismo fiscal é desequilibrado, diz Obama

Para o presidente dos EUA é importante para os republicanos reconhecer que os impostos têm de subir para os mais ricos

Reuters

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WASHINGTON – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, rejeitou na terça-feira (4) uma proposta republicana para solucionar o iminente abismo fiscal, classificando-a como “ainda desequilibrada”, e insistiu que qualquer acordo precisa incluir um aumento nos impostos para os norte-americanos mais ricos.

Obama afirmou à emissora de TV Bloomberg que a confiança dos republicanos em eliminar deduções fiscais em vez de deixar os impostos subirem entre os norte-americanos com renda superior a 250 mil dólares por ano não arrecadaria dinheiro suficiente para financiar o governo.

O presidente da Câmara dos Deputados, o republicano John Boehner, de Ohio, lançou uma proposta na segunda-feira (3) que defendia cortes de gastos, mas não cedeu terreno para o pedido de Obama por aumentos de impostos para os 2 por cento mais ricos dos EUA.

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“Infelizmente, a proposta do presidente da Câmara ainda é desequilibrada. Você sabe, ele fala, por exemplo, sobre 800 bilhões de dólares em receitas, mas ele diz que vai fazê-lo por meio da redução de impostos. E quando você analisa a conta, não funciona”, disse Obama.

O presidente norte-americano, que conquistou sua reeleição no mês passado, disse que é importante para republicanos reconhecer que os impostos têm de subir para os mais ricos a fim de gerar receita suficiente para equilibrar os cortes de gastos automáticos.

“Teremos de ver os impostos sobre os 2 por cento mais ricos subirem. Não seremos capazes de chegar a um acordo sem isso”, completou.

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Obama disse ainda nesta terça-feira que, embora seja necessária uma alta dos impostos para um acordo com o objetivo de solucionar o abismo fiscal, talvez seja possível diminuir as taxas sobre os norte-americanos de renda mais elevada no ano que vem, como parte de reformas tributárias que evitariam brechas e limitariam deduções.

“Vamos deixar que eles subam”, disse Obama à Bloomberg em entrevista, referindo-se aos impostos pagos pelos norte-americanos mais ricos.

“E então vamos estabelecer um processo em que, em um momento definido, no final ou no segundo semestre de 2013, quando trabalharmos com reformas tributárias, analisaremos quais brechas e deduções tanto democratas quanto republicanos estão dispostos a resolver, e é possível que sejamos capazes de reduzir os impostos com a ampliação da base tributária”.

Obama reconheceu que há mais cortes de gastos possíveis e prometeu trabalhar com Boehner para conter no orçamento o que ele chamou de custos excessivos no sistema de saúde, mas que um acordo não é possível sem elevar os tributos para os mais ricos.

“Provavelmente conseguiríamos espremer por mais cortes, embora já tenhamos feito mais de 1 trilhão de dólares em cortes de gastos”, disse ele.