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As commodities já vinham pressionadas. Mas agora tem influência adicional, com a piora dos indicadores internacionais, notadamente nos Estados Unidos.
Segundo Samuel Isaak, analista de commodities da XP, que participou nesta terça-feira (6) de Morning call, a piora do cenário macro global tem impacto direto nos preços das matérias-primas.
A queda do preço do petróleo, “a mãe de todas as commodities”, é o exemplo maior do que isso representa, segundo o analista.
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Impacto em cadeia
“Todos os óleos vegetais são muito utilizados para biocombustíveis, competindo com os derivados de petróleo, como diesel e gasolina. Da mesma forma, o mercado de açúcar e etanol acaba competindo lá na bomba do posto de combustível. Até o algodão compete, já que o petróleo é usado para produzir fibras sintéticas”, explicou.
“Então, essa queda do petróleo e a piora do cenário macro global acabam trazendo uma ‘onda’ para todas as outras commodities”, destacou.
Tamanho da safra agrícola nos EUA
“No mercado de grãos, a gente está muito de olho na safra americana”, disse. Samuel Isaak explica que vai ser anunciado na segunda-feira (12) o tamanho da safra nos Estados Unidos e se espera uma elevação de produtividade, mantendo a pressão sobre as commodities agrícolas, principalmente soja e milho.
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Influência da doença de Newcastle
No caso das commodities de proteína animal, há expetativa no Brasil sobre o resultado da balança comercial de julho, que será divulgado nesta terça à tarde, para saber os efeitos da doença de Newcastle, que afetou as exportações de frango.
“Restringiram as exportações de frango e o mercado ficou preocupado se isso poderia gerar um desbalanceamento da oferta e da demanda, represando muito os produtos e derrubando os preços”, comentou.
“Alguns dados preliminares de exportações estão vindo bem, apesar dos embargos de países importadores importantes”, acrescentou.
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Produção do açúcar na Ásia
Já no mercado de açúcar e etanol, ele afirmou que há um impasse do que vai acontecer no Brasil e no sul da Ásia, principalmente na Índia e na Tailândia.
“O Brasil tem avançado de forma acelerada na colheita de cana, mas espera-se que a partir de agora, na segunda metade da colheita, comece a ter uma queda de produtividade por conta de um clima mais seco nos últimos seis meses”, ressaltou.
“Isso poderia trazer um suporte aos preços internacionais, mas, em contrapartida, as chuvas na Índia e na Tailândia vêm sendo positivas até o momento”, complementou.
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A Tailândia é o segundo maior exportador de açúcar do mundo depois do Brasil. “O mercado está aguardando para saber qual é o tamanho dessa possível queda de moagem no Brasil e qual o potencial efetivo da safra lá na Tailândia e na Índia”, afirmou.
Segundo o analista, isso será decisivo para determinar o preço internacional do açúcar.