PIB dos EUA caminha para crescer abaixo de 1% ao ano até 2030, diz gestor

Custos elevados e queda na produção de serviços e de avanços em tecnologia pressionarão a economia, diz Jeremy Grantham, fundador e chefe de análise da gestora GMO

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SÃO PAULO – O PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos está no caminho de crescimento abaixo de 1%, segundo estudo chamado “No caminho do crescimento zero”, escrito por Jeremy Grantham, fundador e chefe de análise da gestora GMO – responsável pela administração de US$ 100 bilhões em ativos. Pela previsão, o país deverá se expandir cerca de 0,9% ao ano até 2030, e reduzir essa expansão para uma média cerca de 0,4% ao ano até 2050.

O aumento de custos com recursos e a retração na produção de serviços deverão levar a maior economia do mundo rumo ao baixo crescimento. Conforme aponta o estudo, a produção de serviços deverá ter expansão de cerca de apenas 1,3% por volta de 2030.

“A economia dos EUA estava acostumada a crescer mais de 3% ao ano, por séculos, mas isso não é algo que será interrompido apenas temporariamente. É para sempre. Ainda assim, muita gente da área de negócios e também o Fed, afirma que o PIB recuperará as antigas taxas”, disse o estudo.

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Já os custos, especialmente com petróleo, vão onerar em demasia o orçamento do maior consumidor da commodity. Se por um lado o óleo valorizado prejudicará a economia norte-americana, por outro, isso turbinará o PIB brasileiro, diz Grantham. A estimativa é que o preço do barril nacional, oriundo do pré-sal, custe cerca de US$ 150 a US$ 200, ante custo de US$ 10 do óleo saudito.

A expectativa é que os preços com alimentos também cresça, por conta de fatores climáticos, como enchentes, que deverão aumentar. “Com muita sorte, não veremos mudanças drásticas antes de 2030, mas com certeza as tensões climáticas vão se acelerar no período de 2030 até 2050.”

Caso a produção de recursos aumente ou a demanda diminua, os custos devem arrefecer. O estudo ressalta que, com mais investimento em inovação, a economia poderá mostrar melhora, mas que essa não é uma hipótese que provável de acontecer.

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A análise acrescenta que não se sabe nem o motivo de os preços começarem a subir com consistência a partir da década de 2000. “Otimismo em excesso e pouca ação podem ser uma combinação extremamente perigosa”, finaliza Grantham.