PIB de 2022 do Brasil, resultados de Petrobras (PETR4) e Ambev (ABEV3): o que acompanhar na semana

Tudo o que o investidor precisa saber antes de operar na semana

Lara Rizério

(Getty Images)

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Após a semana mais curta – mas intensa, com uma queda de 3,09% do Ibovespa com o temor de alta de juros nos EUA – os próximos dias serão mais movimentados na agenda brasileira.

Na política, há três temas principais a serem monitorados na próxima semana, aponta o Itaú. Primeiro, o possível restabelecimento dos impostos federais sobre gasolina e etanol, isentos até 28 de fevereiro. Segundo o noticiário local, as chances são de reversão da tributação, mas o momento ainda é incerto – dependerá de negociações internas do atual governo.

Passando ao segundo ponto, o diretor de política monetária do Banco Central, Bruno Serra, encerra seu mandato e os participantes do mercado estarão atentos às possíveis indicações. Por fim, as discussões em torno da nova regra fiscal permanecem no centro das atenções, principalmente após entrevistas da equipe econômica à mídia esclarecendo alguns pontos, embora sem sinais de resoluções concretas.

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Na agenda econômica, destaca-se a divulgação do PIB do quarto trimestre de 2022 e do ano, na quinta-feira (2). O Bradesco estima que a economia brasileira tenha crescido 0,1% na comparação com o terceiro trimestre e 3% no ano passado, resultado de um bom desempenho do consumo das famílias e das exportações líquidas.

Já o Itaú projeta estabilidade na margem (0,0%na base trimestral e alta de 2,2% ano a ano), com serviços e agropecuária em expansão (+0,2% e +3,2% na base trimestral, respectivamente), enquanto a indústria deve recuar 0,5%.

A agenda semanal traz outros indicadores relevantes como a taxa de desemprego (e demais estatísticas do mercado de trabalho) de dezembro como a Pnad na terça (28), resultados fiscais (governo central na segunda e setor público consolidado na terça) e de crédito referentes a janeiro, além do IGP-M de fevereiro na segunda.

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Para a taxa de desemprego, o Itaú espera que encerre 2022 em 8,0%. Fora isso, as pesquisas de confiança do empresário da FGV de fevereiro serão divulgadas ao longo da semana e podem sair os números de fevereiro dos licenciamentos/instalações de placas da Fenabrave.

Para a inflação medida pelo IGP-M, o banco espera queda mensal de 0,03%, levando a taxa anualizada a 1,9%, ante 3,8% em janeiro. Tanto os preços agrícolas quanto os industriais no atacado podem apresentar alguma deflação, refletindo a queda nos preços da soja, bem como a desaceleração dos preços do minério de ferro.

Com relação ao setor externo, a balança comercial de fevereiro será divulgada na quarta-feira (1). “Esperamos um superávit de US$ 2,0 bilhões, um pouco abaixo do superávit de US$ 2,6 bilhões de janeiro. As exportações devem desacelerar (US$ 21,0 bilhões, -6,2% anual na média diária), enquanto as importações devem acelerar (US$ 19,0 bilhões, +5,6% na base anual)”, aponta.

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Já sobre o resultado primário do governo central de janeiro, o banco projeta superávit de R$ 85,6 bilhões. O resultado primário consolidado também será divulgado e estima superávit de R$ 97,2 bilhões.

A temporada de resultados também volta a ganhar força, com destaque para resultados como das gigantes Petrobras (PETR3;PETR4) na quarta e Ambev (ABEV3) na quinta, assim como divulgação dos números de Suzano (SUZB3), Gerdau (GGBR4), BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3).

Para o Itaú BBA, com relação à Petrobras, a queda dos preços de petróleo juntamente com o volume em linha com o do trimestre anterior deve levar à contração de receita em relação ao terceiro trimestre, que deve se traduzir em uma queda do lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) na mesma comparação. Mas os olhos do mercado ficarão voltados aos dividendos a serem divulgados pela companhia em meio às mudanças de gestão.

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Para a Ambev, o banco acredita que a divisão Cerveja Brasil deve mostrar volumes mais baixos do que a expectativa de mercado, levando à contração da receita em relação ao mesmo período do ano anterior. Do lado de custos, projeta que a inflação ainda afete a operação, o que provavelmente levará à contração da margem Ebitda (Ebitda sobre receita líquida)

Confira abaixo os balanços previstos para a semana:

Segunda-feira (27)

AES Brasil
Aura Minerals
EDP – Energias do Brasil
Fras-Le
GPA
Intelbras
IRB Brasil

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Terça-feira (28)

Omega Energia
BRF
Cosan
Hapvida Intermédica
Iguatemi
Marcopolo
Mills
Randon
SulAmérica
Suzano

Quarta-feira (1)

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Gerdau
Metalúrgica Gerdau
Blau Farmacêutica
C&A Brasil
Cambuci
Enauta
Marfrig
Odontoprev
Petrobras
PRIO (ex-PetroRio)
Vulcabras Azaleia
WDC Networks

Quinta-feira (2)

Ambev
Alupar
Caixa Seguridade
Grendene
Grupo GPS
Grupo SBF (Centauro)
Ourofino Saúde Animal
PagSeguro
VTEX
ZAMP (ex-BK Brasil)

Sexta-feira (3)

Lupatech

Dados preliminares de inflação no euro e PMI na China

No exterior, o destaque da semana será a leitura preliminar da inflação ao consumidor da Área do Euro referente a fevereiro, na quinta.

“Diante da agenda relativamente esvaziada, investidores estarão atentos também às leituras finais dos índices PMI de fevereiro para várias partes do mundo, com destaque para o índice composto da China. O indicador pode trazer mais informações sobre a temperatura da economia chinesa após a reabertura e o Ano Novo Lunar”, destaca o Bradesco. O indicador será divulgado quinta às 22h45 (horário de Brasília).

Nos Estados Unidos, haverá as sondagens de manufatura e serviços para fevereiro, na quarta e sexta-feira, respectivamente.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.