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SÃO PAULO – O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou nessa sexta-feira o Produto Interno Bruto (PIB), em volume, do Brasil referente ao segundo trimestre do ano de 2002. No período, o PIB a preços de mercado registrou elevação de 0,99% em relação ao segundo trimestre do ano anterior, ficando assim em linha com as estimativas, já que o mercado apostava em variação positiva de 1%.
Já no comparativo entre semestres, o PIB brasileiro registrou crescimento de 0,14% entre os seis primeiros meses deste ano comparativamente ao mesmo período de 2001. Finalmente, a economia registrou avanço de 0,61% em relação ao primeiro trimestre deste ano, na série com ajuste sazonal.
Indústria recua 1,78% no comparativo entre semestres
O resultado da variação de 0,14% do PIB no comparativo entre semestres se deveu ao crescimento de 0,66% no valor adicionado a preços básicos e da queda de 3,88% nos Impostos sobre Produtos. Em relação aos setores que contribuem para a geração do valor adicionado, houve crescimento da agropecuária (4,51%) e dos serviços (1,55%), ao passo que as atividades relacionadas à indústria registraram declínio de 1,78%.
Dentre os subsetores da indústria, o único que apresentou taxa positiva foi a Extrativa Mineral (11,71%). O subsetor que apresentou maior queda foi Construção Civil, que recuou 7,32%, enquanto os serviços industriais de utilidade pública apresentaram retração de 7,29% e a de transformação, de 0,30%.
No setor de serviços, praticamente todos componentes registraram crescimento, exceto o comércio, atacadista e varejista, que recuou 2,26% neste comparativo.
No comparativo entre trimestres, indústria registra leve alta
No segundo trimestre deste ano, em comparação com o de 2001, o crescimento de 0,99% foi fruto do aumento de 1,29% no valor adicionado a preços básicos e queda de 1,34% nos impostos sobre produtos. Todos os setores que contribuem para a geração do valor adicionado apresentaram crescimento: Agropecuária (4,64%), Indústria (0,30%) e Serviços (1,39%).
O resultado do crescimento da indústria, no entanto, foi prejudicado pela forte queda de 5,74% das atividades relacionadas à construção civil e de 2,34% dos serviços industriais de utilidade pública, praticamente anulando o forte crescimento de 15,57% da indústria extrativa mineral.
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Resultado reflete panorama atual da economia
O resultado do PIB brasileiro no primeiro semestre, praticamente estagnado frente a igual período do ano passado, reflete a atual situação macroeconômica por que passa o país. Nesse sentido, a manutenção da taxa de juros em patamares tão elevados, visando principalmente conter a inflação para arcar com a meta estipulada junto ao FMI (Fundo Monetário Internacional), nitidamente desacelerou o ritmo de crescimento da economia brasileira.
Além disso, a forte depreciação cambial no comparativo entre semestres também prejudicou a economia brasileira, ainda dependente da importação de uma série de produtos. A situação econômica internacional também não ajuda, já que a principal economia mundial, a norte-americana, também vem enfrentando dificuldades para reerguer-se.
Finalmente, vale lembrar que, no comparativo entre trimestres, o crescimento do PIB foi mais expressivo pois, no segundo trimestre de 2001, a economia já estava em compasso de desaceleração em função do início do racionamento de energia.
PIB será revisado posteriormente
De acordo com a metodologia do IBGE, desde outubro de 2000 as estatísticas trimestrais do PIB brasileiro têm sido divulgadas através das Contas Nacionais Trimestrais, que são publicadas duas vezes por trimestre.
As Contas Nacionais Trimestrais são publicadas 60 dias após o final do trimestre com séries de indicadores de volume do PIB brasileiro para o trimestre de referência. Trinta dias depois são divulgadas as Contas Nacionais Trimestrais com indicadores de volume e valores correntes, assim como os valores correntes do PIB brasileiro e a revisão dos indicadores de volume, previamente divulgados.