PGR fecha delação com fundador e outros três ex-executivos da Hypera com multa recorde de mais de R$ 1 bilhão

A colaboração de Júnior prevê pagamento da maior multa da história de um acordo de delação, de R$ 1 bi em recursos financeiros a serem pagos parceladamente

Equipe InfoMoney

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A Procuradoria Geral da República (PGR) encaminhou na última segunda-feira (17) ao Supremo Tribunal Federal (STF), um acordo de delação com João Alves de Queiroz Filho (mais conhecido como Júnior) e outros três ex-executivos da Hypera Pharma (HYPE3), segundo informações do Valor e da Reuters. A companhia não se pronunciou sobre o assunto.

A colaboração de Júnior prevê o pagamento da maior multa da história de um acordo de delação, no valor de R$ 1 bilhão em recursos financeiros a serem pagos parceladamente. Há ainda outros R$ 95 milhões que serão bancados pelos demais delatores ligados ao grupo.

Em abril de 2018, Queiroz Filho pediu afastamento da presidência do Conselho de Administração da Hypera em meio a investigações envolvendo a delação premiada de um ex-executivo da companhia.

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De acordo com o Bradesco BBI, embora ainda não existam evidências das possíveis consequências do acordo de delação com Junior e os ex-executivos, até o momento se entende que o valor de quase R$ 1,1 bilhão será pago exclusivamente por ex-executivos e a Hypera não será responsável para qualquer pagamento.

No entanto, é importante mencionar que este acordo é parte de um processo que corre paralelamente à investigação conduzida pelo Ministério Público Federal, a “Operação Tira-Teima”, que já resultou em uma revisão por um comitê interno independente que levou alguns executivos a pagarem R$ 145 milhões de volta à empresa como compensação. A empresa aguarda agora uma análise mais aprofundada do poder público para se posicionar o caso.

A Polícia Federal deflagrou a operação Tira-Teima para investigar executivos acusados de pagarem propina a políticos do MDB e do PSDB, dentre eles o ex-diretor Nelson José de Mello. Foram encontrados indícios de pagamentos indevidos no valor de R$ 110,5 milhões, além dos R$ 33,1 milhões que foram objeto de instrumento de transação firmado com o ex-administrador, que reconheceu sua obrigação de indenizar a Hypera.

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Os analistas do banco possuem recomendação neutra para a ação, com preço-alvo de R$ 38.

Já o Credit Suisse aponta que isso abre caminho para a Hypera negociar um acordo de leniência. “As multas não devem ser um importante fator de alavancagem”, avalia.

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