PetroReconcavo: dividendo de R$ 379 mi anima e RECV3 salta 7,5% em 2 sessões após 3T

Papéis registraram ganhos mesmo em sessão de queda do petróleo

Equipe InfoMoney

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As ações da PetroReconcavo (RECV3) seguem registrando ganhos, com avanço de 2,62% na sexta (8) e uma alta de 4,71%, a R$ 18,46, nesta segunda-feira (11). Em duas sessões, a alta foi de 7,45%.

O movimento se seguiu mesmo com a queda do petróleo nesta segunda, com os investidores ainda repercutindo o resultado do terceiro trimestre de 2024 (3T24) e, mais ainda, a divulgação dos proventos.

Conforme destaca a XP Investimentos, a PetroReconcavo divulgou os resultados do 3T24 na noite de quinta-feira (7) com um desempenho estável que ficou em linha com as estimativas da casa.

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O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) foi de R$ 470 milhões (-2% trimestre a trimestre, +5% na base anual e +3% versus as suas expectativas).

Na visão do Bradesco BBI, o Ebitda trimestral praticamente estável da empresa foi principalmente resultado de: (i) R$ 24 milhões em receitas do segmento de plataformas e serviços (RSO) de R$ 7 milhões no 2T24; (ii) receitas de petróleo estáveis, pois a taxa de câmbio mais alta mais do que compensou os preços realizados de petróleo 6% mais baixos; (iii) receitas de gás natural 2% mais altas, refletindo uma redução de apenas 2% no preço realizado do gás, já que a maioria dos volumes contratados incluía uma taxa fixa, diminuindo a exposição direta aos preços do Brent, o que compensou um aumento de 7% em custos e despesas, alimentado principalmente por maiores custos de serviços e materiais, o que refletiu um aumento do custo de elevação para US$ 13,80/barril de US$ 12,62 no trimestre anterior.

Enquanto isso, o lucro líquido chegou a R$ 159 milhões (alta de 17%) devido a um menor impacto da variação cambial nos resultados financeiros, que totalizaram R$ 40 milhões no 3T24 de 216 milhões no 2T24, parcialmente compensado por um imposto de renda mais alto (R$ 37 milhões), contra uma contribuição fiscal de R$ 83 milhões no 2T24.

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A XP aponta que o principal destaque foi a distribuição de dividendos. A petroleira anunciou um pagamento de R$ 379 milhões – um dividend yield (dividendo sobre o valor da ação) de 7,2%. Essa distribuição se soma aos juros sobre capital próprio (JCP) de R$ 410 milhões anunciados no 2T24, totalizando um yield de 15% até o momento no ano. “Em nossa opinião, essas distribuições são consistentes com o balanço patrimonial desalavancado da RECV3“, avaliam os analistas.

O BBI ressalta que, embora até agora em 2024 a produção tenha sido fraca, os pagamentos de dividendos foram uma surpresa agradável. O rendimento de 15% neste ano é certamente difícil de ignorar, avalia, pois está no mesmo nível de pesos pesados do setor, como a Petrobras (PETR4), e, se há uma coisa que o desempenho das ações da Petrobras nos últimos dois anos mostrou, é o valor de uma jogada de dividendos no setor de petróleo, especialmente em um mercado volátil como o Brasil.

“Portanto, acreditamos que se a mensagem for que esse nível de pagamento de dividendos é recorrente, o que achamos altamente possível, dada a considerável geração de caixa, mesmo em um cenário de baixa do petróleo devido ao hedge e à exposição a contratos de gás natural com preços fixos, é positiva”, afirmam os analistas do BBI.

Com pagamentos recorrentes de dividendos, a tese de investimento em PetroReconcavo provavelmente se tornaria mais atraente, com as ações provavelmente captando mais fluxos de investidores. “Atualmente, esperamos R$ 711 milhões em pagamentos de dividendos no próximo ano, o que implicaria em um dividend yield de 12%”, avalia o banco.