Petróleo WTI sobe mais de 3% e futuros dos EUA caem com conflito Irã-Israel escalando

Semana promete ser de aversão a risco no mercado

Lara Rizério Agências de notícias

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Os futuros de ações dos EUA caíam na noite deste domingo (15), com a escalada do conflito entre Israel e o Irã elevando os preços do petróleo e aumentando as preocupações dos investidores com a economia global.

Por volta das 19h10 (horário de Brasília), os futuros do Dow Jones Industrial Average caíam 124 pontos, ou 0,3%. Os futuros do S&P 500 perdiam 0,3%, assim como os futuros do Nasdaq 100.

Os futuros do petróleo bruto WTI de maior negociação subiam mais de 3% na noite de domingo, com as negociações acima de US$ 75 o barril, após Israel atacar duas instalações de gás natural no Irã, aumentando os temores de que a guerra se expanda para a infraestrutura energética e interrompa o fornecimento na região.

O petróleo bruto americano subia US$ 2,72, ou 3,7%, para US$ 75,67 o barril.

Os investidores têm acompanhado de perto o Oriente Médio após o ataque israelense ao Irã na semana passada. O Irã lançou mísseis em retaliação, aumentando a gravidade do conflito na região.

Israel lançou ataques aéreos contra o Irã pelo terceiro dia consecutivo no domingo e ameaçou usar força ainda maior, já que alguns mísseis iranianos escaparam das defesas aéreas israelenses e atingiram prédios no coração do país. As negociações planejadas sobre o programa nuclear iraniano, que poderiam fornecer uma saída, foram canceladas.

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O presidente dos EUA, Donald Trump, vetou nos últimos dias um plano israelense para assassinar o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, disse uma autoridade americana à Associated Press, em uma indicação de até onde Israel estava preparado para ir.

Os ataques israelenses mataram pelo menos 406 pessoas no Irã e feriram outras 654, de acordo com um grupo de direitos humanos que monitora o país há muito tempo, o Human Rights Activists, sediado em Washington. Já o Irã diz que ataques israelenses já deixaram 224 mortos.

A região se prepara para um conflito prolongado após o bombardeio surpresa israelense na sexta-feira contra instalações nucleares e militares iranianas, que matou vários generais e cientistas nucleares de alto escalão. Nenhum dos lados demonstrou qualquer sinal de recuo.

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O Irã afirmou que Israel atacou duas refinarias de petróleo, aumentando a perspectiva de um ataque mais amplo à indústria energética iraniana, fortemente sancionada, que poderia afetar os mercados globais. O exército israelense, em uma publicação nas redes sociais, alertou os iranianos para que evacuassem as fábricas de armas, sinalizando uma nova ampliação da campanha.

Israel afirmou ter lançado o ataque para impedir o Irã de desenvolver uma arma nuclear. Os dois países são adversários há décadas.

Explosões sacudiram a capital iraniana, Teerã, por volta do meio-dia e novamente por volta das 15h30. Sirenes soaram em grande parte de Israel por volta das 16h, alertando para o primeiro ataque iraniano durante o dia desde o início dos combates. Mais sirenes soaram por volta das 20h30.

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Israel afirmou que 14 pessoas foram mortas no local desde sexta-feira e 390 ficaram feridas. O Irã disparou mais de 270 mísseis, 22 dos quais atravessaram as sofisticadas defesas aéreas multinível do país, segundo dados israelenses. O principal aeroporto internacional e o espaço aéreo de Israel permaneceram fechados pelo terceiro dia.

O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, afirmou que, se os ataques israelenses ao Irã cessarem, “nossas respostas também cessarão”. O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, criticou os Estados Unidos por apoiarem Israel e disse que, se as “ações hostis” de Israel continuarem, “as respostas serão mais decisivas e severas”, informou a TV estatal.

Trump afirmou que os EUA “não tiveram nada a ver com o ataque” e que o Irã só poderá evitar mais destruição se concordar com um novo acordo nuclear.

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(com agências internacionais)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.