Petróleo pode cair para até US$ 20 o barril em meio à guerra de preços, projetam analistas

Derrocada da commodity pode estar longe do fim

Equipe InfoMoney

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Os preços do petróleo despencam depois que o dramático colapso das negociações entre a Opep e a Rússia levou a Arábia Saudita a iniciar uma guerra de preços. O petróleo tipo Brent chegou a cair quase 30%, para US$ 31 o barril na segunda-feira. Às 9h50 (horário de Brasília), o brent tinha queda de 23%, a US$ 34,73, enquanto o WTI registrava baixa de 23,93%, a US$ 31,50.

E a commodity pode cair ainda mais, com analistas de mercado projetando uma guerra de preços do petróleo que poderia levar a commodity aos US$ 20.

Segundo o Goldman Sachs, o petróleo Brent pode cair para até US$ 20 o barril e testar os níveis em que alguns produtores podem operar, escreveram analistas como Damien Courvalin em relatório. O evento muda completamente as perspectivas para os mercados de petróleo e gás, disse o banco, que reduziu as previsões para o segundo e terceiro trimestres para US$ 30 o barril.

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“Acreditamos que a guerra dos preços do petróleo da Opep e da Rússia começou inequivocamente neste fim de semana”, apontaram os analistas. “O prognóstico para o mercado de petróleo é ainda mais sombrio do que em novembro de 2014”, quando houve a última guerra de preços, já que coincide com o colapso significativo na demanda por petróleo devido ao coronavírus.

Na mesma linha, Ali Khedery, ex-conselheiro sênior da Exxon para o Oriente Médio e agora CEO da empresa americana de estratégia Dragoman Ventures, destacou: “Está chegando em 2020 o petróleo a US$ 20. As implicações geopolíticas são enormes”, apontou no Twitter.

O Bank of America também avalia que o petróleo pode chegar a US$ 20 nas próximas semanas, mas projeta o brent a US$ 45 o barril ao final de 2020 (ante previsão anterior de US$ 54).

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O Bradesco BBI, por sua vez, revisou para baixo as suas expectativas para os preços do brent de US$ 65 para US$ 35 o barril este ano, com a cotação avançando gradualmente para US$ 55 o barril no longo prazo. Os analistas avaliam que haverá uma guerra de preços pela frente e que o movimento surpreendente dos sauditas poderia ser uma tentativa de trazer a Rússia de volta à mesa de negociações. Contudo, eles não avaliam que essa “queda de braço” será vencida rapidamente. Assim, é difícil saber quanto esse imbróglio terminará, devendo trazer resultados negativos por um longo período.

Com isso, a Petrobras teve a sua recomendação reduzida de equivalente à compra para neutra pelo Bradesco BBI em meio à revisão dos preços do petróleo pelo banco. O preço-alvo para a Petrobras foi cortado de US$ 18 para US$ 11 o ADR (ou de R$ 38 para R$ 23,50 a ação preferencial).

Uma queda tão forte, caso se mantenha, ameaçaria orçamentos de países como Venezuela e Irã, colocaria em risco a revolução do gás de xisto dos Estados Unidos e abalaria a política em todo o mundo.

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Para bancos centrais, a perspectiva de desestabilização dos preços é outra complicação, pois já tentam aliviar o impacto da epidemia de coronavírus na economia. E um longo período de petróleo barato poderia até prejudicar o combate à mudança climática, o que atrasaria a transição para energias renováveis.

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(Com Bloomberg)