Petróleo perto dos US$ 100 volta a pressionar os preços no Brasil

Na sexta, barril atingiu US$ 95 e, com a ameaça da Rússia de invadir a Ucrânia, alguns economistas já falam da possibilidade da cotação ultrapassar US$ 120

Estadão Conteúdo

Publicidade

Depois de subir 54% em 2021 – o que resultou em uma alta de 47,5% no preço da gasolina no Brasil, tornando-se umas das principais fontes de pressão inflacionária -, o petróleo já avançou mais 18,2% neste começo de ano.

Na sexta-feira, o barril atingiu US$ 95 e, diante da ameaça da Rússia de invadir a Ucrânia, alguns economistas já falam da possibilidade de a cotação ultrapassar US$ 120.

Importante produtor de petróleo, a Rússia poderia, em meio a uma guerra, interromper o fluxo do produto – o que elevaria a cotação da commodity. “Só a expectativa de invasão já causa uma pressão nos preços. Estamos revisando nossas projeções de petróleo para incorporar essa história toda. O viés é de alta”, diz a economista-chefe da Tendências Consultoria, Alessandra Ribeiro.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Com a expectativa de que haveria um aumento da oferta de petróleo na América do Norte e uma leve desaceleração na demanda, Alessandra projetava que o barril terminaria 2022 ao redor de US$ 65.

“Esse patamar daria um bom alívio para a inflação.” Inclusive, significaria uma queda de 16% na comparação com o valor registrado no fim de 2021. O cenário, no entanto, mudou mais uma vez, e o petróleo, seu efeito na inflação e na atividade voltaram a se tornar uma preocupação para governos de todo o mundo.

REVIRAVOLTAS

Continua depois da publicidade

Há 22 meses, sobrava petróleo no mundo. Com a pandemia e países em lockdown, a demanda pelo produto despencou em 2020, os estoques ficaram abarrotados e, de repente, era preciso pagar para armazenar o óleo – o que fez o preço do WTI (tipo de petróleo produzido nos EUA) retrair. O barril do Brent (um petróleo mais leve e que serve como principal referência global) caiu na época para menos de US$ 20 – a primeira vez desde 2001 -, e a cotação parecia longe de se tornar um problema.

A demanda, porém, voltou muito mais rápido do que se previa, impulsionada por estímulos econômicos adotados por vários governos, e os países produtores não acompanharam o ritmo. Agora, quando se esperava uma acomodação, o preço voltou a disparar.

“Se houver um conflito, o céu é o limite (para a cotação). Caso não haja, provavelmente estamos perto do pico. A conclusão é de que, nos próximos meses, o preço ainda vai ser alto. Se não tiver guerra e o Banco Central dos EUA aumentar o juro, é possível que a demanda esfrie um pouco”, diz José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados.

Continua depois da publicidade

Procurando uma boa oportunidade de compra? Estrategista da XP revela 6 ações baratas para comprar hoje.