Petróleo fecha em queda, apesar de tensão geopolítica, limitado por estoques nos EUA

Movimento foi provocado pelos dados de estoques nos EUA, que aumentaram pela segunda semana consecutiva

Estadão Conteúdo

Equipamento de perfuração de petróleo nas proximidades de Fellows, California
Equipamento de perfuração de petróleo nas proximidades de Fellows, California

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Os contratos futuros de petróleo recuaram no fim do pregão e fecharam a quarta-feira, 21, em queda, estendendo as perdas da terça-feira, 20. O movimento foi provocado pelos dados de estoques da commodity nos Estados Unidos, que aumentaram pela segunda semana consecutiva.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato de petróleo WTI para julho caiu 0,74% (US$ 0,46), fechando a US$ 61,57 o barril. O Brent para julho, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 0,72% (US$ 0,47), para US$ 64,91 o barril.

Dados divulgados nesta quarta-feira pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos EUA mostraram que os estoques comerciais de petróleo aumentaram em 1,3 milhão de barris na última semana, contrariando as expectativas de queda de 800 mil barris. Os estoques de gasolina e destilados também subiram.

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Mais cedo, os contratos futuros de petróleo chegaram a avançar mais de 1% após uma reportagem da CNN sugerir que Israel pode estar se preparando para atacar instalações nucleares do Irã, ação que poderia ameaçar significativamente a oferta de petróleo no Oriente Médio.

“O mercado não está precificando uma escalada total entre Israel e Irã, pelo menos por enquanto”, afirma Priya Walia, da Rystad Energy. “Se as tensões aumentarem, poderemos ver mudanças temporárias no comércio ou uma perda de oferta de cerca de 500 mil barris por dia – algo que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) pode compensar relativamente rápido.”

No entanto, Walia alerta que qualquer desdobramento que afete o Estreito de Hormuz – um dos principais pontos de passagem do comércio global de petróleo – teria impacto muito mais disruptivo no mercado.

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“Ainda esperamos que os preços continuem subindo devido aos fundamentos típicos do verão no Hemisfério Norte e às incertezas persistentes em relação ao Irã, à Rússia e à Venezuela”, acrescenta o analista de commodities da Rystad Energy.