Petróleo fecha em queda acima de 2%, com novo aumento de oferta da Opep+

Brent recuou 2,23% e WTI caiu 2,47% em meio a sinais de aumento de produção e tensões políticas

Estadão Conteúdo

Uma bomba de óleo é vista na região de Loco Hills, no Novo México, Estados Unidos, em 6 de abril de 2023. A imagem ilustra a atividade de extração de petróleo na área, que é conhecida por suas operações de perfuração e produção de petróleo. REUTERS/Liz Hampton/Foto de Arquivo.
Uma bomba de óleo é vista na região de Loco Hills, no Novo México, Estados Unidos, em 6 de abril de 2023. A imagem ilustra a atividade de extração de petróleo na área, que é conhecida por suas operações de perfuração e produção de petróleo. REUTERS/Liz Hampton/Foto de Arquivo.

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Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda acima de 2% nesta quarta-feira, 3, pressionados pelos relatos de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+) planeja anunciar um aumento novamente sua produção em sua próxima reunião. Enquanto isso, líderes europeus seguem tratando com Kiev sobre a guerra da Ucrânia, discutindo especialmente as chamadas garantias de segurança e questionando a real intenção do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de buscar uma solução para o conflito. A possibilidade de novas sanções a Moscou em caso de as tratativas de paz não avançarem vem sendo reforçada.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para outubro fechou em baixa de 2,47% (US$ 1,62), a US$ 63,97 o barril. Já o Brent para novembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 2,23% (US$ 1,54), a US$ 67,60 o barril.

Segundo a Reuters, a Opep+ vai considerar aumentar sua oferta de petróleo mais uma vez em reunião no domingo (07), citando duas fontes com conhecimento do assunto, à medida que o cartel busca recuperar participação de mercado. O TD Securities vê uma queda iminente nos preços do petróleo bruto. “A reversão implacável dos cortes extraordinários de produção pela Opep será acompanhada por oferta adicional da Guiana e do Brasil, o que, em última análise, aumentará a pressão sobre os preços do petróleo nos próximos meses”, aponta.

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Putin afirmou nesta quarta estar disposto a se reunir com o homólogo ucraniano, Volodimir Zelenski, para discutir uma solução para o conflito entre os dois países, mas impôs que o encontro ocorra em Moscou. O russo confirmou que o líder americano, Donald Trump, lhe pediu para se reunir com Zelenski. Putin disse que nunca descartou a possibilidade de um encontro com o homólogo ucraniano, embora tenha questionado se a reunião faria “algum sentido”.

Nos efeitos das sanções, Tom Reed, vice-presidente de petróleo e derivados para a China da Argus, aponta que os diferenciais de entrega para China e Índia do petróleo russo do tipo Urals caíram em resposta à ameaça de tarifas recíprocas sobre a Índia. “Isso incentivou empresas chinesas a comprar mais do produto Urals para entrega em outubro. As empresas indianas interromperam brevemente as compras de Urals, mas voltaram a comprar em meados agosto, quando ficou claro que as tarifas não estavam, de fato, ligadas às aquisições de petróleo russo. Isso sugere que o efeito paradoxal da ameaça tarifária foi, na prática, reduzir o custo do petróleo russo para a Índia”, conclui.