Petrobras volta aos R$ 5,00 e opções disparam 150%; BTG salta até 17% com rumor de OPA

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira (22)

Paula Barra

Setor extrativo foi destaque de baixa em janeiro, mas projeções para o ano são boas

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SÃO PAULO – Ações da Petrobras e Vale deram força à disparada do Ibovespa nesta segunda-feira (22), que marcou o maior fechamento do índice este ano, a 43.245 pontos. A euforia veio em meio à alta das commodities e a deflagração da 23ª fase da Operação Lava Jato, que teve como alvo a prisão do marqueteiro do PT, João Santana.

Lá fora, o petróleo disparou mais de 5%, com a Rússia sinalizando sobre congelamento de produção de petróleo, enquanto o minério de ferro saltou 6%, superando o patamar dos US$ 50,00 a tonelada. O movimento conduziu a disparada de 11% e 16% das ações da Vale e Petrobras, respectivamente. Na esteira, apareceram as ações da siderúrgica CSN, que saltaram 10%, destoando dos demais papéis do setor. 

Durante o programa do Comprar ou Vender, do InfoMoney, nesta segunda-feira, o analista Flávio Conde, da consultoria WhatsCall, disse que essa era a hora de comprar Ibovespa e Petrobras. Pessimista com os ativos desde junho do ano passado, essa é a primeira vez que o analista recomenda compra. Já sobre o dólar, ele acredita que tende a cair para os R$ 3,80 até o final desta semana (confira o programa na íntegra clicando aqui). 

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Além disso, outro destaque veio em meio a rumor sobre fechamento de capital do BTG Pactual. A notícia levou a disparada de 12% dos papéis do banco. As ações da Brasil Pharma, que têm o BTG como maior acionista, saltaram 13,4%. 

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira:

Vale (VALE3, R$ 13,14, +11,07%; VALE5, R$ 9,40, +8,17%) e siderúrgicas
As ações da Vale dispararam nesta segunda, após o minério de ferro traçar seu caminho de volta acima de US$ 50 por tonelada métrica. O preço sobe com o aumento da produção das siderúrgicas chineses e redução de embarques das mineradoras. O minério com teor de 62% subiu 6,2%, para US$ 51,52 a tonelada seca hoje, no maior nível desde 27de outubro. A commodity subiu 18% este ano, após mergulhar para US$ 38,30 em dezembro, o menor nível em mais de seis anos. 

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 “Há um pouco mais de otimismo no ar, um contraste claro com novembro e dezembro, que tinha uma atmosfera de cemitério”, diz Philip Kirchlechner, da Iron Ore Research Pty, por e- mail. A recuperação deste ano contrasta com a queda de 39% no ano passado, quando a produção das maiores mineradoras, incluindo Rio Tinto , BHP Billiton e Vale, estimulou um excesso de oferta em meio à redução da demanda por aço na China.

Entre as siderúrgicas, a única que acompanhou a euforia foi a CSN (CSNA3, R$ 5,12, +10,58%), que tem exposição ao minério de ferro. Os papéis da Gerdau (GGBR4, R$ 4,13, +0,98%) chegaram a subir 4,6%, mas perderam força, assim como os da Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 1,55, +2,65%) e Usiminas (USIM5, R$ 0,91, +3,41%). 

Petrobras (PETR3, R$ 7,41, +16,14%; PETR4, R$ 5,04, +13,00%)
As ações da Petrobras dispararam em meio à forte alta do petróleo, com as preferenciais ultrapassando pela 1° vez desde 28 de janeiro o patamar dos R$ 5,00. Lá fora, o petróleo brent subiu 5,06%, a US$ 34,68 o barril.  

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A euforia do mercado levou as opções de compra (“call”) da estatal à disparada nesta sessão. O contrato PETRC23 – que tem vencimento em 21 de março e preço de exercício a R$ 5,00 – subiu 150%, indo a R$ 0,45. As opções, por terem um valor de face muito inferior ao papel, tendem a ter uma oscilação muito mais forte do que o ativo que ela deriva. 

“Hoje temos dois fatores que contribuem para a valorização nas ações da Petrobras. Um deles é a alta do barril de petróleo em função do anúncio da Rússia de que um congelamento de produção pela OPEC é viável”, diz Luciano França, gestor do fundo e sócio da AvantGarde Capital, para a Bloomberg. “Outro é a nova operação da Lava Jato, envolvendo o marqueteiro João Santana. O segundo fator aumenta o risco de uma decisão desfavorável ao Planalto no TSE. Obviamente, dependerá das apurações das provas, mas o aumento desse risco traz bom humor para a ação da Petrobras”, afirma.

E o noticiário sobre a companhia está movimentado: segundo informações da Folha, a Petrobras fez nova proposta por aluguel de sondas da Sete Brasil. A companhia disse que a companhia e a Petrobras estão engajadas em buscar solução.

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E, de acordo com o Estadão, a estatal vai parar de procurar petróleo na Bahia. A empresa informou ao sindicato local que, até março, vai desligar todas as sondas de perfuração terrestre usadas para encontrar novos reservatórios no Estado. Com isso, 344 empregados da prestadora de serviços Lupatech serão demitidos já no mês que vem, segundo o Sindipetro-BA. Mais mil funcionários concursados da Petrobras, que trabalham na região Nordeste se revezando em diferentes bacias, vão perder sua função. A empresa ainda não informou onde e com o que eles vão trabalhar daqui para a frente.

“O número de demissões vai ser muito maior (do que os da Lupatech), já que, por desdobramento, trabalhadores das áreas de transporte, alimentação, vigilância e serviços especiais também serão impactados”, informou o sindicato, em nota. Atualmente, a Petrobras atua em 37 blocos exploratórios na Bahia, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A produção média no Estado já chegou a superar os 40 mil barris diários, mas, sem investimentos de recuperação, hoje está na faixa de 32 mil barris por dia, provenientes de campos terrestres maduros.

BTG Pactual (BBTG11, R$ 18,09, +12,43%)
As units do BTG Pactual deram um salto na Bolsa a partir das 15h (horário de Brasília) em meio a rumor sobre fechamento de capital após venda do BSI, segundo informações da Bloomberg. A notícia levou os papéis para alta de 17,46% na máxima do dia, sendo cotados a R$ 18,90, no maior patamar desde 4 de dezembro de 2015. O volume financeiro movimentado com o banco foi de R$ 98,4 milhões, bem superior à média diária de R$ 24,17 milhões dos últimos 21 pregões. 

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Na esteira, as ações da Brasil Pharma (BPHA3), que tem como maior acionista o BTG, também passaram a subir forte, embora reação tenha vindo minutos depois por conta da baixa liquidez dos papéis. Na máxima da sessão, os papéis atingiram alta de 17,32%, a R$ 4,81. 

Segundo duas pessoas com conhecimento no assunto disseram à Bloomberg, o Grupo BTG Pactual está considerando um plano para voltar a ser um banco de capital fechado depois de vender o suíco BSI por US$ 1,34 bilhão. Uma das opções é ter um sócio externo que ajude o BTG a comprar ações em circulação no mercado, disse uma das pessoas, que não informou quem seria esse sócio externo.

Os gestores do BTG estão negociando com potenciais sócios para ajudar na compra de 116,7 milhões de ações negociadas na Bovespa, disse à agência uma das pessoas, pedindo para não ser identificada porque não há nenhuma decisão final. Oito principais sócios do BTG já possuem uma participação de controle na empresa. Ao preço de fechamento de sexta-feira, de R$ 16,20 reais, as ações no mercado valiam cerca de R$ 1,9 bilhão (US$ 482 milhões). As pessoas não identificaram possíveis parceiros.

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Cetip (CTIP3, R$ 37,90, -0,92%) e BM&FBovespa (BVMF3, R$ 11,23, +6,45%)
A BM&FBovespa confirmou na sexta uma nova oferta pela Cetip, na qual avalia a empresa em R$ 10,782 bilhões, quase R$ 600 milhões acima do valor proposto em novembro passado, conforme antecipou o Broadcast, serviço em tempo real de notícias da Agência Estado. A Cetip é uma empresa que oferece serviço de registro, central depositária, negociação e liquidação de ativos e títulos. Se a aquisição for concretizada, a união dos dois negócios vai resultar em uma empresa de valor de mercado de cerca de R$ 30 bilhões.  A oferta vinculante estipula um preço de R$ 41 por ação da Cetip, segundo fato relevante divulgado pela bolsa brasileira. A proposta prevê pagamento aos acionistas de 75% em dinheiro (o equivalente a R$ 30,75 por ação) e o restante em ações, na razão de 0,8991 papel ordinário da BM&FBovespa para cada ação ordinária da Cetip. No total, a proposta equivale ao pagamento de R$ 41 por ação.

A BM&FBovespa usou como base o valor de sua ação em 30 de outubro de 2015, dia que antecedeu a primeira proposta pela Cetip e quando o papel fechou a R$ 11,40. Se os acionistas da Cetip aceitarem a oferta, passarão a deter, com base nessa relação de troca, 11,8% do capital da BM&FBovespa.

Segundo avaliação, a Santander Corretora vê potencial de ganho no curto prazo para
BVMF3; a Cetip provavelmente vai avaliar oferta atrativa, afirmam os analistas. De acordo com o BTG Pactual, a operação é “ganha-ganha” para ambos os acionistas das companhias. 

Cemig (CMIG4, R$ 6,22, +3,84%)
Está prevista para esta segunda-feira audiência de conciliação com o STF (Supremo Tribunal Federal) sobre discussão das 3 usinas da Cemig. A expectativa é que a companhia possa manter a operação das usinas em troca de pagamento de uma outorga, disse o BTG Pactual, em nota a clientes. Os pontos em questão são: a qual preço a energia poderá ser vendida; qual o valor da outorga correspondente (e se a Cemig teria balanço para isso); e se o STF vai, de fato, aceitar negociar com a empresa. 

Na sexta-feira passada, os papéis da companhia encerraram como a maior queda do Ibovespa, após ter tido rating rebaixado – juntamente com Sul America (SULA11) e a Cesp (CESP6) – pela agência de classificçaão de risco Standard & Poor’s. A revisão ocorreu após o rebaixamento do rating do Brasil de BB+ para BB na última quarta-feira.  

Eletrobras (ELET3, R$ 6,33, +4,98%; ELET6, R$ 10,34, +3,19%)
Segundo informações do Valor Econômico, uma eventual relicitação dos ativos de transmissão do grupo espanhol Abengoa atrai a Eletrobras (ELET6), caso as condições dos contratos de concessão sejam mais atrativas dos que a atuais, afirmou uma fonte próxima do comando da estatal. Segundo ela, se a taxa de retorno dos projetos for ampliada e/ou se o prazo de concessão das linhas for postergado, os projetos podem gerar rentabilidade para a companhia.

Destaque ainda para a entrevista do ministro de Minas e Energia para a Agência Estado. Eduardo Braga afirmou que a privatização da distribuidora de energia de Goiás (Celg-D), em 30 de março, iniciará a ação do governo para solucionar o imbróglio das companhias de eletricidade federalizadas, que se arrasta há cerca de duas décadas. 

Assim que o processo de venda da Celg entrar “no piloto automático”, disse, começará a ser definida a venda do controle de distribuidoras da Eletrobras no Piauí, Alagoas, Acre e Rondônia, o que daria condições para a recuperação da estatal. Para Braga, o setor energético tem agora duas prioridades: a solução dos problemas de transmissão de eletricidade e medidas para destravar investimentos no setor de petróleo.

BB Seguridade (BBSE3, R$ 25,25, +4,30%)
A BB Seguridade teve lucro líquido de R$ 1,014 bilhão no quarto trimestre, queda de 11% ante o mesmo período do ano anterior, informou nesta segunda-feira. Para 2016, a empresa estimou crescimento do lucro líquido ajustado entre 8% e 12%.

Marcopolo (POMO4, R$ 2,03, +1,00%)
A Marcopolo suspendeu o pagamento de juros sobre o capital próprio em 2016 por conta da crise econômica. O programa de pagamento de JCP poderá ser retomado se ocorrerem mudanças no cenário econômico, disse a companhia em comunicado enviado ao mercado na noite da última sexta-feira.

O  Conselho decidiu também não distribuir dividendos complementares do exercício de 2015, “considerando a atual conjuntura econômica e a instabilidade política do Brasil, e considerando o valor dos juros sobre o capital próprio imputados ao dividendo obrigatório declarado antecipadamente por conta do exercício de 2015 e já pagos”.

CCR (CCRO3, R$ 12,91, +1,41%)
O UBS avalia que a CCR deve ser a principal vencedora nas novas concessões de rodovias e aeroportos a serem realizados nos próximos anos. Além disso, o cenário de dificuldades enfrentadas por outros players do setor de infraestrutura deve diminuir a competição nos certames.

Em relatório, o analista Rogerio Araujo, do UBS, destaca que tanto o governo federal quanto o governo do Estado de São Paulo planejam leiloar um número considerável de ativos de infraestrutura no curto e médio prazos. No entanto, Araujo também afirma que a maior parte das empresas do setor de infraestrutura está sobrecarregada, com alta alavancagem ou elevadas obrigações de investimentos, em função de concessões vencidas no passado recente.

Assim, o analista afirma que, neste cenário, a CCR aparece com vantagem em relação aos seus pares, por possuir um balanço financeiro relativamente confortável. Além disso, as dificuldades de outros players deve reduzir a competição nos leilões, abrindo a possibilidade para que a CCR conquiste novos ativos com taxas internas de retorno atrativas.

Do ponto de vista macroeconômico, Araujo diz que o UBS cortou em 3% as estimativas de tráfego para a CCR no período entre 2016-2017 (excluindo a MSVia) por causa da revisão para baixo das estimativas para o PIB do Brasil. O analista ainda destaca que as taxas de juros mais elevadas (média de alta de 2 pontos porcentuais em 2016-2017) dão suporte a uma alta de 28% nas despesas financeiras da companhia durante o período.

No mesmo relatório, o UBS também avalia a situação da EcoRodovias (ECOR3) e o recente mau desempenho das ações da empresa. Araujo destaca que a CR Almeida não enfrenta mais dificuldades financeiras e que, agora, irá dividir o controle acionário da EcoRodovias com o grupo italiano Gavio. No entanto, o analista afirma que os investidores permanecem incertos quanto à disciplina de capital da empresa e às perspectivas de crescimento com os novos leilões.

Para o UBS, o recente selloff verificado nos papéis da empresa (queda de 32% desde novembro) foi exagerado. Segundo Araujo, as ações devem se recuperar gradualmente, conforme a companhia executar as estratégias já anunciadas e demonstrar maior disciplina de capital.

Hypermarcas (HYPE3, R$ 24,35, -0,16%) 
As ações da Hypermarcas destoaram do movimento do mercado e caíram nesta sessão, registrando na mínima do dia queda de 2,67%, a R$ 23,74, após balanço do 4° trimestre, mas em uma queda bem menos expressiva do que a de 2,67% registrada mais cedo. A companhia teve lucro líquido de R$ 283 milhões no quarto trimestre, salto ante os R$ 71,5 milhões obtidos no mesmo período de 2014. O resultado foi apoiado em ganhos gerados por venda de ativos. A empresa registrou no período pagamento relacionado à venda de sua divisão de cosméticos à Coty, o que gerou um ganho de 214,4 milhões de reais no período.

Após os números o Itaú BBA rebaixou a recomendação das ações para “market perform” (desempenho em linha com a média), destacando como negativa a deterioração da margem bruta. O BTG Pactual, no entanto, comentou que o resultado até pode decepcionar alguns players, mas ele segue com ‘call’ positivo no papel.

Os analistas do BTG ressaltam que a divisão pharma mais adoçantes reportou crescimento de 6% da receita, que veio principalmente de ganho de participação no mercado (0,6 ponto percentual em pharma no ano, atingindo 10,5%). “2016 está sendo difícil para consumo em geral e Hypermarcas está bem posicionada, ganhando share, com baixa alavancagem e crescimento de lucro por ação”, comentaram.

No trimestre, a receita líquida somou R$ 756,2 milhões, crescimento de 5,9% na comparação anual. As despesas com marketing subiram 8,2%, enquanto as despesas administrativas e gerais recuaram 10,6% no período. A Hypermarcas terminou 2015 com dívida líquida de 2,2 bilhões de reais. 

Bancos
Em dia de euforia com o exterior, os bancos se beneficiam e subiram forte: Banco do Brasil (BBAS3, R$ 13,61, +4,61%), Bradesco (BBDC3, R$ 22,80, +5,56%; BBDC4, R$ 20,92, +5,23%) e Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 25,25, +4,04%) tiveram um dia de forte alta.  

Elétricas
Além da Eletrobras, outras elétricas estão no radar do mercado. Em destaque, o Credit Suisse elevou a recomendação da Alupar (ALUP11, R$ 12,80, +4,07%) para outperform e rebaixou a Energias do Brasil (ENBR3, R$ 12,45, +1,30%) para neutro. Já dentre as companhias de saneamento, o banco manteve a Sabesp (SBSP3, R$ 23,12, +4,05%) como uma das top picks.  

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