Petrobras vincula pagamento de dividendos extraordinários ao plano estratégico

CFO diz que anúncio de pagamentos de dividendos com uso de reserva de remuneração não afeta proventos excepcionais

Augusto Diniz

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Na teleconferência de resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24) da Petrobras (PETR3;PETR4), nesta sexta (9), o CFO Fernando Melgarejo comentou sobre possível pagamento de dividendos extraordinários ainda esse ano.

Segundo ele, a distribuição excepcional “depende da capacidade de geração de caixa futuro e também (de caixa) presente vis a vis a financialidade de nossos investimentos no plano estratégico”.

O CFO disse ainda que “se a gente identificar caixa superior ao necessário para distribuição extraordinária, a gente vai fazer”.

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Melgarejo comentou também na teleconferência que “pagamentos futuros de dividendos extraordinários depende de fluxos futuros e não de reserva de remuneração de capital”.

O executivo garantiu que uso de reserva de remuneração para pagamento de dividendos anunciado no 2T24 não afeta o pagamento futuro de proventos excepcionais.

“O Planejamento estratégico é importante imput para saída de caixa”, disse. Pelas declarações do CFO, somente após a definição do próximo planejamento estratégico (2005-2029) e o Capex a ser direcionado é que se definirá o pagamento de dividendos extraordinários pela estatal em 2024.

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CEO defende Margem Equatorial

A teleconferência de resultados foi aberta com mensagem gravada da CEO da companhia, Magda Chambriard.

A executiva disse que o acordo tributário no âmbito do Carf (Conselho de Administração de Recursos Fiscais) “trouxe vantagens à empresa”, apesar do impacto não-recorrente nos resultados da estatal.

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Ela defendeu ainda a “exploração responsável” na Margem Equatorial. O assunto foi tratado durante a tele por Fernando Melgarejo, CFO da Petrobras.

“Reitero a importância da Margem Equatorial. Precisamos da licença para prosseguimos com avaliação do potencial da região”, disse ele.

“Temos uma expectativa muito grande. Estamos otimistas em relação à exploração lá, de ter uma produção positiva”, complementou. Devido à greve do Ibama, a Petrobras ainda aguarda emissão de licença para fazer estudos aprofundados da área.

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Magda Chambriard comentou ainda que a empresa buscará retomar as operações de fertilizantes e petroquímicas: “Elas agregam valor à nossa produção de gás natural”.

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Foco em exploração e produção

E complementou que a “visão de longo prazo tem foco em investimentos em E&P (exploração e produção) e diversidade por fonte de energia renovável”. Segundo ela, “esses elementos são essenciais para o crescimento da empresa”.

A empresa comunicou que as obras de processamento de gás natural do Gaslub, em Itaboraí (RJ), estão em fase final, e a expectativa é que o primeiro produto comercial ocorra ainda nesse trimestre.

Sobre a alteração do guidance de Capex, reduzindo entre US$ 13,5 bilhões a US$ 14,5 bilhões – anterior era de R$ 18,5 bilhões, Fernando Melgarejo disse que a “revisão de investimento não altera a curva de produção de petróleo e gás”.

A Petrobras explicou que possível operação na Namíbia é diversificação de portfólio, atendendo queda de reserva existente no futuro.

“A gente quer focar na reposição de reserva. A gente não está confortável no planejamento anterior de que a partir de 2030 tenha uma redução (de reservas)”, disse CFO.

Sobre a possível recompra da Refinaria de Mataripe, na Bahia, a empresa afirmou que conversa com os atuais proprietários, o fundo Mubadala. Estamos terminando a due diligence para no momento certo fazer a proposta”, afirma William França, diretor da Petrobras.