Petrobras, Vale, siderúrgicas disparam mais de 9%; bancos afundam 3%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa registrou alta nesta quarta-feira (16) depois do Fomc (Federal Open Market Committee) decidir manter os juros inalterados e sinalizar apenas 2 aumentos em 2016, contra quatro projetados em dezembro do ano passado. Expectativam de que Henrique Meirelles possa substituir Alexandre Tombini no Banco Central depois do anúncio de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumirá a Casa Civil também alimentaram as esperanças do mercado, embora Dilma Rousseff tenha descartado mudança no BC e ministério da Fazenda em coletiva a jornalista, em Brasília, nesta tarde. 

As notícias contribuíram para a virada para queda do dólar nesta tarde, depois de ter subido 2% mais cedo. O movimento levou para baixo as exportadoras, que operavam entre as maiores altas da Bolsa nesta manhã. 

Com a guinada da Bolsa, as ações das siderúrgicas, Vale e Petrobras dispararam mais de 9%. Por outro lado, os bancos lideram as perdas do índice, diante do temor do mercado com as mudanças que o ex-presidente Lula pode adotar na economia. Apesar das quedas, essas ações já se distanciam bastante das mínimas, quando Itaú Unibanco e Bradesco chegaram a cair 6%.  

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Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão: 

Petrobras (PETR3, R$ 9,60, +7,74%; PETR4, R$ 7,23, +9,38%)
Após cair 10% na véspera, a Petrobras disparou nesta sessão entre Fed e alta dos preços do petróleo no mercado internacional. Neste momento, os papéis preferenciais operam entre leilões. Lá fora, o contrato do Brent registrava alta de 3,15%, a US$ 39,96 o barril, neste momento. 

Bancos
Os papéis dos bancos foram os mais penalizados após notícia de que Lula vai assumir ministério, em meio às expectativas do mercado de que o ex-presidente possa adotar medidas para estimular o crédito como forma tentar reanimar a economia. Com isso, os papéis do Bradesco (BBDC4, R$ 24,64, -2,22%), Itau Unibanco (ITUB4, R$ 29,77, -3,19%) e Itaúsa (ITSA4, R$ 7,79, -2,50%) – holding que detém participação no Itaú – apareceram como as maiores quedas do Ibovespa. Por outro lado, o Banco do Brasil (BBAS3, R$ 18,09, +3,37%), que desabou 21% ontem, registrou alta hoje. 

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Vale e siderúrgicas
As ações da Vale (VALE3, R$ 14,82, +9,94%; VALE5, R$ 10,55, +8,88%) e as siderúrgicas Usiminas (USIM5, R$ 1,73, +10,90%), Gerdau (GGBR4, R$ 5,00, +5,26%) e CSN (CSNA3, R$ 6,71, +10,54%) dispararam entre euforia pós-Fed e alta das commodities lá fora. Hoje, minério de ferro subiu 1,3%, a US$ 53,57, no porto de Qingdao. Acompanharam o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 5,28, +6,24%) – holding que detém participação na Vale.

No radar das siderúrgicas, a Usiminas aprovou nesta manhã aumento de capital de R$ 1 bilhão, com emissão de 200 milhões de ações ao preço de R$ 5,00 cada. Ontem, a empresa disse que pretende elevar o preço que cobra de seus distribuidores em linha com os padrões internacionais. A empresa confirmou a informação em e-mail enviado à Bloomberg. Mais cedo, uma fonte disse à Reuters que a siderúrgica pretendia elevar os preços em até 10%. 

JBS (JBSS3, R$ 11,33, +4,62%)
Em meio à euforia do mercado, as ações da JBS dispararam em dia que o governo oficializou que Lula irá para a Casa Civil.

Ontem, a JBS foi citada pelo petista como um dos maiores doadores em uma esquema para liberação de crédito do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social). De acordo com Delcídio, José Carlos Bumlai foi um dos intermediadores para que o banco de fomento liberasse crédito para a Friboi.

Oi (OIBR4, R$ 1,22, +6,09%)
A Oi divulgou comunicado ao mercado com esclarecimento sobre a notícia de que negociará trocar dívidas por ações. A Oi afirma ter recebido com indignação as “referidas informações inverídicas e que não condizem com a realidade dos fatos, nem tampouco das atividades e negócios da Companhia. Por essa razão, a Oi reitera que apenas se comunica com os seus acionistas e com a imprensa pelos seus canais e porta-vozes oficiais”.

“Sobre os temas aventados, em primeiro lugar, a companhia nega que esteja em curso qualquer negociação com membros do seu Conselho de Administração a respeito de um suposto golden parachute para os principais executivos da Companhia. Tal informação não é verdadeira. No tocante a uma suposta proposta a credores da companhia, a Oi informa que, como já informado, a PJT Partners foi contratada como assessor financeiro para auxiliar a Oi na avaliação de alternativas financeiras e estratégicas para otimizar sua liquidez e seu perfil de endividamento. A Oi e a PJT vêm naturalmente estudando todas as oportunidades e propostas de alternativas que possam atingir os objetivos propostos, o que poderia envolver ou não a emissão de novas ações. Todavia, a Oi esclarece que não há qualquer definição ou decisão sobre uma alternativa a ser implementada e, portanto, essa informação também não é verdadeira”, informou a empresa. 

A Oi ainda foi rebaixada para underperform pelo Itaú BBA.

Light (LIGT3, R$ 8,73, -8,11%)
Chamou atenção hoje as ações da Light, que desabaram 8%, indo para sua terceira queda seguida e acumulando no período queda de 25%. Com a derrocada, as ações da elétrica renovaram mínima do final de fevereiro. No setor, as ações da Eletrobras (ELET3, R$ 6,21, -5,34%), Eletropaulo (ELPL4, R$ 7,64, -2,05%) e AES Tietê (TIET11, R$ 14,52, -1,89%) apareceram na sequência das maiores altas, embora bem mais amenas do que as registradas pelos papéis da Light. 

BRF (BRFS3, R$ 52,89, +0,94%)
Em evento da incorporadora Cyrela (CYRE3) sobre as perspectivas para o Brasil e sobre empreendedorismo, realizado na segunda em São Paulo, o empresário Abilio Diniz indicou ter mudado de ideia sobre a gravidade das crises política e econômica no País. As informações sãodo Valor Econômico. 

O presidente do conselho de administração da BRF e sócio do Carrefour afirmou que, se não tomar cuidado, o pior período do Brasil tende a ser agora. Diniz contou que, nas palestras em que realizou até 2015, afirmava que esta não era a crise mais difícil pela qual havia passado, mas agora já não pode afirmar o mesmo.

Até então, para ele, o momento mais difícil havia sido no início da década de 1980, com o choque do petróleo, quando a inadimplência cresceu muito – e, se o Brasil tivesse deixado de pagar os credores naquela época, teria se tornado uma Argentina. Diniz afirmou que crises passam e que a atual passará, embora não se saiba quando. Ele afirmou ainda que, em momentos de crise, os empresários devem dar prioridade ao caixa e não ficar reclamando da situação. 

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