Petrobras, Vale e siderúrgicas caem até 4%; Cemig salta 3% com rumor e small cap dispara até 105%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta quinta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – Após abrir em alta ainda repercutindo a decisão do Fomc (Federal Open Market Committee) e a notícia da Moody’s, que elevou a perspectiva do rating do Brasil para estável, o Ibovespa virou para queda, que se seguiu ao longo do dia, puxado pela “ressaca” das ações ligadas a commodities Petrobras, Vale e siderúrgicas, que depois da euforia de 7% ontem caíram até 4% nesta terça-feira (16). 

Apesar da forte queda desses papéis, a maior baixa do Ibovespa ficou com a ação da BM&FBovespa, que afundou 5% nesta sessão. Vale menção que o ato de concentração da BM&FBovespa e Cetip está na pauta da reunião do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) da próxima quarta-feira. Além disso, um relatório do Santander de hoje trouxe a exclusão da ação de sua carteira “top pick”, colocando no lugar as ações da Localiza, que fecharam entre as maiores altas do índice (+4,13%).

No campo positivo, destaque também para a valorização de até 7% das ações de Suzano e Fibria. No radar, um relatório recente do BofA que coloca as ações da Fibria como sua “top pick”, vendo um potencial de ganho de 50% no papel, enquanto reitera Suzano como compra (veja mais aqui). Os papéis da Cemig também chamaram atenção e subiram 3% após notícia de que a empresa pode vender mais da metade de sua fatia na Light, levando um montante próximo de R$ 3,6 bilhões. 

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LEIA MAIS: De volta ao jogo? O que pode estar trás da disparada de até 7% das ações da Suzano e Fibria hoje

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão: 

Petrobras (PETR3, R$ 14,38, -2,51%; PETR4, R$ 13,71, -3,45%)
As ações da Petrobras acentuaram a queda nesta sessão, após alta de 4% ontem, com investidores digerindo com cautela a decisão do Tribunal Contas da União (TCU) e em dia de leve queda nos preços do petróleo. Lá fora, o contrato WTI caiu 0,10%, indo a US$ 48,81 o barril. 

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Após a decisão do TCU ontem, que liberou a Petrobras de uma medida cautelar que suspendia a venda de ativos da empresa, mas obrigou a maior parte dos processos, inclusive o da BR Distribuidora, a voltar à estaca zero, os analistas do UBS comentaram que o mercado reage com cautela, o que eles concordam, dado que qualquer atraso nesse processo soa como negativo. No entanto, eles comentam que, mesmo se a Petrobras precisar começar do zero o seu processo de desinvestimentos de 10 ativos, eles esperam ver as regras finais desse processo de desinvestimento ainda hoje, o que seria positivo para o caso. 

Já de acordo com o Bradesco BBI, apesar de alguns atrasos, a Petrobras será capaz de prosseguir com o programa de desinvestimentos, os atrasos não devem ter impacto material na desalavancagem e aparentemente já estão refletidos no preço. Os analistas do banco seguem com recomendação outperform para os papéis, com preço-alvo de R$ 20,00. Já o Goldman Sachs destaca que há risco adicional para desinvestimentos da estatal após o TCU. Além disso, as ações devem reagir à alta de cerca de 0,7% do barril do petróleo nos mercados internacionais.

Vale (VALE3, R$ 32,53, -2,37%; VALE5, R$ 30,84, -2,65%)
As ações da Vale e siderúrgicas caíram, após tentativa de continuidade da euforia vista ontem, em meio ao combo “Federal Reserve + Moody’s”, que deu força para a alta dos ativos de risco do mundo, e à disparada do minério de ferro. Hoje a commodity, contudo, voltou a subir forte, mas ainda assim não dá sustentação para alta desses ativos: o minério de ferro negociado com 62% de pureza no porto chinês de Qingdao fechou em alta de 1,85%, a US$ 92,61 a tonelada, enquanto os contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian avançaram 2,39%, a 727 iuanes. 

Seguiram o movimento negativo da Vale as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 23,50, -2,45%) – holding que detém participação na mineradora – e as siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 12,80, -2,07%), Gerdau Metalúrgica (GOAU4, R$ 5,97, -3,08%), CSN (CSNA3, R$ 11,11, -2,71%) e Usiminas (USIM5, R$ 4,72, -3,68%). 

BRF (BRFS3, R$ 10,00, +3,47%)
As ações da BRF subiram forte, registrando o seu melhor pregão em 10 dias, após o Departamento de Agricultura dos EUA confirmar caso de gripe aviária em granja no estado do Tennessee. Na máxima do dia, os papéis subiram 4,47%, a R$ 40,39.

Em relatório do dia 6 de março, Antônio Barreto, analista do Itaú BBA, disse que empresas de fora dos EUA deveriam aproveitar impacto positivo da doença no país. 

BR Malls (BRML3, R$ 14,85, -3,19%)
A administradora de shopping centers BR Malls teve prejuízo líquido de R$ 147,7 milhões de reais no quarto trimestre, revertendo resultado positivo de R$ 40,5 milhões obtido um ano antes. O indicador de rentabilidade dos shoppings, “Noi”, ou lucro operacional, caiu 6,2% no quarto trimestre, para R$ 360,7 milhões, e a margem caiu 1,8 ponto percentual, a 90,8%.

Cemig (CMIG4, R$ 11,59, +3,30%)
Uma notícia divulgada pela Reuters na tarde desta quinta provocou uma reviravolta na Light (LIGT3, R$ 21,05, -2,59%): as ações da elétrica do Rio de Janeiro, que operavam em leve alta de 0,4%, mergulharam 5% em apenas 30 minutos, indo para o menor patamar do dia. O motivo? A possibilidade de que a Cemig venda mais da metade de sua fatia de 52% que detém na distribuidora e geradora carioca, podendo levantar cerca de R$ 3,6 bilhões no prazo de 60 dias.

Com a notícia, as ações foram abaixo: mergulharam 5,16% em 30 minutos, contados a partir das 12h47 (horário de Brasília), quando a informação passou a circular no mercado. Esse movimento, no entanto, amenizou minutos depois e os papéis fecharam em queda de 2,6%.

Segundo disse uma fonte à Reuters, a Cemig vai vender no mercado 11% da participação direta de 26% que detém no capital da Light, o que aconteceria em até 60 dias. A Cemig ainda manteria menos de um terço da fatia de 26% que detém indiretamente na Light, colocando o resto à venda, disse a pessoa, sob a condição de anonimato.

Assumindo que a Cemig mantenha não mais de 25% na Light e que a operação seja fechada a um preço de R$ 25,00 por ação, o negócio poderia levantar cerca de R$ 3,6 bilhões para a Cemig, disse a fonte.

As “top picks” do Santander
As ações da Localiza (RENT3, R$ 43,47, +4,13%) apareceram entre as maiores altas do Ibovespa nesta sessão, na esteira da divulgação da carteira “top pick” do Santander, com 6 ações, incluindo a empresa, que entrou no lugar de BM&FBovespa (BVMF3, R$ 18,32, -4,98%), que figurou como a maior queda do índice hoje.

As demais são: Energisa (ENGI11, R$ 22,89, -0,69%), que substitui a Sabesp; Itaúsa (ITSA4, R$ 9,96, 0,0%), que entrou no lugar de Bradesco; Iochpe-Maxion (MYPK3, R$ 16,30, +1,94%), substitui Mahle Metal leve; Hypermarcas (HYPE3, R$ 28,72, +1,02%), que seguiu na carteira; e Petrobras, no lugar de Banco do Brasil (BBAS3, R$ 33,73, -1,35%).

Em relatório, os analistas revisaram também o target para o Ibovespa ao fim de 2017, indo de 75.000 pontos para 81.000 pontos. “Permanecemos overweight em Brasil, que ainda oferece atraente potencial de ganho de 25% até o final de 2017, em nossa visão, apesar de alguma volatilidade gerada pelo cronograma das reformas macro no curto prazo”, segundo
relatório assinado por Daniel Gewehr e João Noronha. 

Taesa (TAEE11, R$ 22,38, -3,79%)
A Taesa foi rebaixada de neutra para underweight pelo JPMorgan, com preço-alvo de R$ 23,00.

Mangels (MGEL4, R$ 7,40, +102,74%)
As ações da Mangels dispararam até 105,48% nesta sessão, indo a R$ 7,50, em reação à notícia de que a empresa saiu de recuperação judicial. Juntamente com a valorização, a sessão é marcada também por um forte volume financeiro movimentado com a ação, atingindo neste momento R$ 4,3 milhões, contra média diária de R$ 41,5 mil. 

Em comunicado enviado ao mercado, a empresa disse que “mudou radicalmente”. “Estamos com uma estrutura organizacional enxuta, cortamos gastos e estamos fazendo, progressivamente, tudo que é possível para tornar a operação mais eficiente e continuar elevando nosso nível de produtividade. Foi um grande desafio, mas com transparência, coragem, humildade e confiança, conseguimos chegar ao resultado atual”, afirmou, Fábio Mazzini, Diretor de Finanças, Administração e Relação com Investidores.