Petrobras, Vale e bancos recuam; Gol afunda 6% e renova mínima histórica

Confira os principais destaques corporativos na manhã desta terça-feira

Paula Barra

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12h06: Gol (GOLL4, R$ 4,67, -6,04%)
As ações da Gol caem pelo quarto pregão seguido, acumulando queda de 10% no período e renovam nesta sessão mínima histórica na Bolsa. Ontem, o Credit Suisse cortou a recomendação para as ações da Gol, de outperform (desempenho acima da média) para neutra, com preço-alvo de R$ 5,50. De uma história de recuperação ajudada pelas perspectivas macroeconômicas, o cenário Brasil mudou hoje o case da empresa para “tempestade perfeita”, com receitas mais fracas e pressão de custos, uma vez que o real se depreciou para R$ 3,50, contra R$ 2,30 um ano atrás, comentaram os analistas do banco suíço. 

Como o cenário econômico virou uma “tempestade perfeita” para a Gol

Eles lembraram que 55% dos custos da Gol e 80% da dívida são expostos ao dólar, enquanto que 90% da receita é em real. Com isso, os analistas estão reduzindo as projeções de margem Ebit para 1,1% em 2015, contra 9,2%; e para 3,7% em 2016, ante 9,6%.

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10h43: Petrobras (PETR3, R$ 9,93, -2,65%; PETR4, R$ 8,91, -2,30%)
As ações da Petrobras caem hoje seguindo os preços do petróleo no mercado internacional, que recuavam 0,4%. No radar, a Petrobras pode ter que pagar multa recorde de ao menos US$ 1,6 bilhão para encerrar investigações criminais e civis nos Estados Unidos sobre seu papel em um escândalo de corrupção, disse à Reuters uma fonte próxima a advogados da companhia. Até o momento, o maior acordo em casos de acusações de corrupção no Departamento de Justiça dos EUA e na Securities and Exchange Comission, órgão regulador de mercados de capitais do país, ocorreu em 2008, com a gigante industrial alemã Siemens, que teve que pagar multa de US$ 800 milhões. 

Além disso, a estatal informou a aprovação pelo conselho de administração da companhia da oferta de 25% da BR Distribuidora em comunicado enviado ao mercado na noite da última segunda-feira. O comunicado refere-se à reunião do último dia 6 de agosto. 

O presidente do conselho, Murilo Ferreira, votou contra o pedido de registro de companhia aberta e registro de oferta pública da BR Distribuidora, “pontuando, entre outras questões, que sua visão tática é diferente, entendendo haver ainda alguns passos a cumprir ou pelo menos tentar cumprir antes de uma decisão final”. O representante dos funcionários no Conselho, Deyvid Bacelar, também votou contra e o conselheiro Guilherme Affonso Ferreira apresentou ressalva de que não estava aprovando a operação de abertura de capital nos moldes propostos, mas apenas o prosseguimento do processo.

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10h35: Bancos 
Os papéis dos bancos Itaú Unibanco, Bradesco (BBDC3, R$ 24,78, -0,64%; BBDC4, R$ 23,66, -0,63%) e Santander (SANB11, R$ 14,04, -1,96%) seguem em queda, depois de terem acentuado as perdas na reta final do pregão de ontem, diante das expectativas em torno da reunião da comissão. O único entre os grandes bancos que sobe hoje é o Banco do Brasil (BBAS3, R$ 19,01, +0,16%), que vai anunciar na quarta-feira medidas de apoio ao setor automotivo, em um momento em que a indústria automobilística sofre uma forte queda nas vendas e na produção.

Hoje, será apresentado às 14h30 (horário de Brasília) o relatório da senadora Gleisi Hoffmann, que sugere alíquota mais alta para a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) cobrada das instituições financeiras. A senadora estabelece uma cobrança de 23% para bancos, contra aumento de 15% para 20% proposto anteriormente. Hoje, a Gleisi lerá seu relatório em Comissão Mista, no início da tarde, mas sua equipe já conta com um pedido de vista, levando a votação das medidas para a semana seguinte. Pessoas próximas à discussão afirmam que o assunto deverá ser amplamente debatido. Ontem, as ações de bancos aceleraram as perdas na reta final do pregão, diante das expectativas em torno da reunião da comissão. 

Por outro lado, uma notícia boa, é que os bancos podem ficar de fora da proposta de reforma das contribuições do PIS e da Cofins, que prevê aumento das alíquotas para todos os setores da economia, segundo informações do jornal O Globo. Com isso, os bancos devem permanecer no regime cumulativo com desconto custo de captação de PIS/Cofins e com alíquota de 4,65%, enquanto os demais setores da economia devem ir para o regime não cumulativo com taxa acima de 11%.

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10h33: Lojas Renner (LREN3, R$ 100,41, -0,22%)
O Citi reiterou recomendação de manutenção na Lojas Renner, apesar da recente realização dos papéis na Bolsa. Mesmo com os resultados mais fortes do que o esperado no segundo trimestre e a queda de 15% das ações desde o pico deste ano, os analistas acreditam que o momento não é adequado para investimentos em itens discricionários. 

10h15: Cia Hering (HGTX3, R$ 13,57, +0,52%)
As ações da Cia Hering voltam a disparar na Bolsa, acumulando ganhos de 24% desde a divulgação do balanço, no final do pregão do dia 4 de agosto. Somente ontem, as ações subiram 9%, figurando como a maior alta do Ibovespa. Agentes de mercado levantaram uma possibilidade de “short squeeze” (pressão dos vendidos por falta de doadores no mercado de aluguel de ações) na véspera, embora não tenha sido confirmado. 

Operadores vêm comentando desde a semana passada sobre essa possibilidade, dado a forte disparada de aluguel com a ação nos últimos dias e baixa oferta no mercado. Nesse mesmo período (últimos 9 pregões) que as ações da varejista dispararam, o aluguel subiu em 27,8%, para 12,8 milhões de papéis – no patamar mais alto desde setembro do ano passado.

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Embora tenham comentado que o mercado não está “seco” no papel, operadores afirmaram hoje que tem sido “muito difícil” alugar a ação, com a taxa média subindo lentamente de 6% para 6,5% nos últimos 15 dias. “O movimento [de ontem] parece short squeeze, falamos com a empresa e nenhuma novidade do lado deles”, disse uma das fontes.

10h12: Vale e siderúrgicas
As ações da Vale (VALE3, R$ 17,80, -1,17%; VALE5, R$ 14,04, -1,34%) e siderúrgicas Usiminas (USIM5, R$ 3,48, -0,57%), CSN (CSNA3, R$ 3,41, -1,45%) registram queda hoje, descolando dos preços do minério de ferro que encerraram em alta, influenciadas pelo mau humor do mercado interno, que leva hoje o Ibovespa para sexta queda consecutiva. Acompanham o movimento os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 9,08, -1,09%), holding que detém participação na Vale. 

No setor siderúrgico, as compras das distribuidoras de aços planos somaram 217,3 mil toneladas em julho, o que corresponde a uma queda de 41,3% em relação ao mesmo mês do ano passado, informou nesta terça-feira o Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda). Hoje também o Instituto Aço Brasil (IABr) divulgou que a produção brasileira de aço bruto em julho somou 2,876 milhões de toneladas, queda de 3,1% sobre o resultado de um ano antes.