Petrobras, Vale, CSN, Usiminas e Braskem disparam; OPA faz Arteris subir 18%

Confira os principais destaques de ações da Bolsa no pregão desta segunda-feira (4)

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa seguiu bom humor dos mercados externos e disparou nesta segunda-feira (4), puxado principalmente pelas ações da Petrobras, Vale e siderúrgicas. Analistas comentaram que movimento deve-se a cobertura de posições vendidas nesses papéis, além de forte entrada de estrangeiros na Bolsa brasileira. Na liderança, apareceram as ações da Braskem. Do lado negativo, apareceram as ações da Cetip, que afundaram após nova regulamentação do Detran, enquanto CCR caiu após corte de pre-alvo pelo Credit Suisse. Fora do índice, as ações da Arteris chamaram atenção depois que seu controlador anunciou intenção de OPA (Oferta Pública de Aquisição) para fechamento de capital. Confira abaixo os principais destaques desta sessão:

Petróleo, mineração e siderurgia
Os papéis de empresas dos três setores disparam neste pregão, liderando os ganhos do Ibovespa. Além da euforia com a Bolsa brasileira, a alta desses papéis pode ser explicada pela cobertura de posições vendidas, não só no Brasil como em outros mercados emergentes, disse Luis Gustavo Pereira, analista-chefe da Guide Investimentos. 

Entre os ganhos, destaques para os papéis da mineradora Vale (VALE3, R$ 24,78, +9,40%; VALE5, R$ 19,30, +6,34%) e da Bradespar (BRAP4, R$ 12,67, +5,15%), holding que possui participação na mineradora, as ações das siderúrgicas CSN (CSNA3, R$ 8,66, +7,31%) e Usiminas (USIM5, R$ 6,40, +7,20%), além dos ativos da Petrobras (PETR3, R$ 15,04, +5,54%; PETR4, R$ 13,80, +5,75%). Com essa alta, as ações da CSN disparam 61% desde o início de abril (a maior alta entre as siderúrgicas) e atingem a maior cotação desde setembro de 2014. 

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Sobre a Vale, esses papéis dão sequência às fortes altas iniciadas desde o final de abril, com a disparada do preço do minério de ferro depois que a BHP Billiton disse que atrasaria obras em um porto, diminuindo o ritmo de sua expansão. A Vale seguiu o movimento e disse que considera cortar fornecimento nas suas minas mais caras. Hoje, o preço do minério de ferro 62% de Qingdao subiu 2,4%, a US$ 57 a tonelada. 

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Em relação à Petrobras, destaque para a fala do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, em visita à Houston para feira internacional de petróleo – a Offshore Technology Conference (OTC). Ele disse que a Petrobras não deve ter obrigação em participar de novos leilões do pré-sal. Pelo atual marco regulatório do pré-sal, a estatal é a operadora única, ou seja, a companhia precisa dar lances com participação de, ao menos, 30% em todos os blocos oferecidos pelo governo. 

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Braskem (BRKM3, R$ 14,04, +11,43%)
O dólar mais alto contribuiu para a alta da Braskem, dado que suas receitas são atreladas à moeda americana, mas a magnitude da valorização dos papéis surpreende. Segundo o analista Lauro Vilares, da Guide Investimentos, não há aparentemente nenhuma outra notícia no radar que justifique o movimento. Na máxima do dia o papel chegou a subir 10, 78% cotado a R$ 12,06.

Exportadoras
Também com fortes ganhos, chamaram atenção hoje outras empresas com perfil exportador, mas, desta vez, por conta da disparada do dólar frente ao real, que se aproximou de R$ 3,10, em reação à sinalização do Banco Central de que poderá fazer rolagem parcial dos contratos de swap cambial tradicional que vencem no começo de junho. Nos destaques, as empresas do setor de papel e celulose Fibria (FIBR3, R$ 42,91, +1,56%) e Suzano (SUZB5, R$ 15,32, +2,42%), além da fabricante de aeronaves Embraer (EMBR3, R$ 23,60, +0,43%).

Cetip (CTIP3, R$ 33,68, -2,52%) 
As ações da Cetip lideraram as perdas do Ibovespa nesta segunda-feira. O movimento ocorreu após nova regulamentação anunciada pelo Detran (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo), que potencialmente abre concorrência ao serviço de registro de contratos de financiamento Sircof, segundo publicado no dia 1° de maio no Diário Oficial. A notícia impacta diretamente a Cetip diante de uma possível redução da tarifa cobrada por contrato registrado no Detran pela empresa, disseram os analistas do Itaú BBA. Apesar disso, eles veem como pouco provável que a companhia perca grande fatia desse mercado no Estado. Analistas do Bradesco afirmaram que a empresa não confirmou a renovação desse contrato com o Detran mas que está trabalhando em um contrato alternativo.

Nova carteira do Ibovespa
Hoje, entrou em vigor a nova carteira teórica do Ibovespa, que vai vigorar até setembro, sem as ações da PDG Realty (PDGR3, R$ 0,50, -3,85%), Even (EVEN3, R$ 4,56, -2,94%) e Light (LIGT3, R$ 17,65, -1,12%). A carteira registra a entrada dos papéis da Smiles (SMLE3, R$ 52,50, +3,14%), totalizando 66 ativos e 62 empresas. 

Arteris (ARTR3, R$ 9,70, +18,29%)
A companhia informou na noite de quinta-feira que seu controlador Partícipes en Brasil pretende realizar uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) de ações para tirar a empresa de concessões de rodovias do segmento Novo Mercado da BM&FBovespa, em uma operação que pode movimentar R$ 1,1 bilhão. O preço a ser ofertado por ação será de R$ 10,15, informou a Arteris em fato relevante. O valor representa um prêmio de 23,8% sobre o fechamento de quinta-feira e de 30,13% em relação à média ponderada da cotação dos papéis da companhia nos últimos 30 pregões. 

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CCR (CCRO3, R$ 16,33, -1,63%)
O Credit Suisse revisou hoje suas perspectivas para empresas do setor de concessões rodoviárias após dados do primeiro trimestre e projeções cautelosas para macroeconomia, que deve influenciar o tráfego de veículos. A CCR teve seu preço-alvo cortado de R$ 16,50 para R$ 13,00 por ação. A Ecorodovias (ECOR3, R$ 9,22, +3,95%) foi revisada de R$ 13,00 para R$ 9,00. 

Rumo (RUMO3, R$ 1,36, +4,62%)
A Rumo teve sua cobertura iniciada pelo HSBC com recomendação de compra.

Natura (NATU3, R$ 29,63, +2,88%) 
A Natura fará um reajuste em junho de 2,5% em algumas categorias de produtos afetadas pelo aumento do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) que deve entrar em vigor em maio. A Natura já havia promovido aumento de 3,7% em alguns preços em fevereiro. O reajuste, segundo a empresa, estará mais focado na área de cosméticos, afetada pelo IPI, do que higiene pessoal. 

OdontoPrev (ODPV3, R$ 10,96, +5,52%)
A OdontoPrev teve sua recomendação rebaixada pelo BB Investimentos após balanço do primeiro trimestre. O preço-alvo seguiu em R$ 12,60, mas a recomendação passou para market perform (desempenho em linha com a média).