Petrobras tem derrota de R$ 1,7 bi no Carf, planos de Meirelles para a Sabesp e mais notícias

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (23)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Além de repercutir as falas de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes em Davos, a bolsa brasileira deve repercutir o noticiário corporativo movimentado, com destaque para a derrota da Petrobras no Carf, a prévia operacional de EzTec e as falas de Henrique Meirelles sobre os planos para a Sabesp. Confira no que ficar de olho nesta sessão: 

Petrobras (PETR3;PETR4) e Vale (VALE3)

Em relatório, o JPMorgan afirmou que prefere Petrobras ante Vale na “batalha das Ações”. O banco examinou o crescimento da produção, os custos, as despesas de capital, a rentabilidade, o fluxo de caixa livre, múltiplos e as perspectivas para as commodities. 

Enquanto a Vale, maior produtora mundial de minério de ferro, se beneficia de maior lucratividade e múltiplo atrativo, a Petrobras tem um case estrutural com maior apelo, segundo os analistas.

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Os analistas destacaram a mudança da Petrobras no sentido de afrouxamento de seus laços operacionais com o estado nos últimos três anos. Além disso, Roberto Castello Branco, novo CEO, tem se movimentado para tirar os últimos altos executivos nomeados durante os governos do PT. Além disso, prometeu aumentar a produção de petróleo, reduzir a dívida e prosseguir com o programa de venda da empresa.

Ainda no radar da estatal, o Valor informa que a 2ª Turma da 3ª Câmara da 1ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) manteve uma autuação de R$ 1,7 bilhão recebida pela Petrobras. Cabe recurso no próprio Conselho. A decisão foi por maioria de votos – quatro a três.

Na autuação, a Receita Federal cobra imposto de renda e CSLL de 2012 sobre lucros de empresa estrangeira controlada pela Petrobras (16682.722511/2015-89). A Receita inclui os valores no lucro da matriz, no Brasil.

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Gafisa (GFSA3)

A gestora GWI passou a deter 50,17% de participação na Gafisa, o que abriu questionamento sobre se haverá oferta pública de aquisição (OPA) do restante de papéis da incorporadora pelo grupo coreano.

A Gafisa tem um mecanismo de proteção à dispersão acionária que determina a realização de OPA sempre que algum acionista atingir 50% da companhia.

Em nota ao mercado, a GWI explicou que acabou com uma participação de mais de 50% involuntariamente, devido a questões relacionadas a movimentos de mercado, e por isso não tem intenção ou planos para adquirir o controle total da Gafisa. 

Segundo o Bradesco BBI, a nota ao mercado publicada ontem à noite leva a acreditar que esta oferta pode não acontecer. Enquanto a administração se concentra na arrumação da casa, os números operacionais da empresa têm apresentado baixo desempenho, e o cenário daqui para frente deve continuar desafiador, avaliam. 

Sabesp (SBSP3)

Ao Valor Econômico, o secretário de Fazenda e Planejamento do Estado, Henrique Meirelles, afirmou que São Paulo usará a Sabesp para cumprir o orçamento este ano. 

De acordo com ele, a bandeira do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o programa de desestatização poderá contribuir de forma importante para o Estado cumprir o Orçamento em 2019. A capitalização da Sabesp, estimada em R$ 5 bilhões, junto com o contingenciamento de R$ 6 bilhões em recursos do Orçamento, ajudaria o Estado a cobrir R$ 10 bilhões em receitas consideradas incertas.

Segundo Meirelles, a oferta de ações da Sabesp só será feita se o governo não conseguir concretizar a privatização da companhia, principal objetivo da gestão Doria em relação à estatal. Dos R$ 5 bilhões estimados com a capitalização, R$ 4 bilhões iriam para o Tesouro, e R$ 1 bilhão, para reinvestimento na empresa. A privatização traria uma arrecadação projetada em pelo menos R$ 10 bilhões.

EzTec (EZTC3)

A Eztec divulgou dados operacionais do quarto trimestre. Conforme aponta o Credit Suisse, a companhia apresentou bons números, com forte crescimento de lançamentos, levando o VSO (vendas sobre oferta)  para 16%, o maior nível desde o quarto trimestre de 2013 e bem acima do reportado ao longo de 2018 (6-8%).

A empresa também anunciou o guidance de lançamentos de 2019 de VGV (Valor Geral de Vendas) entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão. “O anúncio não deve ser uma surpresa para o mercado, já que a gestão tem sido vocal quanto o maior lançamento. Do lado mais negativo, atenção para a velocidade de vendas do estoque que ainda está baixo (7%), mostrando que a comercialização dos ativos prontos ainda está difícil”, avaliam. Os analistas seguem com recomendação neutra para os papéis. 

BRF (BRFS3)

A BRF informou que o impacto efetivo das restrições de plantas brasileiras pela Arábia Saudita será apenas para as exportações da planta de Lajeado, que vinha operando com um volume de aproximadamente 6,5 mil toneladas/mês de exportação para o país árabe. 

A Companhia já iniciou os ajustes necessários em sua cadeia produtiva e estima que, em no máximo 3 meses, retomará o mesmo patamar de embarques para a Arábia Saudita. “Assim, a perda de receita líquida não é material, visto que a estimativa de empresa é que poderá atingir no máximo 0,1% da receita líquida auferida nos últimos 12 meses encerrados em setembro de 2018, ou R$45 milhões nesse período de três meses”, destacou a empresa. Veja mais sobre o caso clicando aqui. 

Bancos

Em relatório, o Itaú BBA destacou os possíveis impactos da taxação de juros sobre capital próprio aos bancos brasileiros após fala de Paulo Guedes em Davos sobre o assunto. De acordo com os analistas, ainda que não haja mais detalhes sobre o assunto, uma redução do benefício fiscal do JCP pode ser negativa para os bancos brasileiros, uma vez que ela representa atualmente 10% do EBT (juros antes de impostos). 

IPOs

Conforme informa a Coluna do Broad, do Estado de S. Paulo, a Caixa Econômica Federal vai atuar nas ofertas públicas iniciais de ações de seus negócios e também em operações de fusões e aquisições.

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A ideia é aproveitar a força de distribuição de varejo, com mais de 91 milhões de clientes, e ainda seu braço de banco de investimento. O Banco do Brasil já segue esse modelo. Em contrapartida, o número de assessores externos deve ser limitado.

Positivo (POSI3)

A Positivo Tecnologia informou que Carlos Augusto Moreira renunciou ao cargo de diretor vice-presidente executivo. Ele ficará no cargo até o dia 31 e o diretor-presidente da companhia, Hélio Rotenberg, assumirá a função interinamente.

Multiplus (MPLU3); Smiles (SMLS3)

O Bradesco BBI rebaixou a recomendação dos papéis de Multiplus para ‘underperform’ (antes ‘neutra’) e a de Smiles para ‘neutra’ (antes ‘outperform’). Os analistas estimam ainda um preço-alvo de R$ 27 e R$ 55, respectivamente.

Um dos principais motivos para o corte nas recomendações é o fato de que ambas as empresas serão deslistadas da bolsa em 2019.

“Os documentos da Multiplus estão sendo analisados pela CVM e esperamos que o processo de deslistamento possa ser concluído no 1º trimestre de 2019. Apesar da Gol ter preferido reincorporar Smiles por meio de uma troca de ações, a B3 rejeitou a estrutura do acordo e agora a Gol está analisando novas alternativas para deslistar Smiles”, escrevem os analistas.

Helbor Empreendimentos (HBOR3)

A Helbor registrou um montante de R$ 293,5 milhões em vendas contratadas totais, um recuo de 13,9% em relação ao mesmo período de 2017. Os lançamentos vieram em R$ 134,8 milhões, recuo de 40% na comparação anual, enquanto o volume no ano foi de R$ 403,4 milhões.

A velocidade de vendas dos lançamentos atingiu 10,3% no trimestre, enquanto os distratos no período representaram R$ 172,9 milhões na parte Helbor.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.