Petrobras, teles e mais 5 notícias ganham destaque no radar deste pregão

Petrobras admite que produção do 1° semestre ficou 7% abaixo do previsto; MMX anuncia saída de Carlos Roberto de Castro Gonzalez, presidente e diretor de RI da empresa

Paula Barra

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SÃO PAULO – O último dia útil de agosto começa agitado no mercado brasileiro, que tem como pano de fundo o cenário interno, com a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) do 2° trimestre no Brasil nesta manhã e pesquisa Datafolha à noite, além de uma série de notícias corporativas. Nesta sexta-feira (29), ganha destaque ainda a terceira e última prévia da carteira teórica do Ibovespa. A nova composição começará a vigorar a partir de setembro.

Na segunda prévia da carteira, revelada dia 18 de agosto, a mineradora MMX Mineração (MMXM3) ficou de fora do Ibovespa, enquanto as outras alterações indicadas na primeira prévia foram mantidas, como a saída do papel da companhia do setor imobiliário Brookfield (BISA3) e a entrada da ação da fabricante de carrocerias de ônibus Marcopolo (POMO4).

Vivo
No radar, o holofote do mercado volta-se novamente para as teles. A espanhola Telefónica, dona da Vivo (VIVT4), disse que a operação e integração da operadora de banda larga da GVT com negócios no Brasil será rentável desde o primeiro dia, em um acordo que pode proporcionar sinergias mínimas de 4,7 bilhões de euros. 

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Segundo a companhia, a transação com deve ser concluída em meados de 2015 e colocará a subsidiária brasileira da Telefónica como a principal operador integrado com a maior quota de mercado em termos de receitas e números de acessos no mercado brasileiro. A oferta da Telefónica pela GVT foi de 7,45 bilhões de euros, dos quais 4,66 bilhões serão pagos em dinheiro e o restante ao equivalente a 12% das ações da empresa combinada.  

Petrobras
A Petrobras (PETR3; PETR4) admitiu aos funcionários que não cumpriu a meta de produção definida para o primeiro semestre, informou em comunicado encaminhado à FUP (Federal Única dos Petroleiros) ao qual O Estado de S. Paulo teve acesso. Segundo a empresa, ela não cumpriu as metas de refino e redução no custo de extração de petróleo, além de ter produzido 7% menos óleo do que o previsto. 

MMX
Além disso, a mineradora MMX (MMXM3) anunciou a saída de seu presidente e diretor de Relação com Investidores ontem à noite. Em comunicado, a MMX informou que Carlos Roberto de Castro Gonzalez renunciou aos cargos de Diretor Presidente e de Relações com Investidores e que o pedido foi aprovado pelo Conselho de Administração da companhia. Com isso, Ricardo Furquim Werneck Guimarães passa a exercer esses dois cargos, acumulando as atribuições do cargo de Diretor sem designação específica, responsável pelos Departamentos Financeiro e Comercial da empresa.

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Além disso, a mineradora disse que seu conselho elegeu, hoje, Vladimir Senra Moreira para o cargo de Diretor sem designação especifica responsável pelo Departamento Jurídico da companhia. Para completar as mudanças, o comunicado diz que Renato Gonzaga passa a ocupar o cargo de Gerente de Relações com Investidores da MMX em substituição de Adriana Teixeira Marques, que ocupou a posição desde Junho 2012 até a presente data.

Oi
Em comunicado, a agência de rating Moody’s rebaixou a nota da Oi (OIBR4) para Ba1 em nível global – grau já considerado especulativo -, “com base na flexibilidade financeira reduzida e indicadores de crédito fracos da empresa, o que a Moody’s acredita que resultará em um enfraquecimento da posição concorrencial da Oi”, disse a nota.

A agência destaca que a companhia articulou planos para reduzir o gasto de capital e pode não participar integralmente do leilão do espectro 4G no Brasil. “Em adição, a Oi poderia enfrentar desafios operacionais, concorrenciais ou financeiros relativos ao ambiente competitivo em rápida evolução, o que inclui uma oportunidade para consolidação por meio de fusões e aquisições”, disse a Moody’s.

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A nota ainda mostra que a agência acredita que a base de negócios da Oi no Brasil enfrenta pressão de margem, devido a uma mudança desfavorável na combinação de produtos em direção à TV paga e banda larga, além da pressão de preço inerente ao seu segmento de valor no mercado-alvo. Sobre os negócios em Portugal, a Moody’s diz que espera a continuidade do enfraquecimento da receita e pressão de margens, em face da concorrência e da mesma mudança desfavorável na combinação de produtos.

Eternit
A fabricante de telhas Eternit (ETER3) foi processada pelo Ministério Público do Trabalho e pode ser condenada em até R$ 1 bilhão. A ação é resultado de uma investigação na fábrica da empresa em Guadalupe, no Rio, que apontou risco de exposição dos trabalhadores ao produto, cuja fibra pode causar câncer no pulmão e outras doenças. Esse é o segundo processo que o MPT move contra a empresa no valor de R$ 1 bilhão. Em agosto do ano passado, a companhia foi acionada por contaminação de amianto na fábrica de Osasco (SP), fechada em 1993. 

Cosan
A Cosan (CSAN3), empresa de infraestrutura e energia, descarta fazer aquisições neste momento de fragilidade da indústria sucroalcooleira, enquanto busca melhorar o desempenho operacional e aposta em etanol de segunda geração para o futuro desse negócio, disse um alto executivo na quinta-feira à Reuters.
 

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O setor de açúcar e etanol, que já foi o carro chefe da Cosan e hoje é apenas um dos negócios do conglomerado, vive uma crise financeira no Brasil desde 2008, o que traz desafios adicionais para a Cosan, que tem uma joint venture com a Shell nesse setor.

Bradespar
A Bradespar (BRAP4), holding que detém participação na Vale (VALE3; VALE5), informou que aderiu ao Refis (Programa de Recuperação Fiscal) para quitação de débitos relativos ao processo judicial em que a companhia pleiteia a não inclusão, nas bases de cálculo do PIS e da Cofins, dos juros sobre capital próprio recebidos das sociedades investidas. Os valores em discussão estão totalmente provisionados e atingiram R$ 306 milhões, dos quais R$ 268 milhões foram incluídos ao Refis, comentou a empresa. Com a adesão ao programa, a companhia deverá pagar R$ 240 milhões, dos R$ 268 milhões. 

(Com Reuters)