Petrobras sem dividendo extra? BBA vê outro gatilho positivo e eleva preço-alvo

Produção é outro fator-chave, apontam analistas do banco, que pode ser maior do que a companhia espera; contudo, recomendação segue neutra para os papéis

Equipe InfoMoney

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Após a decepção que permeia Petrobras (PETR3;PETR4) após o não pagamento de dividendos extraordinários pela estatal, analistas seguem de olho no que está no radar do mercado e que justifique a tese de investimento na companhia.

Em relatório, o Itaú BBA fez uma análise sobre outro tema além de dividendos – a produção da companhia – e apontou que vê assimetria positiva, com uma produção maior do que a petroleira projeta para os próximos anos. Contudo, pondera que há incertezas que a Petrobras consegue contabilizar melhor do que nos estudos dos analistas do banco.

“Apesar de nossa visão de que poderia haver uma assimetria positiva significativa na produção para o longo prazo, consideramos nossas estimativas de produção um pouco mais otimistas apenas para 2024 e 2025, dado que a previsão de produção da empresa considera incertezas que nossa abordagem determinística simplista não considera. Com isso, optamos por aumentar o nosso preço-alvo de R$ 38 para R$ 43 ao término de 2024, mas mantemos nossa indicação neutra (desempenho em linha com a média do mercado) para PETR4”, ressaltaram.

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A equipe de análise destacou ter conversado nos últimos dias com dezenas de investidores, locais e estrangeiros, sobre a decisão do Conselho da Petrobras de não pagar dividendos extraordinários. Os analistas apontam que, embora alguns investidores acreditem que o Conselho possa eventualmente ser convencido a pagar pelo menos parte dos dividendos extraordinários ao longo do ano, ainda não está claro o que poderia mudar a opinião do Conselho e desencadear uma revisão dessa decisão.

“Desta forma, entendemos que a maior parte dos investidores provavelmente irá se agarrar ao rendimento dos dividendos ordinários a partir de agora para avaliar o quão atrativo está em carregar os papéis da empresa”, aponta a equipe de análise.

Com base nisso, o BBA traçou um cenário com esses investidores para terem uma visão mais clara do potencial de geração de caixa da empresa nos próximos anos, sendo que as previsões de produção de petróleo da Petrobras para o Plano Estratégico 2024-28 foi um dos principais temas de discussão no início deste ano.

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“Os atuais níveis de produção da empresa já ultrapassam as previsões para os próximos dois anos, o que levou muitos investidores a mostrarem-se céticos em relação às previsões fornecidas pela companhia no plano, alegando que a empresa está sendo conservadora nas suas estimativas”, apontam os analistas, ainda que ponderando não terem a intenção de questionar a orientação da Petrobras.

Ao estudarem cada um dos FPSOs (navio-plataforma que produz, armazena e transfere petróleo e gás) que entraram em operação a partir de 2010 e seus dados históricos, o banco indica que a assimetria de produção parece inclinada para o lado positivo, ainda que reforcem “não serem capazes” de fazer uma previsão de produção para a Petrobras tão precisa quanto a da empresa, uma vez que a previsão da estatal se baseia num modelo probabilístico preciso, que considera incertezas que a abordagem do banco não considera.

De qualquer forma, reforçam que pode-se ver a materialização de uma produção maior do que a esperada. “Para o curto prazo (2024), a assimetria entre nossa projeção e a orientação da Petrobras não parece ser tão grande (cerca de 100 mil barris por dia), uma vez que a produção virá quase que totalmente de FPSOs que já estão em operação e os níveis atuais de produção da empresa já estão sutilmente acima da orientação. Mas, a longo prazo, as nossas estimativas indicam que a produção entregue poderá ser até cerca de 400 mil barris por dia superior às previsões divulgadas no Plano Estratégico 2024- 28”, reforçando que há riscos no longo prazo que não conseguem capturar em suas análises.