Petrobras: primeiro call de CEO da companhia com analistas tem tom positivo com foco em ESG e desalavancagem

Presidente da estatal também reforçou continuidade da estratégia atual de venda de ativos e destacou potencial de pagamento de dividendos da Petrobras

Mariana Zonta d'Ávila

Joaquim Silva e Luna (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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SÃO PAULO – Na primeiro encontro virtual de analistas do mercado financeiro com o presidente da Petrobras (PETR3;PETR4), general da reserva Joaquim Silva e Luna, o tom foi positivo, de continuidade da estratégia atual de venda de ativos e desalavancagem.

De acordo com o Morgan Stanley, que participou da conversa, o CEO “plantou a sementinha” de planos com maior foco ESG (sigla que designa as melhores práticas ambientais, sociais e de governança), com ênfase na parte social. O investidor, contudo, não deve esperar nada revolucionário nem nenhum movimento drástico sobre o tema, destaca o banco.

Uma atenção especial para os dividendos também foi destacada pelo time. Segundo o banco americano, embora o foco da estatal continue na desalavancagem, a Petrobras quer aumentar a remuneração paga aos acionistas quando o gatilho da dívida bruta de US$ 60 bilhões for alcançado.

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Além disso, a mensagem do encontro foi de que a Petrobras continua comprometida com a gestão do portfólio e com o cumprimento dos prazos definidos com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para as vendas de ativos de refino e gás natural. Para a administração, esses desinvestimentos têm um efeito duplo: reduzir a alavancagem e abrir o mercado para novos participantes.

“Apesar de não haver mudanças aparentes na estratégia, a percepção de potencial intervenção do governo na política da empresa é uma preocupação, principalmente enquanto a agenda de privatização de refinarias não estiver concluída”, escreveu o Morgan Stanley.

Desta forma, o banco mantém sua recomendação equal-weight (perspectiva de valorização dentro da média do mercado) e preço-alvo de US$ 11 para os papéis negociados na Bolsa de Nova York (ou ADRs), um valor 4,36% maior ante o fechamento anterior.

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Também na teleconferência, o Bradesco BBI aponta que houve um destaque especial para questões de sustentabilidade. Segundo os analistas, o próximo plano estratégico da empresa deverá trazer mais iniciativas para o processo de descarbonização mundial e transição energética.

Assim como o Morgan Stanley, os analistas reforçam, contudo, que o plano não deve trazer grandes mudanças.

O time de análise também chama atenção para o reconhecimento, por parte do CEO, do potencial de pagamento de dividendos da Petrobras. Silva e Luna afirmou que procurará formas de maximizá-los, sempre respeitando a meta de alavancagem da empresa.

Rodrigo Araújo, CFO da empresa, também disse que a Petrobras pode aprovar uma política incremental para garantir um fluxo mínimo de dividendos no futuro, escreve o Bradesco BBI.

Outro ponto reforçado pelo general da reserva foi de que ele busca seguir critérios meritocráticos para formar seu grupo de diretores. E afirmou que não há pressão do governo para impor qualquer tipo de política específica.

Com relação à desalavancagem, a administração da Petrobras afirmou que a empresa continuará se esforçando para vender as refinarias em seu plano de investimento, embora o cumprimento dos prazos não dependa apenas da vontade da empresa.

“Não há planos futuros de construção de quaisquer refinarias adicionais, exceto um pequeno projeto de integração entre a RNEST e a REDUQ, com a adição de uma estação de tratamento de gás e uma planta de lubrificantes industriais”, escreveu o time.

O Bradesco BBI tem recomendação de outperform (performance acima da média do mercado) para os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4), com preço-alvo de R$ 35, ou alta de 27% em relação ao fechamento de segunda-feira.

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