Petrobras (PETR4): XP e Itaú BBA revisam estimativas e mantêm compra para as ações

Revisões aconteceram após novo plano de negócios quinquenal

Lara Rizério

Sede da Petrobras - 
16/10/2019 (Foto: 
REUTERS/Sergio Moraes)
Sede da Petrobras - 16/10/2019 (Foto: REUTERS/Sergio Moraes)

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A XP Investimentos e o Itaú BBA revisaram as suas estimativas para a Petrobras (PETR3;PETR4), mantendo o preço-alvo para as ações e recomendação de compra ou equivalente, mas destacando algumas novas premissas para a estatal.

A XP revisou em relatório as projeções após o novo plano de negócios quinquenal (2026-2030) divulgado pela companhia no fim de novembro. A equipe de analistas reiterou recomendação de compra para PETR4, com preço-alvo de R$ 37 (US$ 13,6/ADR), o que implica um potencial de alta de +17% em relação aos preços atuais das ações.

Para os analistas, o novo plano da Petrobras transmite uma mensagem clara: resiliência em um ambiente de preços mais baixos do petróleo.

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O novo plano visa reduzir o preço de equilíbrio do fluxo de caixa da empresa usando duas alavancas principais: (i) economia de despesas operacionais e (ii) investimentos disciplinados. Esses dois fatores também ajudam a explicar grande parte das diferenças entre a geração de caixa livre implícita no plano e o que os analistas da XP assumem em seus modelos. Além disso, a disciplina de capital na prática significa várias camadas de decisões contingentes de alocação de capital.

“Os desembolsos totais de capex da Petrobras dependerão de como os preços do petróleo e os fluxos de caixa se comportarão no futuro – acreditamos que a empresa será mais restritiva em relação ao capex se os preços do petróleo continuarem desafiadores (ou seja, abaixo da premissa do plano para o Brent de US$ 70/bbl)”, aponta.

Para Regis Cardoso, analista da XP que assina o relatório, embora o preço-alvo de R$ 37 por ação PETR4 sugira um reajuste limitado para as ações da Petrobras no curto prazo, as ações devem continuar oferecendo um carrego positivo.

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“Assim, um dos principais argumentos que sustentam nossa recomendação de compra são os rendimentos de dividendos de cerca de 11% (cerca de US$ 8,2 bilhões) em 2026 e cerca de 12% (cerca de US$ 8,9 bilhões) em 2027”, avalia.

A XP elevou as suas estimativas de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) em 5% e 4% para 2026 e 2027, respectivamente, impulsionadas por projeções mais altas de produção de petróleo.

O capex (despesas de capital) também foi elevado em 9% em ambos os anos. Já as estimativas de FCFE (fluxo de caixa aos acionistas) foram cortadas em 14% em 2026, mas permanecem inalteradas em 2027.

O Itaú BBA tem recomendação de “compra” para Petrobras e preço-alvo para R$ 43 por ação ao fim de 2026 para PETR4.

O banco vê a ação sendo negociada com um FCFE yield (rendimento do fluxo de caixa livre para o acionista) de 9% e um dividend yield (rendimento de dividendos) de 10% em 2026.

As premissas revisadas consideram um preço médio do petróleo de US$ 62,5/barril em 2026 (ante US$ 65/barril anteriormente) e US$ 60/barril em 2027 (também revisado de US$ 65/barril). Com isso, estima um pagamento potencial de dividendos ordinários de cerca de US$ 7,6 bilhões em 2026, equivalente a um rendimento próximo de 10%.

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A produção da Petrobras em 2025 superou o guidance (projeção) inicial em aproximadamente 100 kbpd (mil barris de petróleo por dia), e avalia que a produção de 2026 pode ficar próxima de 2,6 mbpd (milhões de barris de petróleo por dia), acima do guidance atual de 2,5 mbpd para o ano.

O ritmo atual de execução dos projetos de Búzios sugere, nas suas estimativas, que as datas de início de produção das próximas unidades podem ser antecipadas caso se mantenham neste nível. Caso isso se confirme, estima um acréscimo de cerca de 24 kbpd à produção de 2026 e aproximadamente 181 kbpd em 2027, sendo acompanhada por uma aceleração de investimentos de US$ 1,8 bilhão para 2026, ante previsto para 2027. Consequentemente, isso pode elevar o FCFE yield de 2027 de 8% para 13% em suas estimativas.

De acordo com compilação feita pela Reuters, de 11 casas que cobrem a ação, 8 recomendam compra e 3 possuem recomendação neutra.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.