Petrobras ignora petróleo e cai após banco cortar preço-alvo e projeção de dividendos

Petróleo teve recuperação na sessão desta quinta, mas queda recente da commodity fez com que Goldman Sachs revisasse para baixo suas projeções para estatal

Monique Lima

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Os preços do petróleo caíram cerca de 20% desde junho e jogaram lá embaixo as estimativas do banco Goldman Sachs para a cotação da commodity nos próximos meses, ainda que a commodity tenha registrado recuperação nas últimas duas sessões.

Com isso, as projeções para o preço-alvo e os dividendos extraordinários da Petrobras (PETR4) até o fim de 2025 também passaram por revisão.  

Segundo relatório divulgado pelo Goldman nesta quinta-feira (12), os dividendos extraordinários da petroleira referentes ao ano fiscal de 2024 não devem mais chegar a US$ 7 bilhões (R$ 39,5 bilhões) e, sim, a US$ 6 bilhões (R$ 33,9 bilhões).  

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As ações da empresa apresentaram queda nas negociações em Bolsa nesta quinta-feira (12), sendo um dos motivos principais a revisão pelo banco americano, fazendo com que os ativos ignorassem a sessão de recuperação do petróleo, que subiu cerca de 2%. Os papéis PETR3 caíram 1,17%, a R$ 40,49, enquanto as ações PETR4 perderam 1,13%, a R$ 36,87.  

Os analistas do banco consideram a faixa de US$ 70 o barril de petróleo para seus cálculos. Eles citam a fraca demanda da China, a produção mais forte do que o esperado nos EUA e os estoques positivos da OCDE como detratores da cotação da commodity.  

Diante desse cenário, eles escrevem que veem agora “um potencial de alta menor em relação ao projetado anteriormente”. O preço alvo para as ações da Petrobras em 12 meses passou de R$ 53 por ação ordinária (PETR3) para R$ 43,40 e de R$ 48 por papel preferencial (PETR4) para R$ 39,40.  

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A recomendação do Goldman para ações continua sendo de compra, no entanto. O relatório diz que a empresa apresenta um spread de 3 pontos percentuais em seu fluxo de caixa livre no ano em comparação com principais pares globais. “Combinado com potenciais dividendos extraordinários a serem distribuídos nos próximos meses”, a ação é vista como atrativa.   

Os US$ 6 bilhões estimados pelos analistas devem ser pagos em dois momentos, de acordo com os analistas. Um total de US$ 4 bilhões até o final de 2024, e os US$ 2 bilhões remanescentes no primeiro semestre de 2025.  

Dividendos em risco  

Além do preço do petróleo, um outro risco apontado no relatório do Goldman para o volume de proventos a ser distribuído pela petroleira é o aumento da dívida bruta.  

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Atualmente, a Petrobras tem um teto estabelecido para a sua dívida, de US$ 65 bilhões até o fim do ano fiscal de 2025.  

A empresa apresentou um plano robusto de novas unidade de produção para começo de operação prevista em 2025. Com isso, os analistas ponderam sobre a possibilidade de a petroleira exceder o seu limite de dívida para conseguir executar esse plano.  

Segundo o relatório, caso a administração resolva pagar a dívida para não romper o limite, em vez de ajustar esse teto para cima no novo plano estratégico esperado para novembro, “isso poderá reduzir a disponibilidade de caixa e representar riscos de queda para nossas estimativas de dividendos”.