Petrobras (PETR4) diz não ver fundamentos para suspender desinvestimentos assinados: qual o impacto para as empresas do setor?

Já os processos em que não houve contratos assinados seguirão em análise, acrescentou a companhia.

Equipe InfoMoney

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A Petrobras (PETR3;PETR4) informou ao mercado nesta sexta-feira (17) que realizou um estudo preliminar sobre os processos de desinvestimentos em curso e, até o momento, não verificou fundamentos para suspender os projetos em que já houve contratos assinados.

Já os processos em que não houve contratos assinados seguirão em análise, acrescentou a companhia.

As afirmações constam em resposta da diretoria executiva da Petrobras a um ofício do Ministério de Minas e Energia, que havia pedido a suspensão do programa de desinvestimentos da Petrobras por 90 dias e gerou temor para o setor. Segundo a companhia, essa resposta foi encaminhado para apreciação de seu Conselho de Administração.

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Antes do comunicado de hoje da estatal, a Seacrest havia informado que a Petrobras convidou a empresa para reiniciar as reuniões de transição em relação à aquisição do Polo Norte Capixaba. Posteriormente, a 3R RRRP3) anunciou que a estatal ratificou a continuidade do processo de transição do Polo Potiguar, impulsionando os ativos e já dando indicações sobre o comunicado posterior pela estatal.

A Petrobras tem, atualmente, cinco contratos assinados, aguardando conclusão do negócio, para venda dos ativos:

Desta forma, os analistas de bancos, como Goldman Sachs, JPMorgan e Bradesco BBI destacaram uma visão positiva para a 3R (que depois foi confirmada com o anúncio). A reação fortemente positiva dos ativos RRRP3, que subiram mais de 15% nesta sexta, ocorre uma vez que parte do recente desempenho ruim das ações da companhia pode ser explicado pelos riscos de a Petrobras não avançar com a venda dos ativos.

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O JPMorgan destaca que a confirmação do processo pela Petrobras deve ser visto como um catalisador muito bom para os 3R.

“Neste momento, falta à 3R apenas a licença ambiental do Ibama (condição precedente para a transação), que a empresa espera obter até o final do mês. Para constar, temos a avaliação do cluster Potiguar em nossos modelos de 3R”, avalia o JP, que tem recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra). O preço-alvo é de R$ 100, ou um potencial de alta de 268% em relação ao fechamento da véspera.

Por outro lado, o Goldman Sachs aponta que o comunicado não tem implicações para a Petroreconcavo, que estava em negociações para comprar Bahia Terra da estatal, mas o contrato não foi assinado. “Não vemos uma implicação direta das notícias de hoje para a empresa”, afirmou. Ainda assim, as ações subiram 2,75%, a R$ 21,30.

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Cabe ressaltar que algumas casas já têm reduzido as suas estimativas para a Petroreconcavo, principalmente após as declarações recentes de Jean Paul Prates, CEO da Petrobras, que garantiu nesta semana que a estatal seguirá na Bahia, incluindo o Polo Bahia Terra.

“Em sua fala com os trabalhadores no Cepe, o presidente (Prates) garantiu que a companhia voltará a utilizar o complexo mobiliário do Torre Pituba como estação de trabalho da capital baiana. Prates reforçou ainda que a Petrobras fará investimentos no Estado, incluindo o Polo Bahia Terra”, disse a estatal em nota nesta semana, sem deixar claro como seriam esses investimentos.

O Polo estava sendo negociado com um consórcio formado pela PetroReconcavo e também pela Eneva (ENEV3), mas ainda não havia sido assinada a venda. O Bradesco BBI disse acreditar que a venda do ativo Bahia Terra nesta fase é vista como improvável.