Petrobras (PETR4) deve trazer resultados fortes, mas atenção fica mais uma vez para dividendos

Apesar de recuo de produção, estatal deve ter seus ganhos impulsionados pela forte alta do petróleo

Vitor Azevedo

Petrobras (fonte: Shutterstock)

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Quando a Petrobras (PETR3;PETR4) divulgou seu balanço do primeiro trimestre de 2022, analistas esperavam de forma consensual um bom resultado e o destaque, por isso, ficou para a distribuição de proventos. Nesta temporada do segundo trimestre, o cenário não é muito diferente, com a diferença de que os dividendos podem chamar ainda mais atenção.

Nesta semana, circulou a notícia de que o Governo Federal pediu para as estatais anteciparem a distribuição de caixa para seus acionistas e o conselho da Petrobras teria discutido essa possibilidade internamente.

“Para este trimestre, esperamos que a empresa anuncie US$ 12 bilhões em dividendos, porém, caso a empresa antecipe valores, não descartamos a possibilidade desse nível aumentar para US$ 16 bilhões”, comentam os analistas do Bradesco BBI, em relatório.

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A Petrobras viu, segundo sua prévia operacional, sua produção de barris de óleo ou equivalentes (boe) cair 5,1% tanto na base anual quanto na trimestral trimestral. Mesmo assim, o esperado pelos analistas do banco é que a companhia veja seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) crescer 49% na comparação com o mesmo período do ano passado e 14% na com o primeiro trimestre, chegando a R$  89,1 milhões.

“Teremos um bom crescimento sequencial, principalmente pelos preços mais altos do petróleo, que subiram 13% no trimestre, e pelo aumento dos preços dos combustíveis no Brasil”, comenta o BBI. “Eles mais do que compensarão a queda de produção e o fortalecimento de 6% do real no período”.

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O Bank of America tem opinião parecida, afirmando que os preços dos petróleos e dos produtos da companhia devem “impulsionar o segundo trimestre”.

“Espera-se que os resultados subam acentuadamente tanto em relação ao ano anterior quanto em relação ao primeiro trimestre, impulsionados principalmente pelos preços mais altos do petróleo bruto e dos produtos refinados. Estimamos o Ebitda em R$ 86,8 bilhões”, dizem os analistas do banco americano.

O BofA vê o preço do petróleo saltando 15% na base trimestral, a US$ 112,85 em média, e o Ebitda deste braço ficando em R$ 76,3 bilhões. Para o segmento de refino, a perspectiva é de um Ebitda com alta de 45% no trimestre e 101% no ano, para R$ 10,5 bilhões, com “preços de produtos mais altos”.

O Itaú BBA, por fim, vê a companhia trazendo um Ebitda ainda maior, de R$ 94 bilhões – o banco destaca, além dos fatores já mencionados, que a Petrobras tinha diesel armazenado e que deve, com isso, ter surfado na alta dos preços.

No lucro líquido, a maioria dos bancos, no entanto, vê um leve recuo na base trimestral – de 5% para o BBI, para R$ 40,8 bilhões, de 11,7% para o BBA, para R$ 39,7 bilhões, e de 8% para o BofA, para R$ 41,04 bilhões. Segundo os bancos, isso se deve por conta de efeitos não-caixa causados pela depreciação do real no fim do primeiro trimestre, que pesaram sobre a dívida em dólares.

De acordo com o consenso Refinitiv com analistas, a companhia deve registrar lucro de R$ 38 bilhões, Ebitda de R$ 83,27 bilhões e receita de R$ 162,39 bilhões.

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