Petrobras (PETR3;PETR4): o que analistas esperam do balanço do 4º trimestre, que será divulgado hoje

Companhia deve ser beneficiada por maiores preços do petróleo e do dólar e foco está em dividendos

Vitor Azevedo

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A Petrobras (PETR3;PETR4) divulga nesta quarta-feira (23) seu balanço de resultados do quarto trimestre de 2021, após o fechamento do pregão.

De formal geral, as perspectivas para os resultados da estatal são positivas. No consenso da Refinitiv, que leva em conta a estimativa de várias casas de análises e bancos, o projetado é que a Petrobras traga lucro líquido recorrente de R$ 30,5 bilhões entre outubro e dezembro, lucro líquido de R$ 23 bilhões, receita de R$ 133,5 bilhões e um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 68,5 bilhões.

Entre os destaques comuns apontados por diferentes analistas está a distribuição de dividendos. “O mercado deve voltar a focar nos dividendos, que acreditamos que podem variar de US$ 4 a US$ 7 bilhões para este trimestre, com algum potencial de vir ainda acima valorização deste valor”, afirma Vicente Falanga, do Bradesco BBI, em relatório.

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Para o Bank of America, a Petrobras deve mostrar no quarto trimestre se começará a pagar dividendos regularmente, conforme sua política de distribuir 60% do seu fluxo de caixa livre – algo que deve se acentuar mais ao longo de 2022.

É consenso que a companhia trará um bom resultado entre outubro e dezembro. Apenas na base trimestral, o preço do petróleo avançou mais de 9%. Na comparação anual, o preço do barril Brent saiu de cerca de US$ 50 no quarto trimestre de 2020 para algo próximo a US$ 75 no último período do tipo.

“O Ebitda da Petrobras deve aumentar 18% na base trimestral, chegando a R$ 75,4 bilhões, por conta dos preços mais altos do petróleo e dos combustíveis”, afirma o analista do BBI. “Em relação ao quarto trimestre de 2020, esperamos que o EBITDA cresça 113%, devido a uma base de comparação fraca”, completa.

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O BofA, por sua vez, chegou a aumentar seu preço-alvo para os ADRs (na prática, os ativos negociados na Bolsa americana) da estatal de US$ 14,50 para US$ 16,50, prevendo números operacionais robustos, com um Ebitda de US$ 12 bilhões – número que é igual para os analistas da XP Investimentos e pouco menor do que os US$ 12,1 bilhões previstos pelo Itaú BBA e os US$ 12,09 bilhões do Morgan Stanley.

Tanto a XP quanto o Morgan Stanley, acima citados, destacam, entre o lado negativo, o possível impacto da falta de paridade com os preços internacionais no segmento de refinarias.

“O Ebitda de exploração e Produção (E&P) deve continuar apresentando uma margem sólida (72%), enquanto RTC ainda deve apresentar margens saudáveis, apesar de não seguir estritamente a paridade de preços internacional, já que a empresa utiliza seus estoques antigos com custos mais baixos”, afirma a XP Investimentos.

Parte dos analistas aponta ainda que o Ebitda, além de ser beneficiado pelo preço do petróleo, deve ser impulsionado também pelo fato de o Real ter se desvalorizado 5,4% frente ao dólar na base anual, o que aumenta os ganhos com exportações.

Dólar, porém, pode impactar outras frentes do balanço da Petrobras

Apesar de a alta do dólar impulsionar as exportações, algumas análises apontam que esse movimento da moeda pode pesar sobre outras frentes de negócio da Petrobras.

“Sequencialmente, o aumento do EBITDA deve ser compensado pelo setor de gás e energia, que foi impactado pelas importações de gás natural (GNL) a preços muito elevados”, afirma o BBI. A estatal importa GNL para cumprir contratos de distribuição.

Além disso, o BofA pontua que é esperado que os resultados financeiros da companhia venham com alguma deterioração, com maiores custos das dívidas emitidas em moeda americana – o que deve impactar o resultado líquido. O banco americano, porém, aponta que a venda de ativos, como no caso da refinaria RLAM, deve fazer contraponto a esses gastos no lucro.

Para o lucro líquido, por fim, as expectativas do BBI são de R$ 31,01 bilhões – maior tanto na base trimestral, uma vez que no terceiro trimestre o lucro foi de R$ 17,3 bilhões, quanto na anual, com lucro de R$ 28,4 bilhões no mesmo trimestre de 2020. O Morgan Stanley vê a Petrobras lucrando US$ 4,5 bilhões, pouco menos do que a XP, que projeta US$ 5,9 bilhões.

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