Petrobras investirá US$ 1 bilhão até 2026 para concluir refinaria Abreu e Lima

Diretores afirmaram também durante o Petrobras Day que a estatal investirá US$ 1 bilhão até 2026 para concluir a refinaria Abreu e Lima

Felipe Alves

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A Petrobras (PETR3;PETR4) investirá US$ 1 bilhão entre 2022 e 2026 para concluir a refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, conforme informou durante o Investors Day, realizado nesta quinta-feira (25).

Segundo o diretor financeiro e de relacionamento com investidores da Petrobras, Rodrigo Araújo, a indefinição sobre uma segunda unidade de refino foi um dos fatores que teriam pesado para não haver interessados na venda da Rnest. Além disso, a segunda unidade de refino deve ser construída na planta.

A construção, avalia a empresa, poderá ser um mitigador de riscos para o desinvestimento.

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Conforme o diretor-executivo de refino e gás natural, Rodrigo Costa, dessa forma, a Petrobras poderia reiniciar o processo de venda, que se encerrou em agosto, sem ofertas dos interessados.

Refinaria problemática

A Rnest de Pernambuco entrou em operação em 2014. Ela é a mais recente refinaria da Petrobras, que foi envolvida em escândalos de corrupção investigados pela Operação Lava Jato. No último plano estratégico da estatal, a Rnest era citada no portfólio de desinvestimentos.

Assim, com os novos investimentos previstos, a unidade terá sua produção ampliada de 115 mil para 260 mil barris por dia (bpd) até o ano de 2027.

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Hoje a Petrobras busca vender oito refinarias e manter as cinco que têm nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Nível de endividamento

Durante a apresentação, a empresa reforçou os seus pilares estratégicos: manter a estrutura ótima de capital, maximizar a geração de valor, mitigar riscos pela gestão de contencioso e comprometimento com a melhor alocação de capital.

“Enxergamos nosso nível de dívida ótimo como sendo US$ 60 bilhões, olhando diversos indicadores. Olhando não só a alavancagem de mercado, mas a relação entre fluxo de caixa e operacional e juros”, afirma Rodrigo Araújo Alves, diretor financeiro e de relacionamento com investidores da Petrobras.

Esse alvo de US$ 60 bilhões, segundo Rodrigo, permite à Petrobras navegar por cenários desafiadores de preço de petróleo, sem deixar a companhia excessivamente alavancada.

O Capex (investimentos) previsto de US$ 68 bilhões é “extremamente responsável e resiliente ao cenário desafiador de preços”, destaca Rodrigo Araújo Alves. Deste valor, 84% é focado em exploração e produção de petróleo e gás.

Nova previsão de preços do petróleo

A Petrobras ampliou a previsão dos preços do petróleo de longo prazo. Agora, a estatal prevê que valor será de US$ 55 nos anos de 2025 e 2026 (antes a expectativa era de US$ 50). Para o ano que vem, a companhia estima que os preços estarão, em média, em US$ 72 por barril.

Segundo o diretor financeiro e de relacionamento com investidores da estatal, Rodrigo Araújo, as premissas do plano estratégico da Petrobras estão com cenário mais positivo que o preço atual do petróleo. Mas no longo prazo há também expectativa de depreciação do real.

O plano de negócios da Petrobras prevê um câmbio mais desvalorizado em relação ao plano anterior. Assim, a empresa espera um câmbio real de R$ 5,4 por dólar em 2022 e de R$ 5,1 por dólar em 2026.

Mais plataformas

Do total de 15 novas plataformas, em 6 campos que a Petrobras pretende operar até 2026, 12 estão no pré-sal e 3 no pós-sal. Todos os que entram em operação até 2025 já estão contratados.

“Considerando o mercado mundial de FPSO, nós temos cerca de 50% dos novos FPSOs que vão entrar em operação nos próximos cinco anos”, diz João Henrique Rittershaussen, diretor de desenvolvimento da produção da Petrobras. FPSO é a unidade flutuante de armazenamento e transferência.

Para 2022 deve entrar em operação a FPSO Guanabara, que está saindo de Dubai para o Brasil até o fim deste mês.
Investimento em descabornização será de US$ 2,8 bilhões

A Petrobras vai alocar recursos importantes para projetos ligados a descarbonização e melhora em termos de processos atuais. A estatal prevê investir US$ 2,8 bilhões para fortalecer a presença de baixo carbono.

“Fazemos isso por que temos consciência do papel das empresas produtoras de óleo e gás no contexto da transição energética, que não vai se dar da noite para o dia”, destaca Roberto Ardengue, diretor de relacionamento institucional e de sustentabilidade da Petrobras.

Mas, segundo ele, o petróleo ainda vai continuar tendo participação significativa no mercado nos próximos anos. Deverá haver um processo lento e gradual de substituição energética.

O foco da estatal é em três áreas: descarbonização das operações, investimento em bioprodutos e avançar competências para o futuro.

Braskem

A venda da fatia na Braskem (BRKM5) pela Petrobras pode ser feita de forma semelhante à venda de sua participação na Vibra Energia (VBBR3), segundo o diretor financeiro e de relacionamento com investidores da Petrobras, Rodrigo Araújo.

As declarações em relação à antiga controlada, que trocou de nome e deixou de ser BR Distribuidora neste ano, foram dadas durante o Investors Day da Petrobras, realizado nesta quinta-feira (25). Conforme Araújo, as conversas seguem com a Novonor, antiga denominação do Grupo Odebrecht.

“Temos que traçar claramente quais seriam os passos seguintes do processo. Nossa ideia é ter algo parecido com isso [operação da Vibra]”, destacou ele, ao afirmar ainda que hoje o modelo mais provável seja um modelo via mercado de capitais, eventualmente um follow on.

A Novonor conta com 50,1% do capital votante e 38,3% do capital total da Braskem. Já a Petrobras detém 47% das ações com direito a voto e 36,1% do capital integral da companhia. Por sua vez, outros acionistas detêm 2,9% do capital votante e 25,6% do total.

Neste ano, as ações da Braskem (BRKM5) estão entre as que mais se valorização, com alta de 120%.

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