Petrobras fecha acordo de US$ 2,95 bi nos EUA, ministro dá aval para acordo da Embraer, 2 recomendações e mais destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quarta-feira (3)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo tem como destaque notícias de grandes empresas, com atenção para as cifras bilionárias envolvendo a Petrobras, ministro dando aval para acordo da Embraer com a Boeing incluindo área de Defesa e fontes apontando para a Bloomberg que a Vale negocia saída da BHP Billiton da Samarco. Confira os destaques desta quarta-feira no mercado:

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Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras informou ter fechado um acordo para encerrar a ação coletiva movida por investidores nos Estados Unidos, com o pagamento de US$ 2,95 bilhões. Este valor trará impacto no resultado do quarto trimestre de 2017, explica a companhia. O acordo será submetido à apreciação do juiz da Corte Federal de Nova York.

Com esse acordo elimina-se o risco de um julgamento desfavorável, “o que poderia causar efeitos materiais adversos à companhia e a sua situação financeira” e “põe fim a incertezas, ônus e custos associados à continuidade dessa ação coletiva”, segundo expõe a petroleira em nota ao mercado, divulgada nesta manhã de quarta-feira, 3.

A proposta para o encerramento da ação é pagar o montante em três parcelas, sendo duas de US$ 983 milhões e a última de US$ 984 milhões. A primeira parcela será paga em até dez dias após a aprovação preliminar do juiz, a outra em até dez dias após a aprovação final e a terceira em até seis meses ou 15 de janeiro de 2019, o que ocorrer por último. A Petrobras reforça sua condição de vítima do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, do qual diz ter recuperado R$ 1,475 bilhão no Brasil até o momento. “O acordo não constitui reconhecimento de culpa ou de prática de atos irregulares pela Petrobras. No acordo, a companhia expressamente nega qualquer responsabilidade. Isso reflete a sua condição de vítima dos atos revelados pela Operação Lava Jato, conforme reconhecido por autoridades brasileiras, inclusive o Supremo Tribunal Federal”, afirma a companhia em fato relevante.

A companhia, por sua vez, recebeu na terça-feira autuação da Receita Federal com exigência de pagamento de tributos referentes a remessas ao exterior para pagamento de afretamento de embarcações em 2013. O total cobrado pela Receita é de R$ 17 bilhões. Segundo a estatal, a cobrança envolve Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), PIS/Cofins e Cide-Serviços. Do total, R$ 7 bilhões se referem a IRRF.

A Receita alega que os contratos firmados foram de prestação de serviços, e não afretamento de embarcações. Esse valor se soma aos R$ 45 bilhões em disputas tributárias declarados pela Petrobras nas suas demonstrações financeiras do terceiro trimestre deste ano. 

Deste total, 45% são referentes ao IRRF, e podem ser encerrados com adesão ao parcelamento de dívidas previsto no Repetro. A companhia afirma que avaliará as condições e submeterá a decisão às instâncias competentes.

Por fim, a estatal anunciou corte em 1,4% do preço da gasolina e de 1,9% do diesel, que serão válidos a partir de quinta-feira (4). 

Embraer (EMBR3)

Segundo informações do jornal O Globo, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que o governo poderá permitir a venda da Embraer para a americana Boeing, incluindo a divisão militar da empresa. O Brasil só não abrirá mão do controle da companhia porque isso significaria “flexibilizar a soberania nacional”, disse ele. 

“É possível fazer uma parceria ou promoção comercial também na área militar, desde que seja resguardado o sigilo, caso a caso. Só não faremos alienação, venda ou transferência do controle”, disse Jungmann. O ministro disse que governo ainda não recebeu proposta concreta da Boeing, mas que a expectativa em torno das tratativas é positiva. 

Mesmo sem um modelo definido para a parceria com a Boeing, como compra de ações ou associação, a Embraer pretende manter conversas com o governo para mostrar o melhor caminho para a empresa. 

Vale (VALE3)

Segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, a Vale e a BHP Billiton estão em negociações sobre o futuro de sua joint venture Samarco, incluindo uma opção que dá controle total à mineradora brasileira. A agência informou que a Vale e a BHP não responderam imediatamente aos pedidos de comentários por telefone e e-mail fora do horário comercial.

Eletrobras (ELET3;ELET6)

A privatização da Eletrobras segue enfrentando dificuldades, como mostra o jornal Valor Econômico desta quarta. Segundo o jornal, parlamentares ameaçam rejeitar a Medida Provisória 814, editada na semana passada como parte do plano de privatização da Eletrobras e para resolver problemas de distribuidoras de energia da região Norte. Eles consideram que a proposta libera a venda da estatal e de suas subsidiárias sem que o modelo de desestatização seja avaliado pelo Congresso Nacional. 

As bancadas do Nordeste e de Minas Gerais lideram o movimento contrário à venda da Chesf e Furnas. A MP também reinclui no plano de desestatização a Eletronorte, Eletrosul e CGTEE. Rodrigo Maia, que afirmou ser a favor da privatização, criticou o governo por decidir iniciar a privatização por medida provisória, que tem efeito imediato. “Sou a favor da privatização, mas só via projeto de lei”, disse. 

Vulcabrás (VULC3)

O Credit Suisse iniciou a cobertura para a Vulcabras-Azaleia com outperform e preço-alvo de R$ 13 por ação (40% de upside). “Entre as grandes vantagens da empresa, os analistas destacam a integração vertical que permite a empresa ser mais flexível, reduzindo o tempo de produção de novos produtos (45 dias versus 6 a 12 meses dos competidores internacionais) e se adaptar a mudanças de consumo mais rapidamente”, afirmam os analistas do banco.

Alem disso, os analistas destacam o forte crescimento de lucros (2017 deve ser 4 vezes maior que 2016) com CAGR ( taxa de crescimento composta anual) de 23% entre 2017 e 2019. “Esperamos tambem que o ROIC (rentabilidade sobre capital investido) continue expandindo e possa chegar a 29% em 2019, com aumento de margem e melhora de capital de giro”, afirmam. 

 Omega Geração (OMGE3)

A Omega Geração teve a cobertura iniciada com recomendação ‘outperform’ (desempenho acima da média) pelo Bradesco BBI e preço-alvo de R$ 21, o que corresponde a uma alta de 21% em relação ao último fechamento. 

Engie (ENGI3)

A operação comercial da Central Fotovoltaica Assú V, da Engie, está autorizada pela Aneel desde 23 de dezembro, segundo comunicado ao mercado da companhia na terça. A central está localizada no Rio Grande do Norte e tem capacidade instalada de 36,7 MW. No mesmo comunicado, a empresa informa que assumiu a operação das usinas hidrelétricas Jaguara e Miranda em 29 de dezembro. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.