Petrobras e Vale caem pela 2ª semana; só 6 ações do Ibovespa sobem

Na ponta positiva do Ibovespa, aparecem papéis favorecidos pela valorização do real: Suzano, Braskem e Fibria

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa marcou nesta sexta-feira (5) sua segunda queda semanal consecutiva (-4,99%) em meio à forte derrocada dos preços das commodities e incertezas sobre as diretrizes econômicas. O mau humor fez com que apenas 4 das 70 ações do índice encerrassem o período no negativo, sendo que três dessas são papéis beneficiados pela valorização do real frente ao dólar, que em um momento de incertezas sobre o ciclo de aperto monetário subiu 1% na semana.

Figuraram na ponta positiva do Ibovespa as ações da Suzano (SUZB5, R$ 11,03, +1,38%), Even (EVEN3, R$ 5,83, +0,52%), Cesp (CESP6, R$ 26,00, +0,50%), Qualicorp (QUAL3, R$ 27,90, +0,36%), Braskem (BRKM5, R$ 19,28, +0,16%) e Fibria (FIBR3, R$ 30,90, +0,23%). Com exceção da Cesp, Qualicorp e Even, as demais têm perfil exportador e ganham com o movimento já que suas receitas são atreladas à moeda americana. 

Já do lado negativo, lideraram as perdas as ações da Rossi (RSID3), que caíram 21,09% na semana, mas acumulam nos últimos 10 dias queda de mais de 30%. Nesta sexta-feira, os papéis da construtora marcaram sua nona queda em 10 sessões. Na sequência, apareceram as ações da Cosan Logística (RLOG3, R$ 2,91, -16,14%), Marfrig (MRFG3, R$ 5,33, -14,31%), ALL (ALLL3, R$ 5,33, -14,31%) e as preferenciais da Eletrobras (ELET6, R$ 6,69, -13,34%). 

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No caso da Cosan Logística, a ação da empresa saíra do Ibovespa na nova carteira teórica do índice, assim como as da Eletropaulo (ELPL4, R$ 9,09, -1,94%), segundo primeira prévia divulgada nesta segunda-feira.

Em relação à Marfrig pesou a notícia de que a situação complicada da Rússia atingiu em cheio os frigoríficos brasileiros em novembro. Os exportadores brasileiros de carne bovina amargam perdas de quase 60% nas vendas aos russos, em meio à forte desvalorização do rublo, à retração dos preços do petróleo e à sinalização de que a Rússia está à beira de uma recessão. No setor, fechou em queda na semana também as ações da JBS (JBSS3), que caíram 5,08%, fechando a R$ 11,39. 

Confira outros destaques da Bolsa nesta semana:

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Petrobras
Embora não tenha ficado entre as maiores perdas do Ibovespa, as ações da Petrobras (PETR3, R$ 11,46, -5,68%PETR4, R$ 12,26, -4,22%) chamaram atenção acumulando sua segunda semana seguida no negativo. Os papéis preferenciais da petroleira registraram hoje sua nona queda em dez pregões, apresentando no período desvalorização de 13,8%.

As investigações de corrupção e a queda do preço do petróleo voltam a pressionar a estatal. Ontem, a Arábia Saudita anunciou redução de seus preços de exportação para a Ásia e os Estados Unidos. Em janeiro, os preços do petróleo saudita para os importadores asiáticos serão reduzidos em US$ 1,50 e US$ 1,90 por barril em comparação a dezembro; os preços para os EUA serão reduzidos em US$ 0,10 e US$ 0,90 por barril. 

Vale
As ações da Vale também recuam pela segunda semana seguida entre corte de recomendação pelo Bank of America Merrill Lynch (de compra para neutra) e revisão para baixo do preço-alvo dos ADRs (American Depositary Receipts) de US$ 13 para US$ 12 pelo BTG Pactual. 

Na semana, a mineradora anunciou seu plano de orçamento para 2015. Foi o 4° ano seguido que a empresa divulgou redução no orçamento, desta vez para US$ 10,2 bilhões. O o plano inclui dispêndios de US$ 6,358 bilhões para a execução de projetos e US$ 3,809 bilhões dedicados à manutenção das operações existentes.

Usiminas
A Usiminas (USIM3, R$ 8,38, +24,15%; USIM5, R$ 5,11, -1,73%
viu seus papéis ordinários descolarem-se dos preferenciais e dispararem na Bolsa nos últimos pregões, sendo que em três dias, os ativos USIM3 valorizaram 26%, enquanto os ativos USIM5 acumularam alta de 7,20% no período. De acordo com o analista João Pedro Brugger, da Leme Investimentos, este movimento geralmente é visto em ocasiões de venda de parte societária da companhia. Porém, para o analista, “este não me parece o caso da Usiminas, mesmo com o noticiário da companhia”. 

Vale mencionar que na terça-feira a Nippon Steel, que divide com o grupo Ternium Techint o controle da Usiminas, pediu à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que investigasse atos do grupo Ternium envolvendo disputa no Conselho de Administração da companhia. Em comunicado enviado à imprensa, a Nippon afirma que a “Ternium Techint não age em favor dos melhores interesses da Usiminas”. A Ternium, por sua vez, considerou as acusações da sócia como levianas e avaliou a postura do grupo japonês como violenta e desproporcional. A companhia afirmou que manterá estratégia de tomar todas as medidas legais e societárias para proteger a Usiminas “dos efeitos nefastos da conduta ilegal e irresponsável da Nippon e de seus representantes”.