Petrobras e Vale caem; M. Dias Branco salta 6% com aquisição, enquanto balanço e notícias de fusão impulsionam Fibria

Confira os destaques da bolsa nesta terça-feira (30)

Lara Rizério

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Petrobras (PETR3, R$ 21,49, -1,01%; PETR4, R$ 19,69, -0,81%)
Em um dia de noticiário agitado para a Petrobras, as ações da companhia têm baixa, em um dia de queda para o petróleo, com o brent em baixa de 0,88%, a US$ 64,98 e o brent em queda de 0,50%, a US$ 69,11. 

No radar da companhia, o conselho da Petrobras aprovou o nome de Eberaldo de Almeida Neto para o cargo de diretor-executivo de Assuntos Corporativos e de Hugo Repsold para o cargo de diretor-executivo de Desenvolvimento da Produção & Tecnologia. Ainda sobre a estatal, ela aderiu ao programa de parcelamento do IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) sobre remessas ao exterior para pagamento de afretamento de embarcações entre 2008 e 2014. A companhia fará o pagamento de R$ 1,7 bilhão em 12 parcelas mensais, e, segundo a Petrobras, o impacto negativo no resultado do 4º trimestre será de aproximadamente R$ 1,1 bilhão (líquido de impostos). 

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Por fim, a estatal comunicou que as reservas provadas de óleo e gás natural recuaram de 12,5 bilhões de boe (barril de óleo equivalente) para 12,4 bilhões entre 2016 e 2017. Apesar da queda, a Petrobras conseguiu repor 89% do volume produzido, principalmente devido à perfuração de novos poços e melhor comportamento dos reservatórios no pré-sal das bacias de Santos e Campos.

O BTG Pactual comentou duas notícias sobre a Petrobras. Em primeiro lugar, sobre a evolução de suas reservas em 2017, a companhia mostrou bons dados, destacam os analistas. O índice de reposição de reservas atingiu 109% pelo critério da SEC e 89% pelo critério da ANP, ambos números saudáveis e levemente melhores do que o nosso modelo.

Já do lado negativo, aponta o BTG, a empresa concordou em pagar R$ 1,7 bilhão ao governo federal para terminar uma disputa de impostos superior a R$ 20 bilhões. O acordo em si não é ruim e tem uma proporção pagamento/tamanho da disputa que parece inferior a outras lutas desse tipo com a União. “No nosso modelo abatemos do valor justo parte das disputas off-balance sheet, então o acordo não deve gerar impacto negativo do lado de cá. O lado negativo do acordo é reduzir o lucro do trimestre (em R$ 1,1 bilhão), o que pode prejudicar um pouco a história do dividendo para 2017”, apontam os analistas, que seguem recomendando compra para o papel. “Vemos o próximo grande catalisador potencial a cessão onerosa e uma eventual revisão do contrato assinado entre Petrobras e governo, permitindo que a companhia venda parte de suas reservas nos respectivos campos”, finalizam.

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Cesp (CESP6, R$ 15,49, +1,84%)

O CDPED (Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização) retomou o processo de privatização da companhia de energia paulista Cesp.

Nesta terça-feira, o governador Geraldo Alckmin deve encaminhar ao ministro de Minas e Energia um ofício pleiteando o enquadramento da Cesp ao decreto 9.271/2018, que amplia o prazo de concessão de geração por 30 anos para o vencedor de um leilão de privatização.

Como o governo de São Paulo costuma conceder entre 45 e 60 dias de prazo entre a publicação do edital e a realização do leilão, o certame deve ocorrer em maio, se o cronograma do governo paulista se confirmar. 

Vale destacar que na última sexta-feira o governo assinou decreto que permite que vencedores de leilões de privatização de empresas geradoras de energia municipais, estaduais ou federais renovem suas concessões por 30 anos.

Fibria (FIBR3, R$ 56,50, +2,08%)

Após disparar mais de 5% na véspera, as ações da Fibria seguem em alta com o resultado positivo e em meio às notícias de fusão. Inaugurando a temporada de resultados do quatro trimestre, a empresa reportou receita líquida de R$ 4,05 bilhões no quarto trimestre do ano passado, enquanto os analistas esperavam por R$ 3,93 bilhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 1,98 bilhão, também acima dos R$ 1,87 bilhão projetado pelo mercado. Por fim, o lucro líquido somou R$ 280 milhões entre setembro e dezembro do ano passado.

No acumulado de 2017, a receita líquida cresceu 22% frente 2016, passando de R$ 9,6 bilhões para R$ 11,7 bilhões, enquanto o Ebitda saltou 32%, para R$ 4,9 bilhões. Com relação ao lucro, a empresa registrou queda de 34% na passagem anual, saindo de R$ 1,6 bilhão para R$ 1,1 bilhão. De acordo com os analistas do Bank of America Merrill Lynch, o resultado foi sólido, destacando o Ebitda recorde e a produção acima da esperada em Horizonte II, de 559 mil toneladas em 2017 ante guidance de 477 mil toneladas. A companhia segue a top pick do setor para o banco. 

A companhia ainda informou que o conselho de administração aprovou a contratação de serviços de logística portuária para movimentação de celulose junto à Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport). Em comunicado, a Fibria afirma que o investimento total estimado para o empreendimento é de R$ 700 milhões, com previsão de pagamento de R$ 215 milhões em 2018, R$ 375 milhões em 2019 e mais R$ 110 milhões em 2020. A empresa aprovou ainda orçamento de R$ 3,7 bilhões para 2018, dos quais R$ 444 milhões na linha de produção Horizonte 2, segundo comunicado ao mercado.

Atenção ainda para notícias sobre a Fibria após a nota de Lauro Jardim, do jornal O Globo, de que a Paper Excellence estuda fazer uma proposta pela empresa. O Valor informa que a Eldorado Brasil, produtora de celulose de eucalipto da J&F Investimentos e da Paper Excellence, e a Fibria poderão combinar suas operações localizadas em Três Lagoas (MS), a partir da constituição de uma nova empresa.  Segundo fontes ouvidas pelo jornal, uma proposta para início de conversas já foi levada à Fibria pela PE, que pertence aos mesmos donos da Asia Pulp and Paper (APP) e ainda é acionista minoritária da Eldorado. Procurada  pelo jornal, a Fibria informou que não comenta o assunto e a PE declarou que não procede a informação e que continua focada no processo de aquisição dos 53% restantes de ações da J&F na Eldorado Brasil.

Vale (VALE3, R$ 41,57, -0,76%)

As ações da Vale acompanham o dia de queda dos metais e registram leve baixa nesta sessão. Na bolsa de Dalian, o dia foi de leve alta para o contrato futuro do minério de ferro, com ganhos de 0,29%, a 517,5 iuanes. Ainda na China, às 23h, serão divulgados os dados do PMI da atividade industrial chinesa. 

M Dias Branco (MDIA3, R$ 58,67, +6,48%)

A M. Dias Branco sobe forte após ter concluído a compra da totalidade das ações da Piraquê por R$ 1,55 bilhão, em transação que ainda depende da aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). “A operação reflete a estratégia comercial da M Dias Branco de acelerar seu crescimento nas regiões sul e sudeste do Brasil, bem como de incluir no seu portfólio produtos de alto valor agregado”, apontou a empresa.

Segundo análise do BofA, a aquisição é estratégica e acelera a expansão no Sudeste, apontando que há sinergias entre as duas companhias. Além disso, o acordo reduz os riscos de execução para uma exposição orgânica da empresa. Os analistas seguem com recomendação neutra, rolando o preço-alvo para 2018 de R$ 52 para R$ 57. 

Minerva (BEEF3, R$ 9,73, +0,10%)

O Conselho de Administração da Minerva elegeu Fernando Galletti de Queiroz como CFO. O executivo acumulará funções de diretor presidente e de diretor de finanças da empresa. O Conselho também ratificou voto favorável proferido pela cia. na Assembleia Geral Extraordinária da sua controlada, Pul Argentina, que aprovou o aumento do capital social desta. 

Eletropaulo (ELPL3, R$ 14,75, +0,34%)

Segundo a coluna do Broad, do Estadão, a  Eletropaulo deixará sua oferta subsequente de ações (follow on) para março em meio às negociações com a Eletrobras sobre um passivo de R$ 2 bilhões. “A empresa estava com a oferta no gatilho na sexta-feira, 26, na expectativa de uma solução para o impasse com a Eletrobras nesta semana, mas um acordo pode demorar um pouco mais”, informou a coluna.

Gol (GOLL4, R$ 18,33, +0,88%)

A companhia aérea prepara uma emissão de US$ 100 milhões no mercado internacional, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg. A precificação é esperada para esta terça-feira (30), aponta a notícia, com taxa de 7,125%.

(Com Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.