Petrobras e outras blue chips disparam com rumor de forte queda da Dilma em pesquisa

Além da alta de mais de 4% da Petrobras, bancos, siderúrgicas e elétricas mostram forte arrancada nesta sessão

Paula Barra

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SÃO PAULO – Com a guinada para cima do mercado nesta tarde, as blue chips da Bolsa aparecem nas suas máximas do dia nesta quinta-feira (17), em meio a rumores de que a pesquisa Ibope, que está prevista para ser divulgada entre hoje e segunda-feira (21), mostrará uma forte derrapada da Dilma nas intenções de votos dos eleitores.

Segundo o analista-chefe da SLW, Pedro Galdi, o mercado está comprando um possível vazamento da pesquisa eleitoral. Como as principais beneficiadas por uma possível mudança no governo são estatais e bancos, os papéis da Petrobras (PETR3, +3,65%, R$ 15,63; PETR4, +3,80%, R$ 16,38), Eletrobras (ELET3, +3,23%, R$ 7,67; ELET6, +3,28%, R$ 11,98), Banco do Brasil (BBAS3, +4,33%, R$ 24,11) e as instituições privadas Itaú Unibanco (ITUB4, +2,54%, R$ 35,55) e Bradesco (BBDC3, +2,87%, R$ 34,82; BBDC4, +1,83%, R$ 33,43) disparavam por volta das 15h30 (horário de Brasília). 

Além dessas, mostra forte valorização também os papéis das siderúrgicas, com destaque para Gerdau (GGBR4, +4,06%, R$ 13,83) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, +4,19%, R$ 16,92). Sobre o setor, Galdi comenta também que essas ações são beneficiadas por expectativas de que o governo vai aprovar uma lei antidumping (venda abaixo do preço de custo) para aços longos, o que favorece diretamente a Gerdau, mas ajuda a puxar nesta sessão as demais siderúrgicas da Bolsa. Usiminas (USIM5, +3,43%, R$ 9,34) e CSN (CSNA3, +2,29%, R$ 9,37) subiam mais de 3% no mesmo horário. 

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Ainda na ponta positiva do Ibovespa, figuram as ações do setor elétrico, que seguem o forte movimento de alta visto mais cedo: Cesp (CESP6, +3,18%, R$ 27,55), Energias do Brasil (ENBR3, +3,06%, R$ 10,44), Eletropaulo (ELPL4, +3,59%, R$ 9,23) e Copel (CPLE6, +3,64%, R$ 32,50). 

O que o mercado “compra”?
O mercado brasileiro reflete nesta tarde principalmente o possível vazamento da pesquisa Ibope, que deve mostrar à continuidade da tendência de queda de Dilma como tem sido divulgado nas últimas pesquisas e tem puxado fortemente as estatais.

Na véspera, uma pesquisa Vox Populi/ revista Carta Capital mostrou que a presidente e pré-candidata à reeleição Dilma Rousseff voltou a perder participação, saindo de 41% para 40% das intenções de voto. Mesmo com a queda, o percentual ainda garantiria uma vitória à petista no primeiro turno. Aécio Neves (PSDB) também perdeu 1 ponto percentual e passou a contar com 16% dos votos dos eleitores, enquanto o pernambucano Eduardo Campos (PSB) agora está com 8% do eleitorado, alta de 2 p.p. em comparação com a última pesquisa.

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Ainda segundo o levantamento, a avaliação positiva da presidente caiu de 34% para 32%, enquanto a negativa subiu de 22% para 28% na comparação com a última pesquisa. Com a queda, a aprovação de Dilma passou para uma zona de alto risco, segundo critério Datafolha. Em entrevista à Veja desta semana, o diretor do Datafolha, Mauro Paulino, disse que estaticamente governantes com taxa de aprovação inferior a 34% não se reelegem. Vale mencionar que está no radar do mercado também uma segunda pesquisa do Ibope, que está prevista para sair hoje. 

Além dela, mais três pesquisas – duas sobre intenções de votos e uma sobre a popularidade do atual governo – deixaram o mercado eufórico nos últimos dias. No dia 19 de março, o mercado especulava sobre a queda nas intenções de voto de Dilma Rousseff para uma reeleição em outubro. Neste dia, os papéis das estatais dispararam na Bolsa: PETR3 subiu 3,48%; PETR4, +2,85%; ELET3, +6,14%; ELET6, +2,66%; e BBAS3, +4,59%.

A pesquisa, que estava programa para ser divulgada naquela noite, só foi reportada na noite do dia seguinte. Mas contrário aos rumores, a pesquisa seguiu inalterada. Dilma seguiu com 43% das intenções de voto, enquanto Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) registraram 15% e 7%, respectivamente.

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Na última quinta-feira, 27, foi divulgado uma segunda pesquisa, essa sobre a popularidade do atual governo e encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). A avaliação positiva saiu de 43% para 36%. Foi a primeira vez, desde julho do ano passado, logo após os protestos na rua, que a presidente interrompeu a trajetória ascendente da avaliação positiva. Os papéis da Eletrobras (ELET3, +9,84%, ELET6, +3,52%), Petrobras (PETR3, +7,55%; PETR4, +8,13%) e Banco do Brasil (BBAS3, +6,63%) dispararam no dia

Já no pregão da última quarta-feira, 2 de abril, o mercado “comprava” a expectativa de que uma pesquisa Datafolha, que está programada para ser divulgada no dia 5 de abril, mostre queda na intenção de votos para Dilma. De acordo com coluna do jornalista Kennedy Alencar, o Planalto já trabalha com essa possibilidade. Ontem, subiram forte os ativos PETR3, +4,05%; PETR4, +4,75%; ELET3, +4,44%; ELET6, +5,89%; BBAS3, +4,17%.