Petrobras e mais 15 ações caem mais de 5% e exportadoras se salvam com dólar

Mercado despenca nesta segunda-feira após Datafolha não confirmar expectativa do mercado

Leonardo Silva

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SÃO PAULO – Em uma sessão de desespero nesta segunda-feira (29) e de forte queda para o Ibovespa, o destaque de hoje fica com as ações das estatais e bancos. Os papéis destas empresas despencam hoje na Bolsa, após a divulgação do Datafolha não confirmar as expectativas do mercado e mostrar um avanço de Dilma Rousseff, do PT, na corrida presidencial. 

Acompanhando o Ibovespa, os papéis da BM&FBovespa (BVMF3) afundam nesta sessão seguindo o fluxo negativo do dia. Em contrapartida, driblando o dia negativo, as ações das exportadoras viraram para alta, depois de um inicio de queda. Elas são beneficiadas pela disparada no dólar frente ao real. Vale destacar as ações da Fibria (FIBR3), Embraer (EMBR3) e Suzano (SUZB5), que sobem cerca de 1,50%. 

Além do cenário eleitoral, vale destacar as ações da Usiminas (USIM5). As ações são penalizadas em meio ao imbrólio na diretoria da empresa e reagindo ao corte de recomendação. 

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Confira os destaques da Bolsa:

Estatais
As ações das estatais desabam hoje após pesquisa eleitoral Datafolha, que foi divulgada na última sessão, na qual mostrou Dilma Rousseff abrindo 13 pontos de vantagem no 1° turno em relação à Marina Silva (PSB). Neste momento, reagem negativamente os papéis da Petrobras (PETR3, R$ 18,08, -8,78%; PETR4, R$ 19,01, -9,22%), Eletrobras (ELET3, R$ 6,99, -4,64%; ELET6, R$ 10,18, -3,51%) e BB (BBAS3, R$ 27,60, -7,48%). Somente na abertura, quando os papéis da Petrobras caíram cerca de 9%, a estatal perdeu R$ 12 bilhões no primeiro minuto de negociação. A queda da ação da petrolífera hoje é a maior desde novembro de 2008, época do circuit break da Bovespa

Em um eventual segundo turno, Dilma aparece no limite da margem de erro contra Marina. A petista aparece com 47%, enquanto a candidata do PSB tem 43% dos votos. Considerando a margem de 2 pontos, as duas poderiam ficar com 45% cada uma no cenário mais para Marina possível. Do contrário, Dilma estaria na frente.

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Vale mencionar que na sexta-feira os papéis destas empresas foram impulsionados por expectativas de que Marina Silva iria mostrar uma recuperação, o que não se confirmou.

Bancos
Na mesma toada, as ações dos bancos desabam nesta sessão. Os papéis do Itaú Unibanco (ITUB4) registram queda de 4,15%, a R$ 32,35, enquanto os ativos ordinários e preferenciais do Bradesco (BBDC3BBDC4) caíam 5,93% e 6,67%, respectivamente, a R$ 35,85 e R$ 35,83. 

O mercado reage “nervoso” ao resultado da pesquisa Datafolha, realizada entre os dias 25 e 26 de setembro, e que mostrou que Dilma Rousseff abriu 13 pontos de vantagem no 1° turno em relação à Marina Silva (PSB), disse um analista que pediu anonimato ao InfoMoney. A petista apareceu com 40% contra 27% da pessebista. 

“O Datafolha foi hororroso para o mercado, que esperava por uma recuperação de Marina Silva. As expectativas geradas na sexta-feira, que impulsionaram o mercado naquele pregão (pesquisa Datafolha e rumores sobre a reportagem da Veja), não ocorreram”, comentou o analista. No final de semana, a Veja publicou que a campanha de Dilma teria pedido dinheiro ao esquema de corrupção da Petrobras, mas mesmo as denúncias não parecem mudar a trajetória ascendente de Dilma nas pesquisas. “E agora, com o primeiro turno mais próximo (dia 5 de outubro), o mercado tende a devolver toda a alta recente”, disse.

“Kit Marina”
Assim como as estatais e bancos, as ações do “Kit Marina” – Cosan (CSAN3, R$ 39,66, -1,69%) e São Martinho (SMTO3, R$ 41,48, -0,46%) – empresas que começaram a subir muito forte desde que Marina Silva entrou na disputa eleitoral e começou a despontar como principal adversária de Dilma Rousseff, apresentam forte queda nesta segunda-feira.

BM&FBovespa (BVMF3, R$ 11,74, -7,56%)
Acompanhando a forte queda do “kit eleições”, as ações da BM&FBovespa despencam nesta segunda-feira. Os papéis da administradora da bolsa brasileira eram tidas pelo BTG Pactual como a favorita para se beneficiar do “rali eleitoral” – movimento que puxou a alta das ações das estatais e bancos desde março -, já que o forte fluxo de investimentos para a Bovespa aumentou consideravelmente o volume financeiro negociado no mercado acionário

Vale (VALE3, R$ 26,81, -0,59%; VALE5, R$ 23,50, -1,14%)
Além do cenário eleitoral, destaque para as ações da Vale que caem novamente com o minério de ferro. O principal produto da exportadora renovou seu menor patamar em 5 anos nesta sessão e fechou cotada a US$ 77,70 por tonelada, queda de 1,1%.

Além disso, a japonesa Sumitomo Corp disse nesta segunda-feira que a empresa e sua sócia brasileira Vale fecharão sua mina de carvão Isaac Plains em Queensland, na Austrália, até o fim de janeiro do ano que vem por conta da queda nos preços do carvão.

Usiminas (USIM5, R$ 6,68, -6,18%)
Hoje, o BTG Pactual reduziu sua recomendação e preço-alvo para as ações preferenciais da Usiminas, depois que o Conselho de Administração da maior produtora de aços planos do Brasil demitiu o presidente-executivo e mais dois altos executivos na sexta-feira.

A recomendação do BTG Pactual para as ações da siderúrgica passou a “neutra” e o preço-alvo foi cortado em cerca de 24 por cento, de 10,50 para 8 reais. “A recente demissão de três importantes executivos da Usiminas, incluindo o presidente-executivo (Julián Eguren), nos surpreendeu e adicionou incerteza significativa sobre a situação”, escreveram analistas do BTG Pactual em relatório.

Exportadoras
As ações das exportadora driblam uma sessão de fortes perdas e sobem cerca de 1%, em meio à disparada do dólar, o que favorece estas companhias. Hoje, o dólar apresenta alta de 1,59%, a R$ 2,45, chegando a superar os R$ 2,47 mais cedo. Em destaque os papéis de Embraer (EMBR3, R$ 23,81, +1,36%), Suzano (SUZB5, R$ 9,78, +0,41%) e Fibria (FIBR3, R$ 26,98, +1,66%), esta última ficando com o maior ganho do dia.