Petrobras e governo em acordo sobre cessão onerosa, mais barragens da Vale interditadas e outros destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quarta-feira

Lara Rizério

(Divulgação)

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SÃO PAULO – O noticiário desta quarta-feira tem como destaque as blue chips Petrobras e Vale, a primeira por conta da notícia de que governo e estatal chegaram a um entendimento sobre a cessão onerosa e a segunda com mais barragens sendo interditadas. A OPA da Somos Educação, a fala de Henrique Meirelles afirmando que a privatização da Sabesp pode ocorrer ainda em 2019 e mais notícias são destaques nesta sessão. Confira no que ficar de olho:

Petrobras (PETR3;PETR4)

Segundo o Valor, o governo chegou a um entendimento com a Petrobras sobre a revisão do contrato da cessão onerosa e deve apresentar os termos ao Tribunal de Contas da União (TCU) nesta semana.

De acordo com a publicação, o governo conseguiu baixar o preço a ser pago à Petrobras pela revisão do contrato – o montante agora se aproxima de US$ 10 bilhões, ante projeção anterior de US$ 14 bilhões. O entendimento formal ainda precisaria passar por outras etapas, como a aprovação pelo conselho de administração da Petrobras. 

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Além disso, informa o Estadão, três grupos apresentaram nessa terça-feira, 2, novas propostas para comprar 90% da Transportadora Associada de Gás (TAG), da Petrobras. Além da franco belga Engie, que teve exclusividade para negociar os termos do contrato com a Petrobrás, o fundo Mubadala e um consórcio capitaneado pela Itaúsa voltaram para a disputa. O resultado deve sair entre esta quarta-feira, 3, e sexta-feira, 5.

Pelas regras definidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a venda de ativos da Petroleira – que foi assessorada pelo banco Santander – tem de obedecer duas etapas. Na primeira, a estatal escolheu a melhor proposta, que foi da Engie, com quem negociou o contrato. Após essa fase, a Petrobrás tem de abrir o processo para os concorrentes que fizeram propostas menores.

Entre a primeira e a segunda fase do processo, a formatação dos consórcios mudaram. A Engie se associou ao fundo canadense Caisse de Depot e Placement du Quebec (CDPQ) e a Itaúsa com outro canadense: o Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB). Na primeira fase, o grupo da família Setúbal estava com o banco australiano Macquarie.

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O valor do negócio está em torno de US$ 8 bilhões e US$ 9 bilhões (R$ 30 bilhões e R$ 34 bilhões, pela cotação de ontem). A venda da TAG é considerada estratégica para a estatal, que está em processo de desinvestimento. Quando concretizada, a transação será a maior já realizada pela empresa.

A TAG detém uma rede de gasodutos de cerca de 4,5 mil quilômetros de extensão, nas regiões Norte e Nordeste.

Em junho do ano passado, depois de a Petrobrás escolher a Engie para ter exclusividade nas negociações, uma liminar suspendeu o processo. As conversas foram retomadas em janeiro, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) cassou a decisão. Engie, Itaúsa, CPPIB, CDPQ, Mubadala e Petrobras não quiseram falar do assunto.

Vale (VALE3)

A ANM (Agência Nacional de Mineração) informou que interditou 56 de barragens e diques em todo o Brasil por problemas de estabilidade.

Do total, 39 foram interditadas por falta de documentação e 17 porque as informações encaminhadas à agência reguladora pelas empresas apontaram falta de estabilidade nos empreendimentos. A decisão foi tomada na noite de segunda-feira. Vinte das barragens de resíduos são de propriedade da Vale. Em meio à essa restrição, o preço do minério de ferro tem expressiva alta nesta quarta, com ganhos superiores a 5%. 

Por outro lado, mineradora ainda enfrenta dificuldades para encaminhar a órgãos técnicos projetos de descaracterização de oito estruturas a montante, como a que se rompeu em Brumadinho no início do ano. Ao menos seis empresas recusaram o convite da empresa para auditar barragens, que precisa encaminhar os pareceres à ANM e à Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais.

Sabesp (SBPS3)

Em entrevista à Bloomberg, o secretário da Fazenda do estado de São Paulo Henrique Meirelles, afirmou que privatizar Sabesp é o ‘plano A’ e pode ocorrer em 2019.

A preferência do governo de São Paulo é pela privatização da Sabesp, disse ele apontando que, se for viável pelo marco regulatório, o mais provável é que haja a privatização da empresa.

“Dependendo do que for definido no marco regulatório, nós vamos decidir se é capitalização ou privatização. Em qualquer hipótese, vamos trabalhar para sair em 2019. Se escolha final for pela capitalização da empresa, o processo já está muito avançado; se for privatização, pode ser que demore um pouco mais, pode ser que não se conclua em 2019. O governo trabalhará para ser o mais rápido possível”, avalia.

Vale destacar que, na última terça-feira, os papéis caíram mais de 4% com a fala de Meirelles de que a privatização da Sabesp em 2019 é algo “muito pouco provável”. 

Braskem (BRKM5)

Uma ação do Ministério Público Estadual e da Defensoria Publica de Alagoas pede o bloqueio de R$ 6,7 bilhões da Braskem, por conta do afundamento do solo em bairros próximos à uma área de mineração de sal-gema em Maceió. Segundo o jornal Valor Econômico, o pedido do bloqueio foi antecipado pelas negociações em curso entre Odebrecht, controladora da petroquímica, e a holandesa LyondellBasell para a venda da Braskem.

Rumo (RAIL3)

A Rumo obteve vitória no Tribunal de Contas da União (TCU) em relação à análise técnica sobre a renovação antecipada de contrato da Malha Paulista e sem maiores obstáculos à assinatura de um termo aditivo, informou o Valor Econômico.

A concessão cruza o interior de São Paulo e chega ao Porto de Santos. A expectativa é de que a renovação possa destravar mais de R$ 7 bilhões em investimentos em troca de mais 30 anos de concessão.

OdontoPrev (ODPV3)

Na OdontoPrEv, Luiz Carlos Trabuco Cappi foi indicado chairman. O atual presidente do conselho, Randal Luiz Zanetti, apresentou carta de renúncia ao conselho da companhia, que indicou Cappi, chairman do Bradesco, como substituto, segundo comunicado divulgado pela Odontoprev.

Banco do Brasil (BBAS3)

Em evento realizado pelo Bradesco BBI,  o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, voltou a dizer que o seu desejo é ver o BB privatizado. 

Novaes citou as iniciativas de fazer parcerias para se desfazer parcialmente de algumas áreas de negócios, como a BB DTVM e o banco de investimento, mas reforçou seu “sonho” seria privatizar ainda mais. “O meu sonho é que o BB se torne uma grande “Corporation”, mas o país não está preparado para isso” disse ele, segundo informações do jornal O Globo.

Somos Educação (SEDU3)

O leilão de OPA por ações da Somos será em 7 de maio na B3 e a oferta envolve 69,8 milhões de ações ON, correspondentes a 26,65% do capital votante. 

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(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.