Petrobras e Gafisa sobem 4% após resultado e small cap dispara 20%; veja mais

Mesmo com queda de 20% no lucro líquido para o segundo trimestre, a Petrobras subiu 4% neste pregão, enquanto Gafisa também sobe após receita líquida superar expectativas

Equipe InfoMoney

Publicidade

SÃO PAULO – Iniciando a terceira semana de resultados, esta segunda-feira já foi positiva para o Ibovespa, que registrou alta de 1,76% sendo puxado por alta da estatal Petrobras – que divulgou seus resultados na sexta-feira (8) -, além de Gafisa e Marfrig.

Ainda na ponta positiva do índice, figuraram os papéis “pesos-pesados” da Vale (VALE3, R$ 31,84, +0,73%; VALE5, R$ 28,46, +1,07%), além das siderúrgicas Usiminas (USIM5, R$ 8,44, +3,05%) e CSN (CSNA3, R$ 11,33, +0,44%) em meio a otimismo generalizado.

O noticiário também foi agitado também para a CVC, que figurou na ponta negativa da Bolsa em meio a rumor de disputa entre a companhia de viagens e pelo Hotel Urbano para a aquisição do negócio de reservas online B2W Viagens, da B2W Digital, controladora da Americanas.com e da Submarino. A notícia foi divulgada pelo blog do Geraldo Samor no site da Veja. 

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Já na ponta negativa do Ibovespa, figuraram os papéis da Oi (OIBR4, R$ 1,32, -1,42%), que fechou a sessão como maior queda do índice e PDG Realty (PDGR3, R$ 1,43, -2,05%). E entre as small caps, os destaques ficaram com os papéis da BHG, que disparavam em meio ao anúncio de OPA (Oferta Pública de Aquisição), e Direct to Company, que subiram forte sem motivo aparente.

Confira os principais destaques da Bovespa hoje:

Petrobras (PETR3, R$ 18,77, +3,47%; PETR4, R$ 20,14, +4,30%)
Após operar entre leves perdas e altas na abertura do pregão, as ações da Petrobras firmaram movimento positivo em meio à divulgação do balanço do segundo trimestre. A companhia apresentou na noite da última sexta-feira queda de 20% em seu lucro líquido. Apesar do resultado abaixo do esperado, a XP Investimentos apontou que a expectativa agora é em relação a um possível reajuste de preços de combustíveis, lembrando que a conta abastecimento segue sendo a principal responsável por corroer o lucro da estatal. Em entrevista à Folha de S. Paulo, José Eduardo Dutra, diretor corporativo da estatal, disse que a companhia trabalha com cenário de reajuste, mas não fez previsão de quando deve ocorrer.

Continua depois da publicidade

Na mesma linha, a Guide Investimentos disse que a possibilidade de reajuste de gasolina (e óleo diesel) ganha espaço com um IPCA de julho abaixo do esperado – quase zero. Para a corretora, o reajuste pode vir após as eleições. Os analistas lembram ainda que a semana começa com perspectivas eleitorais, com uma pesquisa Sensus de intenção de votos para presidente devendo sair a partir de amanhã. 

No segundo trimestre, a companhia reportou um lucro líquido de R$ 4,959 bilhões, abaixo das expectativas dos especialistas, que projetavam um lucro entre R$ 5,3 bilhões e R$ 7 bilhões. De acordo com comunicado da companhia, o resultado refletiu uma maior despesa financeira líquida, maiores despesas com impostos, que no primeiro trimestre incluiu o reconhecimento de alguns créditos fiscais na Holanda, compensados parcialmente pelo maior lucro operacional.

Em teleconferência realizada nesta manhã, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, também falou que a empresa trabalha com reajuste de combustíveis mas ainda não sabe quando. Além disso, ele comentou que a Petrobras está “feliz com os resultados do período com exploração e produção (de 2% ao mês)”. Para conferir o que mais foi destaque na teleconferência, clique aqui

Gafisa (GFSA3, R$ 3,17, +4,62%)
As ações da Gafisa acentuaram os ganhos nesta sessão depois de balanço do segundo trimestre. Segundo o BTG Pactual, a última linha do balanço (lucro/prejuízo) ficou abaixo do esperado, mas a empresa conseguiu mostrar um consistente desempenho operacional. A receita líquida ficou em R$ 575 milhões, 18% acima do previsto pelo banco, com margem bruta de 36% (contra 31% no primeiro trimestre), guiada por melhores margens tanto na Gafisa quanto Tenda. A incorporadora encerrou o segundo trimestre com prejuízo de R$ 851 mil, contra prejuízo de R$ 14,1 milhões um ano antes. 

Em teleconferência realizada hoje sobre o resultado, o presidente da empresa, Sandro Gamba, disse que os lançamentos do segmento voltado a imóveis de médio e alto padrão da incorporadora Gafisa devem somar R$ 350 milhões no terceiro trimestre, se mantendo próximo do nível dos três meses anteriores. 

Estácio (ESTC3, R$ 27,45, -0,22%)
As ações da Estácio estenderam as perdas do último pregão, quando caíram 7,28%, e recuam mais de 1% hoje, liderando as perdas do Ibovespa. Apesar do bom resultado no segundo trimestre, divulgado na sexta-feira passada, a reação no mercado deixou clara que a companhia não fez seu dever de casa no 2º trimestre do ano.

Em teleconferência com analistas, a companhia de educação superior privada estimou que deve ter um crescimento na captação de alunos presenciais em 2014 entre 4% e 8%, citando que todo o processo de captação para o segundo semestre se encontra atrasado em função da Copa do Mundo. “Alguns agentes de mercado tinham algo mais para 10-12% em suas estimativas”, disse o BTG Pactual, em nota a clientes no início da tarde, lembrando que a previsão da casa é de 8,5%. De acordo com o BTG, há claramente uma maior alocação ao setor e qualquer barulho desencadeia grande volatilidade. 

BHG (BHGR3, R$ 17,25, +23,57%)
As ações da BHG chegaram a ser a maior alta do dia em meio à oferta pública de ações para saída do Novo Mercado, em uma operação que avalia a companhia em R$ 1,2 bilhão. O preço a ser pago por ação na operação será de R$ 19, prêmio de 36,1% sobre o preço de fechamento de sexta-feira, de R$ 13,96. 

A BHG é controlada pela Latin America Hotels, que por sua vez é controlada pela GP Capital Partners IV, da GP Investments (GPIN33, R$ 4,84, -3,01%). “A ofertante receberá investimentos feitos por veículos detidos, direta ou indiretamente, pela GTIS Partner , uma companhia global de investimentos imobiliários”, de acordo com o comunicado. Hoje, as ações da GP Investments caem forte na Bovespa.  

Direct to Company (DTCY3, R$ 0,63, +18,87%)
As ações da small cap Direct to Company voltaram a ser destaque na Bolsa nesta segunda-feira. O motivo é disparada do papel, que nos últimos sete pregões acumula alta de 32%. Somente neste pregão, as ações chegaram a subir 41,51% (a R$ 0,75) na máxima do dia. 
Sobre a companhia, no entanto, nenhum fato relevante ou comunicado ao mercado foi feito pela Direct to Company na CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Procurado pelo InfoMoney, o departamento de relações com investidores da empresa disse que desconhece o motivo da alta. 

Além da disparada, chamava atenção também o volume financeiro movimentado com a ação hoje, que no mesmo horário atingia R$ 72,5 mil, contra média diária dos últimos 21 pregões de R$ 10,8 mil. 

Vale lembrar que a última vez que o papel ganhou holofote do mercado foi em junho, quando subiu em apenas um pregão 124%. Considerando o desempenho do fechamento do dia 11 de junho até 20 de junho (ou seja, em três pregões, lembrando que o papel não foi negociado alguns dias), a alta foi de impressionantes 196%. Na ocasião, a disparada, no entanto, não surgiu do nada. A companhia anunciou via fato relevante um projeto piloto voltado ao setor de saúde, denominado UNIPRÓ Saúde, que tem como objetivo a venda de cursos especializados aos profissionais da área, através de plataformas e-commerce.

Marfrig (MRFG3, R$ 6,88, +2,64%)
As ações da Marfrig estenderam os ganhos da última sessão e continuaram com forte alta nesta segunda. Os papéis da empresa foram destaque na sexta-feira, sendo a maior alta do Ibovespa e destoando do movimento negativo de seus pares na Bolsa – JBS, BRF e Minerva fecharam com quedas de mais de 1%.

Embora a notícia de que a Rússia pretende comprar mais carne brasileira tenha sido vista como positiva para todo o setor, apenas a Marfrig reagiu positivamente, o que pode ser explicado pela forte movimentação de um investidor por meio da corretora do Morgan Stanley – o banco liderou as compras de MRFG3 e foi um dos que mais vendeu os papéis das outras três empresas no pregão.

Alpargatas (ALPA4, R$ 10,32, +5,85%)
A companhia teve hoje sua primeira alta no mês, após a divulgação, na sexta-feira (8), dos seus resultados trimestrais para o segundo trimestre de 2014. A empresa teve lucro líquido de R$ 22,8 milhões no segundo trimestre de 2014, resultado 67,7% menor do que o do mesmo período de 2013. No acumulado do primeiro semestre, o lucro da companhia chegou a R$ 139,4 milhões, queda de 14,4% na comparação com o ano anterior. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Alpargatas entre abril e junho foi de R$ 73,3 milhões, retração de 43,9% ante os mesmos meses de 2013. A receita líquida da Alpargatas no segundo trimestre foi de R$ 874,3 milhões, expansão de 5,2% ante o mesmo período de 2013. De janeiro a junho, a receita líquida acumulou R$ 1,747 bilhão, elevação de 9,5%.

CVC (CVCB3, R$ 14,25, -3,06%)
As ações da CVC caíram nesta sessão em meio a notícia de que a companhia está disputando com o Hotel Urbano a aquisição da B2W Viagens, o negócio de reservas online da B2W Digital (BTOW3) – controladora das Americanas.com e do Submarino -, divulgada pelo blog Veja MercadosOs papéis da companhia chegaram a cair 2,65% na mínima da sessão, pouco depois do meio-dia. Indo contra a queda da CVC, as ações da B2W (BTOW3, R$35,51, 2,04%) subiram nesta segunda. Na sexta-feira, as ações da companhia fecharam a sessão cotadas a R$ 14,70, com alta de 0,9%. 

De acordo com o blog de Geraldo Samor, o negócio de reservas online está sendo vendido por entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões, sendo que a CVC está sendo representada nas negociações pelo Itaú BBA e, o Hotel Urbano, pelo BTG Pactual, enquanto a B2W digital está sendo assessorada pela Goldman Sachs. Procurada pela InfoMoney, a CVC declarou que “não tem nada a declarar a respeito”.